quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Angelologia

ANGELOLOGIA

Angelologia vem do grego “angelos” (anjo) e “logia” (estudo).
                Estudar a doutrina dos anjos é de suma importância para o salvo em Cristo Jesus, pois têm muitos que, por ignorância ao assunto, dizem que os anjos devem ser adorados; que não existem; que tem corpo; que são seres humanos glorificados; que são almas dos mortos que, depois de várias etapas de reencarnação, alcançaram um grau máximo de perfeição; que são almas desencarnadas.
Nos tempos de Jesus havia um grupo religioso chamado “saduceus”, que negavam a ressurreição dos mortos e a existência dos anjos. Estes dois erros doutrinários foram condenados pelos ensinos de Jesus, que reafirma a doutrina da ressurreição e a existência dos anjos com um mesmo argumento: “na ressurreição nem se casam nem são dados em casamento; serão como os anjos de Deus no céu”. (Mt. 22:30; At. 23:8).
                Embora ser cristocêntrico seja uma exigência para o cristão e para o cristianismo, porque devemos dar preeminência a Cristo e anunciar uma mensagem eminentemente cristocêntrica(I Co. 1:23), corremos o risco de procedendo assim, pôr de lado outras doutrinas. A doutrina dos anjos é uma questão de revelação de Deus, desde Gênesis ao Apocalipse (Gn. 3:24; Ap. 1:1), e não podemos ser ignorantes sobre qualquer aspecto da revelação.
Se a angelologia é uma doutrina bíblica, é importante que a estudemos “para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina”.  (Ef. 4:14).
Por esses e outros erros quanto a doutrina dos anjos é que vamos estudar sobre estes seres celestiais.

1. A ORIGEM DOS ANJOS

A palavra “anjo” deriva-se do grego “angelos”, que, por sua vez, é uma tradução  do hebraico “mal’âk”, tendo o mesmo significado, isto é, um mensageiro enviado por homens ou por Deus, para levar uma mensagem a alguém. Anjos, com o sentido de mensageiros, não diz respeito à natureza espiritual desses seres, mas determina a sua missão. Com este mesmo sentido pessoas humanas são chamadas de “anjos”: o sacerdote (Ml. 2:7); o rei (II Sm. 14:17,20); os pastores líderes das sete igrejas do apocalipse (Ap. 2:1,8,12,18; 3:1,7,14). Contudo, não é difícil perceber quando o termo se refere aos seres celestiais, porque vem associado à pessoa de Deus como, por exemplo, em Gn. 16:7; 28:12; Sl. 34:7).
A partir do século IV “angelos” passou para o latim eclesiástico como “angelu”, no sentido restrito de mensageiro de Deus. Posteriormente passou por várias alterações na grafia até chegar a anjo.
Os anjos são seres celestiais que Deus criou no princípio. A época de sua criação não é indicada com precisão em parte alguma da bíblia, mas é provável que tenha se dado juntamente com a criação dos céus em Gn. 1:1. Pode ser que Deus os tenha criado imediatamente após ter criado os céus e antes de ter criado a terra, pois em Jó 38:4-7, diz: “quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?”.(v. 7)(os anjos).
Os anjos são criados e não gerados. Deus criou cada um individualmente. A bíblia diz: “Pois nEle foram criadas todas as coisas que há na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi feito por Ele e para Ele” (Cl. 1:16), e: “E sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3). Os anjos foram criados pela palavra de Deus (Sl. 33:6,9); “pois mandou e logo foram criados” (Sl. 148:2,5). Sendo assim, vemos que os anjos não existem desde a eternidade: “Só tu és Senhor, fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército” (Ne. 9:6).
Quanto ao seu número, as Escrituras nos dizem que são “milhões de milhões” e “milhares de milhares” (Dn. 7:10; Mt. 26:53; Lc. 2:13; Hb. 12:22; Ap. 5:11; Jó 25:3).

2. A NATUREZA DOS ANJOS

 2.1 Os Anjos São Seres Espirituais - Incorpóreos (Lc. 24:39)
Os anjos foram criados com um corpo espiritual: “há também corpo espiritual” (I Co. 15:44). Quando se fala dos homens, diz-se que são “carne” (Gn. 6:3; Jo 3:6). Os anjos não possuem um corpo material, mas um corpo espiritual que é acompanhado de luz e de glória celeste (Sl. 104:4; Ez. 1:13). Por isso são chamados “filhos de Deus” (Jó  1:6; 2:1; 38:7).
Por não possuírem um corpo material, torna-se impossível aos homens enxergar os anjos. Estes, porém, podem manifestar-se de forma visível (Mt. 28:2-7; Lc. 1:11;At.11:13). Quando os anjos se manifestam, manifestam-se com rapidez (Jz. 6:21; 13:20; Dn. 9:21). Os anjos sobem e descem sobre a terra (Gn. 28:12; Jo 1:51). Quando aparecem podem comer e beber embora não tenham necessidade disso, fazendo-o como uma expressão de comunhão (Gn. 18:8).
“Os anjos de Deus não tomam outros corpos para se manifestarem, mas, tomam formas de pessoas humanas visíveis para se fazerem manifestos”. (Elienai Cabral)

  2.2 Os Anjos São Imortais
Os anjos são imortais (Lc. 20:36) e nunca deixarão de existir. Os anjos também não crescem e não envelhecem, pois foram criados já num estado perfeito. Convém observar que o aspecto do anjo que apareceu no sepulcro de Jesus era de um jovem (Mc. 16:15), embora tenham uma existência de milhares de anos.

 2.3 Os Anjos Não São Seres Humanos Glorificados
                Mt. 22:30, diz: “serão como os anjos”, mas não diz que seremos anjos. No futuro os crentes hão de julgar os anjos
(I Co. 6:3), que deve se referir aos anjos maus. Mas isso é diferente de dizer que seremos anjos. As “incontáveis hostes de anjos” são diferenciados dos “espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb. 12:22,23).

 2.4 Os Anjos Não Têm Sexo
                Mc. 12:25, diz: “Quando ressurgirem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento; serão como os anjos nos céus”. Com isso fica provado que as “explicações” afirmando que os “filhos de Deus” que “tomaram as filhas dos homens para si” (Gn. 6:1-5) “eram anjos” são realmente erradas, pois os anjos não se casam. A referida passagem faz menção do casamento misto que houve entre as filhas de Caim que se uniram com os filhos da linhagem de Sete, coisa que desagradou profundamente a Deus.  

A Expressão “filhos de Deus” em Gênesis 6:2 refere-se a anjos?

                O termo “filhos de Deus” é empregado no A. T. para anjos e para homens, verdadeiros crentes, compromissados com a obra de Deus. As passagens que se referem a anjos como “filhos de Deus” incluem  Jó  1:6;2:1;38:7; Sl. 29:1;89:6. Mas, as ocorrências com referência a homens que tem um relacionamento de aliança com Deus são tão numerosas no A. T. como aquelas que se referem a anjos (Dt.14:1;32:8; Os. 1:10  - e, cremos, Gn. 6:2 também).As razões por que entendemos que Gênesis 6:2 refere-se a membros da família da aliança, descendentes da linhagem de Sete, são muito fortes. As Escrituras ensinam com clareza que os anjos são “espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb.1:14). Embora possam de vez em quando aparecer sob forma corpórea semelhante a homens, não tem corpos físicos e, por isso, não conseguem manter relações com mulheres. A especulação rabínica de que a referência em Gn. 6:2 é a anjos constitui uma curiosa intrusão de superstição pagã sem nenhuma base no resto das Escrituras. A idéia de seres humanos incomuns, dotados de estatura gigantesca (nephilim), terem resultado desses casamentos não se baseia em nenhuma evidência de paternidade angelical. Ninguém declara que os filhos de Enaque (Nm. 13:33), de Golias e de seus irmãos (I Sm. 17:4-7; II Sm. 21:18-22), tinham ligação com os anjos por causa de sua grande estatura; tampouco há razões para que possamos supor que os gigantes antediluvianos tinham ascendência angélica.
                Talvez fosse necessário aqui um último comentário sobre os anjos: se admitíssemos que os espíritos conseguem, de alguma forma, manter relações sexuais com seres humanos – eles não podem – nem assim deveriam  enquadrar-se na passagem que estamos estudando. Caso fossem demônios, isto é, seres decaídos que seguiram Satanás, de modo algum poderiam ser chamados de “filhos de Deus”. Os espíritos maus destinados ao inferno jamais são assim designados nas Escrituras. Tampouco poderiam ter sido anjos de Deus, visto que eles vivem em obediência ao Senhor. Não tem outro objetivo ou desejo senão o de fazer a vontade de Deus e glorificar seu nome. Portanto, está fora de cogitação qualquer envolvimento sórdido de anjos, como “filhos de Deus”, com jovens mulheres impiedosas.

Matéria tirada da “Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas. Autor: Gleason Archer. Editora Vida. (HiltonTerra.)

 2.5 Os Anjos Excedem o Homem em Conhecimento, Apesar de Não Serem Oniscientes
                II Sm. 14:20, diz: “Porém sábio é meu Senhor, conforme a sabedoria de um anjo de Deus, para entender tudo o que se passa na terra” (v. 17). Mt. 24:36, diz: “Porém, a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente o Pai”. Os anjos não conhecem os planos eternos de Deus a nós revelados (Ef. 3:8-10), nem conhecem o mistério da salvação (I Pe. 1:12). Os anjos não conhecem as coisas de Deus, pois só o Espírito Santo as conhece (I Co. 2:11), nem sabem o que se passa no coração do homem, o que só Deus conhece    (I Rs. 8:39; Jr. 17:10).

 2.6 Os Anjos São Mais Fortes Que o Homem, Apesar de Não Serem Onipotentes
                Sl. 103:20, diz: “Bendizei ao Senhor, todos os seus anjos, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, que obedeceis à sua voz”; II Pe. 2:11, diz: “enquanto que os anjos do Senhor, embora maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor”;   II Ts. 1:7,8, diz: “quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo”. Porém, o poder que os anjos possuem lhes é delegado por Deus (II Sm. 24:16; I Cr. 21:27), e o utilizam cumprindo as ordens recebidas. Ilustrações do poder dos anjos são encontradas na libertação dos apóstolos da prisão (At. 5:19; 12:7,23); na destruição dos primogênitos do Egito (Hb. 11:28; Ex. 12:29); na destruição de setenta mil pessoas do reino de Davi (II Sm. 24:15,16) e cento e oitenta e cinco mil soldados assírios (Is. 37:36); e no rolar da pedra que fechava o túmulo de Cristo (Mt. 28:2; Mc. 16:3,4). “Strong faz  o seguinte comentário: “uma roda de granito, de 2,50m de diâmetro e 30cm de espessura, rolando em uma canaleta, pesaria mais de quatro toneladas”.

3. O CARÁTER DOS ANJOS

-          Os anjos de Deus são santos e puros (At.10:22; Mc. 8:38; Ap. 14:10). São cercados da glória de Deus (Lc. 9:26) e, quando se manifestam, aparecem sempre com algo da glória celestial (Lc. 2:9) contudo, não possuem a mesma glória do Pai nem a mesma glória do Filho (Hb. 1:5-13). Anjos são seres celestiais, não são seres divinos.

-          Os anjos são inteiramente sujeitos a Deus e a Cristo (Ef. 1:22,23; I Pe. 3:22). Na sua completa submissão a Deus, os anjos servem a favor dos que hão de herdar a salvação (Hb. 1:14; Dn. 8:16, 17). Os anjos se dedicam a adorar a Deus e a cantar-lhe louvores (Sl. 103:20; Lc. 2:13,14; Ap. 5:9-14). São reverentes, pois a bíblia nos diz que os Serafins clamavam uns aos outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; toda a terra está cheia de sua glória (Is. 6:3); Ne. 9:6, diz:  “o exército dos céus te adora”.

-          Os anjos de Deus não aceitam para si nenhuma forma de louvor ou de adoração (Ap. 19:10), pois sabem que só Deus deve ser adorado (Ap. 22:8,9). Por isso, todo tipo de culto aos anjos é totalmente errado (Cl. 1:16; 2:18,19) (Angelolatria).

-          Os anjos usam uma língua própria, que a bíblia chama “a língua dos anjos”  (I Co. 13:1).

-          Os anjos possuem autoconsciência. Eles conhecem a autoridade que Deus lhes delegou. O arcanjo Gabriel disse: “Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus". (Lc. 1:19).

-          Os anjos também possuem autodeterminação. Eles têm livre arbítrio. Os anjos foram criados com a capacidade de pecar e de não pecar; e não eram constrangidos a fazer uma ou outra coisa – posse pecare et posse non pecare(latim). Assim como Jesus foi provado, os anjos também o foram. Quando lúcifer se rebelou nos céus, muitos anjos “não  guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação” (Jd. 6)(II Pe. 2:4). Um grande número de anjos escolheu mostrar sua inteira fidelidade na submissão a Deus e por isso são chamados de “anjos eleitos”. (I Tm. 5:21).

-          Os anjos têm sua habitação nos céus. A bíblia diz: “anjo do céu” (Mt. 18:10; Lc. 22:43). Eles sempre vêem a face de Deus e fazem a guarda das portas do céu (Ap.21:12).

-          Há anjos que guardam e não anjos da guarda. (Êx. 14:19; 23:20; Sl. 34:7; 91:11,12; Dn. 3:28; 6:22;). O apoio para o argumento de um anjo da guarda para cada indivíduo(criança ou adulto) encontra-se fragilmente alicerçada em Mt.18:10. Todavia, a leitura dos primeiros versículos do texto deixam evidente que Jesus está exortando os discípulos acerca da humildade. O tema é, portanto, a necessidade de os crentes se tornarem humildes como meninos(v. 3 e 4). Alguns usam como argumento de reforço o texto de Atos 12:15, na expressão “é o seu anjo”, que de fato demonstra a incredulidade dos discípulos quando a menina Rode foi anunciar que Pedro estava à porta. É o seu anjo poderia ser o seu espírito desincorporado ou qualquer outra coisa, menos Pedro vivo. Uma antiga doutrina judaica ensina que o anjo guardião tem a semelhança ou aparência daquele a quem guarda, o que é uma crendice e não se confirma nas Escrituras.

-          Os anjos têm emoções. Eles podem alegrar-se (Lc. 15:10).


* O QUE OS ANJOS NÃO FAZEM

-          Os anjos não são independentes
        Os anjos não agem por conta própria, mas executam sempre as ordens do Senhor.

-   Os anjos reverenciam a palavra de Deus
Os anjos não desrespeitam a palavra do Senhor. É inteiramente impossível que um anjo do céu venha pronunciar uma palavra contrária às Escrituras. (Gl. 1:8)
Um jovem profeta foi enganado por desconhecer essa doutrina. (I Rs. Cap. 13) (I Jo. 4:1-3)

-      Os anjos não são doutrinadores
Deus supri a Igreja com os seus escolhidos. (Ef. 4:7-16)

-          Os anjos não são mediadores
Só existe um mediador entre Deus e os homens. (I Tm. 2:5; At. 4:12)

CURIOSIDADES

# Os anjos são mencionados em toda a bíblia 108 vezes no A. T. e 175 vezes no N.T. , 72 das quais no Apocalipse. (Gama Leite, p. 11,12; Juerp).
# Paulo citou 14 vezes a palavra ‘anjo’ em suas cartas.
# Em Hebreus, a palavra ‘anjo’ aparece 13 vezes.
# O inferno foi preparado para o diabo e seus anjos. (Mt. 25:41)
# Quando uma criança morre não vira anjo.
# Em sua análise sobre os anjos, o teólogo M Bouttier declara que “o Novo Testamento assinala nitidamente a inferioridade dos anjos sobre os cristãos; o crente tem uma comunhão com o Senhor que é impossível aos anjos(poder-se-ia dizer o laço do sangue), atestada nos sacramentos oferecidos aos homens e não aos anjos(I Pe. 1:12; I Co. 6:3). Em Jesus Cristo somos feitos filhos do Pai; os anjos continuam seus servos(Jo. 15:15)
# De acordo com João 8:44 ‘o diabo não se firmou na verdade’. Logo, ele conheceu a verdade, e esteve nela porém não se manteve nela por livre escolha.
# Em I João 3:8 diz que “o diabo peca desde o princípio’; deve-se entender, como diz Agostinho, não desde o princípio de sua criação, mas desde o princípio do pecado que começou a ser pecado com a sua  soberba(Isaías 14:12)


"A maior artimanha de Satánas é tentar provar que ele não existe"
(Baudelaire - 1821/1867 - escritor francês)

Nome:

1º) Por que há tantos erros quanto à doutrina dos anjos?
2º) Quando uma criança morre vira anjo? Por quê?
3º) Qual o significado da palavra anjo?
4º) Quando os anjos foram criados?
5º) Quantos anjos foram criados?
6º) Por que alguns anjos se tornaram demônios?
7º) Leia Daniel 12:1, e Lucas 1:19, e responda: "Quais são os anjos que devem ser adorados"?
8) Como os anjos se manifestam?
9º) Leia Atos 12:15, e responda: "Qual é o nome do seu anjo da guarda"?
10) Os anjos são oniscientes? Por quê?
11º) Em que estado moral os anjos foram criados?
12º) Até que idade vive um anjo? Por quê?
13º) Os anjos pregam o evangelho? Por quê?


4. A CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS

        A bíblia nos dá algumas informações sobre a organização dos anjos e sobre uma hierarquia angelical. Deus constituiu diversas ordens de anjos para o servirem e o glorificarem. Em cada uma das ordens os anjos são diferentes em poder e autoridade. Em Cl. 1:16 vemos essa diferença em ordem decrescente, enquanto que em Ef. 1:21 a mesma hierarquia é mencionada em ordem crescente. A graduação de autoridade entre os anjos corresponde às suas diferentes funções no céu.

 4.1 Os Vinte e Quatro Anciãos
                Junto ao trono de Deus encontramos um grupo de seres angelicais da mais elevada função celestial (Ap. 4:4-10; 6:5-14; 7:11-13; 11:16; 14:3; 19:4), chamado de “os vinte e quatro anciãos”. Deus os encarregou de representarem a igreja de Deus de todos os tempos. Dessa maneira, 12 anciãos representam a igreja do A. T. (as 12 tribos de Israel), enquanto os outros 12 representam a igreja do N. T. (os 12 apóstolos do Cordeiro). Isso se registra conforme a visão do apóstolo João da cidade celestial chamada Nova Jerusalém, onde os nomes das 12 tribos de Israel estão gravadas nas 12 portas da cidade (Ap. 21:12), e os dos 12 apóstolos nos 12 fundamentos da cidade (Ap. 21:14). A bíblia não revela a sua função, porém informa que eles têm vestidos brancos com coroas de ouro sobre as suas cabeças (Ap. 4:4), e permanecem sempre diante do trono de Deus, cantando louvores ao Cordeiro pela salvação que Ele ganhou com o seu sangue (Ap. 5:8-13).

 4.2 Os Arcanjos
                O termo “arcanjo” só ocorre duas vezes nas Escrituras (I Ts. 4:16; Jd. 9); mas há outras referências para ao  menos um arcanjo, “Miguel”. Ele é o único a ser chamado de arcanjo. Seu nome significa “quem é semelhante a Deus”.
                Em Daniel 12:1, Miguel aparece como um dos primeiros príncipes – o “grande príncipe”- que se levantará como defensor dos filhos de Israel (Dn. 10:13,21).
                Em Judas 9, apesar de investido de grande autoridade. O arcanjo Miguel deixa a repreensão final a Satanás para o Senhor, reconhecendo com isto o senhorio dEle.
                Em Apocalipse 12:7-12, Miguel aparece comandando um exército de anjos que batalham e derrotam o diabo e seu exército de anjos maus.

 4.3 Os Querubins
                “Querubins” deriva de querub (hebraico), cujo significado é “guardar e cobrir”. Com está função eles aparecem mencionados em vários textos. Eles agiram como guardiões da santidade de Deus, tendo guardado o caminho para a árvore da vida no jardim do Éden (Gn. 3:24).
                Os querubins são anjos de elevada graduação, e são chamados, em Hb. 9:5, de “querubins da glória”. A grande importância dos querubins no contexto divino pode ser observada no fato de que Deus ordenou que fossem fabricados dois querubins de ouro para fazerem parte do propiciatório, acima da arca (Ex. 25:19), o lugar mais sagrado do culto no A T. Deus também mandou que fossem bordados querubins, em obra prima, sobre o véu e também nas cortinas do tabernáculo (Ex. 26:1,31).
 A bíblia diz que Deus está “entronizado entre os querubins” (Sl. 80:1; 99:1; Is. 37:16; II Rs. 19:15; II Sm. 6:2).
Quando Deus se movimenta, Ele o faz figuradamente por meio dos querubins (II Sm. 22:11; Sl. 18:9,10).
Entre os querubins se destacam os quatro seres viventes (Ap. 4:6-9), considerados como querubins de alta categoria (Ez. 10:20), pois se acham ao redor do trono de Deus e do Cordeiro. Esses seres celestiais estão cheios de olhos por diante e por detrás. O que lhes dá capacidade de verem à frente, atrás e dos lados, figurando assim a onisciência de Deus. O profeta Ezequiel também teve uma visão desses querubins, relatada nos capítulos de 1 a 10 de seu livro.

 4.4 Os Serafins
                O nome tem origem na raiz hebraica “saraph”, que significa “ardente”.
                Os Serafins são mencionados pelo nome apenas em Isaías 6:1-6. São distintos dos querubins. Encontramos passagens que dizem estar Deus assentado entre os querubins (I Sm. 4:4), mas os Serafins estão em pé, acima dEle (Is. 6:2). Também seus deveres diferem dos que competem aos querubins. Eles lideram os céus na adoração ao Deus todo-poderoso e purificam os servos de Deus para o culto e serviço aceitáveis. Isto é, eles se preocupam com o culto e santidade mais do que com a justiça e o poder.
                Os Serafins têm três pares de asas: com duas cobrem o rosto em reverência diante de Deus; com duas cobrem os pés, para que suas obras não apareçam (santidade no andar); e com duas voam, indicando a grande capacidade de locomoção dos anjos. Eles sempre clamam uns aos outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos”.
                “Com que reverência deveríamos nos comportar quando nos dirigimos à majestade divina, diante do qual os próprios Serafins escondem seus rostos? E se eles cobrem seus pés, estão conscientes de sua imperfeição natural comparada com a glória infinita de Deus; nós que não passamos de torrões de terra, vis pecadores, deveríamos corar de vergonha na sua presença!” (Lewis Sperry Chafer).
  
 4.5 Anjos Governadores
                Nos escritos paulinos aparecem várias expressões que indicam ordens de anjos que exercem governo ou domínio sobre outros:
1.       Principados – esta palavra é usada por Paulo sete vezes, indicando uma ordem de anjos bons e maus, envolvidos no governo do universo (Rm. 8:38; Ef. 1:21; 3:10; 6:12; Cl. 1:16; 2:10,15). Podem ser considerados como generais de exércitos angelicais. São anjos que têm poderes de príncipes.
2.       Potestades – devem ser anjos que exercem uma supremacia; possuem autoridade para governar. Sua principal atividade deve ser remover os obstáculos que podem impedir o cumprimento da vontade de Deus, e para isso são investidos de especial autoridade. Ef. 3:10, pode dar a entender que potestades são anjos que aprendem algo da vontade de Deus ao contemplarem o que Ele esta realizando no seio da igreja.
3.       Poderes – esta palavra ressalta o fato de que anjos e demônios têm maior poder que os homens.
4.       Domínio – deve ser  uma classe de anjos que executam as ordens de Deus com relação às coisas criadas.
5.       Tronos – esta designação enfatiza a dignidade e autoridade com a qual Deus investiu os anjos que Ele usa para governar.

Observe que em Cl. 1:16 principados e potestades e tronos parecem referir-se a anjos bons. Ef. 1:21, entretanto, parece ser uma referência a anjos bons e maus. Já em Rm. 8:38, Ef. 6:12 e Cl. 2:15, parece que a referência é apenas a anjos maus. “Embora haja uma aparente semelhança entre estas denominações, temos de presumir que estes títulos representam uma dignidade incompreensível e os diversos graus de categoria. As esferas celestiais de governo excedem os impérios humanos como o universo excede a terra”. (Lewis Chafer).

 4.6 Outros Anjos
                Um deles, mencionado pelo nome é Gabriel (Dn. 8:15-27; 9:20-27; Lc. 1:19,26). Foi incumbido de missões extraordinárias, para revelar mistérios que se encontravam acima da compreensão humana.
                Gabriel significa “Deus é forte”. Aparece como mensageiro da misericórdia e promessas divinas.
                Além do anjo Gabriel, aparecem outros anjos nas Escrituras, designados por Deus para tarefas específicas:

a)       mensageiros do juízo (Gn. 19:13; II Rs. 19:35)
b)       com poder sobre o fogo  (Ap. 14:18)
c)       com poder sobre as águas ( Ap. 16:5)
d)       os sete anjos anunciadores de juízos (Ap. 8:2)
e)       anunciadores de nascimento de crianças (Gn. 18:1; Jz. 13:3)

 
Ao único digno de adoração: glórias sem fim

BIBLIOGRAFIA

-          BERGSTEIN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. 1ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
-          THIESSEN, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. 2ª edição. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1989.
-          HYGINO, Zorayde de Araújo. Anjos – O mito e a realidade. 1ª edição. Rio de Janeiro: JUERP, 2001. 160p.
-          CARREIRO, Pr. Vanderlei Lima. Jovens e Adultos: O que a bíblia diz sobre anjos. Rio de Janeiro: Editora Cristã Evangélica, Ano XXV – nº 1.

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