sábado, 26 de novembro de 2011

EU NÃO SEI...(Augustus Nicodemos)

Recentemente li uma crítica feita aos calvinistas que eles costumam escapar de dilemas teológicos resultantes de sua própria lógica recorrendo ao conceito de “mistério”. Ou seja, os calvinistas, depois de se colocarem a si mesmos numa encruzilhada teológica, candidamente confessam que não sabem a resposta para a mesma.

A crítica em particular era sobre a doutrina da predestinação. Segundo a crítica, os calvinistas insistem que Deus decretou tudo que existe, mas quando chega o momento de explicar a existência do mal no mundo, a liberdade humana e a responsabilidade na evangelização, eles simplesmente dizem que não sabem a resposta para os dilemas lógicos criados: se Deus predestinou os que haveriam de ser salvos e condenados, como podemos responsabilizar os que rejeitam a mensagem do Evangelho? Os calvinistas, então, de acordo com a crítica, recorrem ao que é denominado de antinômio, a existência pacífica de duas proposições bíblicas aparentemente contraditórias que não podem ser harmonizadas pela lógica humana.

A verdade é que, além da soberania de Deus, temos outras doutrinas na mesma condição, como a definição clássica da Trindade, mantida não somente pelos calvinistas, mas pelo Cristianismo histórico em geral. Por um lado, ela afirma a existência de um único Deus. Por outro, afirma a existência de três Pessoas que são divinas, sem admitir a existência de três deuses.
Ao longo da história da Igreja vários tentaram resolver logicamente o dilema causado pela afirmação simultânea de duas verdades aparentemente incompatíveis. Quanto ao mistério da Trindade, as soluções invariavelmente correram na direção da negação da divindade de Cristo ou da personalidade e divindade do Espírito Santo; ou ainda, na direção da negação da existência de três Pessoas distintas. Todas essas tentativas sempre foram rechaçadas pela Igreja Cristã por negarem algum dos lados do antinômio.
Um outro exemplo foram as tentativas de resolver a tensão entre as duas naturezas de Cristo. Os gnósticos tendiam a negar a sua humanidade para poder manter a sua divindade. Já arianos, e mais tarde, liberais, negaram a sua divindade para manter a sua humanidade. Os conservadores, por sua vez, insistiram em manter as duas naturezas e confessar que não se pode saber como elas podem coexistir simultânea e plenamente numa única pessoa.
No caso em questão, as tentativas de solucionar o aparente dilema entre a soberania de Deus e a responsabilidade humana sempre caminharam para a redução e negação da soberania de Deus ou, indo na outra direção, para a anulação da liberdade humana. No primeiro caso, temos os pelagianos e arminianos. No outro, temos os hipercalvinistas, que por suas posições deveriam mais ser chamados de “anticalvinistas”. Mais recentemente, os teólogos relacionais chegaram mesmo a negar a presciência de Deus pensando assim em resguardar a liberdade humana.
Há várias razões pelas quais eu resisto à tentação de descobrir a chave desses enigmas. A primeira e a mais importante é o fato que a Bíblia simplesmente apresenta vários fatos sem explicá-los. Ela afirma que há um Deus e que há três Pessoas que são Deus. Não nos dá nenhuma explicação sobre como isso pode acontecer, mesmo diante da aparente impossibilidade lógica do ponto de vista humano. Os próprios escritores bíblicos, inspirados por Deus, preferiram afirmar essas verdades lado a lado, sem elucidar a relação entre elas. Em seu sermão no dia de Pentecostes, Pedro afirma que a morte de Jesus foi predeterminada por Deus ao mesmo tempo em que responsabiliza os judeus por ela. Não há qualquer preocupação da parte de Pedro com o dilema lógico que ele cria: se Deus predeterminou a morte de Jesus, como se pode responsabilizar os judeus por tê-lo matado? Da mesma forma, Paulo, após tratar deste que é um dos mais famosos casos de antinomínia do Novo Testamento (predestinação e responsabilidade humana), reconhece a realidade de que os juízos de Deus são insondáveis e seus caminhos inescrutáveis (Rm 11.33).
A segunda razão é a natureza de Deus e a revelação que ele fez de si mesmo. Para mim, Deus está acima de nossa possibilidade plena de compreensão. Não estou concordando com os neo-ortodoxos que negam qualquer possibilidade de até se falar sobre Deus. Mas, é verdade que ninguém pode compreender Deus de forma exaustiva, completa e total. Dependemos da revelação que ele fez de si mesmo. Contudo, essa revelação, na natureza e especialmente nas Escrituras, mesmo suficiente, não é exaustiva. Não sendo exaustiva, ela se cala sobre diversos pontos – e entre eles estão o relacionamento lógico entre os pontos que compõem a doutrina da Trindade, da pessoa de Cristo e da soberania de Deus.
A terceira razão é que existe um pressuposto por detrás das tentativas feitas de explicar racionalmente os mistérios bíblicos, pressuposto esse que eu rejeito: que somente é verdadeiro aquilo que podemos entender. Não vou dizer que isso é exclusivamente fruto do Iluminismo do séc. XVII pois antes dele essa tendência já existia. O racionalismo acaba subordinando as Escrituras aos seus cânones. Prefiro o lema de Paulo, “levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Coríntios 10.5). Parece que os racionalistas esquecem que além de limitados em nosso entendimento por sermos criaturas finitas, somos limitados também por nossa pecaminosidade. É claro que mediante a regeneração e a iluminação do Espírito podemos entender salvadoramente aquilo que Deus nos revelou em sua Palavra. Contudo, não há promessas de que regenerados e iluminados descortinaremos todos os mistérios de Deus. A regeneração e a iluminação não nos tornam iguais a Deus.
Além dos mistérios mencionados, existem outros relacionados com a natureza de Deus e seus caminhos. Diante de todos eles, procuro calar-me onde os escritores bíblicos se calaram, após esgotar toda análise das partes do mistério que foram reveladas. Não estou dizendo que não podemos ponderar sobre o que a Bíblia não fala – mas que o façamos conscientes de que estamos apenas especulando, no bom sentido, e que os resultados dessas especulações não podem ser tomados como dogmas.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

SOBRE LITURGIA: CRÍTICAS E SUGESTÕES– STENIO MARCIUS

O crente deveria ir ao culto com uma forte convicção de ter um encontro com o Senhor Deus.É claro, não com algum misticismo de que só ali esteja a presença do Senhor.O verdadeiro adorador vive todo o seu dia adorando com pensamentos, palavras e ações. Mas é certo que, como diz o Salmo 133, quando os crentes estão reunidos em comunhão " ali ordena o Senhor a sua benção".

É verdade que a comunidade cristã oferece ricas e variadas possibilidades de companheirismo e sociabilidade em suas diversas reuniões, mas falo desse momento específico conhecido como culto, ou reunião solene.Nessa ocasião o crente deveria ser tomado por esse objetivo de encontrar-se com o Deus Vivo e ter grande esperança de que o Espírito Santo desça sobre a congregação e assuma a direção de tudo.Nessa hora o crente traz suas ofertas de louvor e gratidão, faz conhecidas perante Seu Deus as suas fraquezas e necessidades, e dispõe todo o seu ser para ouvir a pregação da Palavra que o lava, fortalece,ensina e santifica.

No entanto, não é assim que acontece, não é mesmo? Temos ido ao culto pelos motivos mais equivocados e até pagãos.Nossa agitação é grande.Toda a influência desses dias nervosos e superficiais tem se manifestado nos cultos.Não conseguimos ficar nem cinco minutos em oração silenciosa.Isso sem falar na mais moderna impiedade que tem ocorrido durante a adoração: os crentes que ficam online.

Mas há o outro lado da questão,os responsáveis pela liturgia ou ordem de culto.

Eles não ajudam em nada os corações sobrecarregados dos que vêm para tentar uma adoração sincera, muito pelo contrário.O que será que eles pensam que estão fazendo, dirigindo algum programa de auditório ou de variedades? Por que as pessoas pensam que devem fazer a assembléia rir a qualquer custo haja o que houver? Será que ninguém crê, de fato, que o Senhor Deus está presente no culto? Se cressem, fariam isso diante dAquele que é um Fogo Consumidor?

Quando se consegue, pela graça do Senhor, ir a uma reunião com um bom coração, com frequência, nos primeiros minutos do culto a gente perde esse espírito em razão de uma liturgia mundana.

Por que tantos vídeos? Por que tantos avisos? Por que tantas brincadeiras sem graça nenhuma? Por que tantos relatórios? Por que o aviso de tantos eventos ? Por que a apresentação de tantas bandas, peças e danças? Nem Jó, nem Moisés conseguiriam suportar a irritação que tudo isso causa no coração de um humilde adorador!  O fato é que a igreja tem que massificar as informações porque, se não, o povo não vai, essa é que é a verdade.O crente, de modo geral, não tem mais interesse nas coisas do Reino e por isso tem que sofrer uma lavagem cerebral pra comparecer nas programações da igreja.Se houvesse verdadeira piedade cristã em nós, o boletim não precisaria ser lido por inteiro no culto mas apenas levado pra casa.Ou então, apenas um site da igreja com os avisos seria suficiente.Mas por causa de nosso duro coração e porque o pastor tem que manter a "empresa" funcionando, o precioso tempo da adoração é gasto com ninharias. Que se esvaziem as igrejas então!

Ah quem dera um culto simples! Um hino tradicional, três cânticos( sem a "ajuda" de um ministrador), algumas leituras bíblicas e orações e um bom tempo para a  fiel pregação da Palavra quando ainda estamos em boas condições físicas. Será que ainda teremos algo assim algum dia? Um culto simples e com todas as condições possíveis para a vinda do Espírito do Senhor...Deixem-me sonhar com isso, nem que seja só pela beleza de sonhar esse sonho.

Que o Senhor nos ajude!Terra.

domingo, 4 de setembro de 2011

A Regeneração Precede a Fé por R.C. Sproul

Um dos momentos mais dramáticos em minha vida, na formação de minha teologia, ocorreu em uma sala de aula de um seminário. Um de meus professores foi ao quadro negro e escreveu estas palavras em letras garrafais:


A REGENERAÇÃO PRECEDE A FÉ

Aquelas palavras foram um choque para o meu sistema. Eu tinha entrado no seminário crendo que a obra principal do homem para efetivar o novo nascimento era a fé. Eu pensava que nós tínhamos que primeiro crer em Cristo, para então nascermos de novo. Eu uso as palavras "para então" aqui por uma razão. Eu estava pensando em termos de passos que deviam ocorrer em uma certa seqüência. Eu colocava a fé no princípio. A ordem parecia algo mais ou menos assim:

"Fé - novo nascimento -justificação."

Eu não tinha pensado sobre esse assunto com muito cuidado. Nem tinha atentado cuidadosamente às palavras de Jesus a Nicodemus. Eu presumia que mesmo sendo um pecador, uma pessoa nascida da carne e vivendo na carne, eu ainda tinha uma pequena ilha de justiça, um pequeno depósito de poder espiritual remanescente em minha alma para me capacitar a responder ao Evangelho sozinho. Possivelmente eu tinha sido confundido pelo ensino da Igreja Católica Romana. Roma, e muitos outros ramos do Cristianismo, tem ensinado que a regeneração é graciosa; ela não pode acontecer aparte da ajuda de Deus.

Nenhum homem tem o poder para ressuscitar a si mesmo da morte espiritual. A divina assistência é necessária. Esta graça, de acordo com Roma, vem na forma do que é chamado graça preveniente. "Preveniente" significa que ela vem antes de outra coisa. Roma adiciona a esta graça preveniente o requerimento de que devemos "cooperar com ela e assentir diante dela", antes que ela possa atuar em nossos corações.

Esta concepção de cooperação é na melhor das hipóteses uma meia verdade. Sim, a fé que exercemos é nossa fé. Deus não crê por nós. Quando eu respondo a Cristo, é a minha resposta, minha fé, minha confiança que está sendo exercida. O assunto, contudo, se aprofunda. A questão ainda permanece: "Eu coopero com a graça de Deus antes de eu nascer de novo, ou a cooperação ocorre depois?" Outro modo de fazer esta pergunta é questionar se a regeneração é monergista ou sinergista. Ela é operativa ou cooperativa? É eficaz ou dependente? Algumas destas palavras são termos teológicos que requerer maior explanação.


MONERGISMO E SINERGISMO

Uma obra monergística é uma obra produzida por uma única pessoa. O prefixo mono significa um. A palavra erg refere-se a uma unidade de trabalho. Palavras como energia são construídas com base nessa raiz. Uma obra sinergística é uma que envolve cooperação entre duas ou mais pessoas ou coisas. O prefixo sun significa "juntamente com".

Eu faço esta distinção por um razão. O debate entre Roma e Lutero foi travado sobre este simples ponto. A questão era esta: A regeneração é uma obra monergística de Deus ou uma obra sinergística que requer cooperação entre homem e Deus? Quando meu professor escreveu "A regeneração precede a fé" no quadro negro, ele estava claramente tomando o lado da resposta monergística. Depois de uma pessoa ser regenerada, esta pessoa coopera pelo exercício de sua fé e confiança. Mas o primeiro passo é a obra de Deus e de Deus tão-somente.

A razão pela qual não cooperamos com a graça regeneradora antes dela agir sobre nós e em nós é que nós não podemos. Não podemos porque estamos mortos espiritualmente. Não podemos assistir o Espírito Santo na vivificação de nossas almas para a vida espiritual, da mesma forma que Lázaro não podia ajudar Jesus a ressuscitá-lo dos mortos.

Quando comecei a lutar com o argumento do Professor, fiquei surpreso ao descobrir que o estranho som de seu ensino não era novidade. Agostinho, Martinho Lutero, João Calvino, Jonathan Edwards, George Whitefield - até o grande teólogo medieval Tomás de Aquino ensinaram esta doutrina. Tomás de Aquino é o Doctor Angelicus da Igreja Católica Romana. Por séculos seu ensino teológico era aceito como dogma oficial pela maioria dos Católicos. Então, ele era a última pessoa que eu esperava sustentar tal visão da regeneração. Todavia Aquino insistiu que a graça regeneradora é uma graça operante, e não uma graça cooperativa. Aquino falou da graça preveniente, mas ele falou de uma graça que vem antes da fé, que é a regeneração.

Estes gigantes da história Cristã derivaram a visão deles das Sagradas Escrituras. A frase chave na Carta de Paulo aos Efésios é esta: "estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)" (Efésios 2:5). Aqui Paulo localiza o tempo em que a regeneração ocorre. Ela ocorreu "quando estávamos ainda mortos". Com um único raio de revelação apostólica foram esmagadas, total e completamente, todas as tentativas e entregar a iniciativa na regeneração aos homens. Novamente, homens mortos não cooperam com a graça. A menos que a regeneração ocorra primeiro, não há possibilidade de fé.

Isso não diz nada de diferente do que Jesus disse a Nicodemus. A menos que um homem nasça de novo primeiro, ele não pode ver ou entrar no reino de Deus. Se nós cremos que a fé precede a regeneração, então nós colocamos nossos pensamentos, e, portanto, nós mesmos, em direta oposição não só aos gigantes da história Cristã, mas também ao ensino de Paulo e do nosso próprio Senhor Jesus Cristo.

(do livro, O Mistério do Espírito Santo, Tyndale House, 1990)

Meu Comentário:

Outras passagens na Bíblia que claramente ensinam que a regeneração precede a fé:

1 João 5:1 - "Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é o nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou, ama também ao que dele é nascido.", João 1:13, Rom 9:16

João 6:63,65 "O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. E continuou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for concedido".

http://www.monergism.com/thethreshold/articles/onsite/sproul01.html

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 18 de Março de 2003.


www.monergismo.com

Este site da web é uma realização de
Felipe Sabino de Araújo Neto®
Proclamando o Evangelho Genuíno de CRISTO JESUS, que é o poder de DEUS para salvação de todo aquele que crê.

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Livros Recomendados

Recomendamos os sites abaixo:

Academia Calvínia/Arquivo Spurgeon/ Arthur Pink / IPCB / Solano Portela /Textos da reforma / Thirdmill
Editora Cultura Cristã /Edirora Fiel / Editora Os Puritanos / Editora PES / Editora Vida Nova

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Da droga para a lama: imagens chocantes mostram a destruição física de viciados

 

Depois de algum tempo, os cabelos já não são os mesmos. O rosto perde a cor. As bochechas somem. Os dentes caem.  A pele ganha manchas, olheiras, rugas, machucados. Os olhos perdem completamente o brilho.

Esses são os efeitos físicos mais visíveis causados pela uso de drogas pesadas, incluindo cocaína, heroína e metanfetamina – como você pode ver nas chocantes imagens abaixo.

As fotos à esquerda mostram viciados de drogas ao serem presos pela primeira vez. Às da direita, revelam as mesmas pessoas algum tempo depois, durante a segunda, terceira ou quarta passagem pela cadeia. As imagens foram organizadas pelo gabinete do xerife do Condado de Multnomah, no Estado de Oregon, nos Estados Unidos, com o objetivo de alertar a população para os efeitos reais das drogas.

E são apenas os efeitos físicos. Imaginem os efeitos psicológicos. Assustador, não?!

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Fotos com diferença de 7 anos

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Diferença de 3 anos

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Diferença de 3 anos

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Diferença de 4 anos

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Diferença de 2 anos

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Diferença de 4 anos

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Diferença de 7 anos

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Diferença de 6 meses

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Diferença de 4 anos

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Diferença de 11 anos

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Diferença de 8 meses

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Diferença de 1,5 anos

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Diferença de 2,5 anos

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Diferença de 1 ano

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Diferença de 3 meses

terça-feira, 9 de agosto de 2011

ESTRATÉGIAS PARA PESSOAS COM DÚVIDAS (Verner Becker)

(Adaptado por Hilton)

Você já teve ter percebido que o caminho para obter as respostas para as suas dúvidas não é descoberto com facilidade – e possivelmente nunca será. Mas com certeza você encontrará algumas respostas – embora elas possam pegá-lo de surpresa. E você aprenderá e crescerá, à medida que for perseguindo suas dúvidas.

Tentei selecionar alguns dos melhores conselhos que recebi das pessoas com quem compartilhei minhas dúvidas nestas linhas que se seguem. Considere as seguintes dicas não do tipo faça-isso-e-suas-dúvidas-desaparecerão, mas antes como uma lista de sugestões que você poderá seguir ou sobre as quais deverá refletir quando você se depara com suas dúvidas. Creio que está lista o ajudará, da mesma forma como me ajudou.

1. Seja honesto consigo mesmo. Será que suas dúvidas são mesmo reais, ou você está tentando evitar encarar algo que já sabe ser verdade.

2. Dê-se a liberdade de duvidar. Desfaça-se de todas as noções de que duvidar é pecado ou impróprio. A dúvida não é igual à descrença. Se você é um verdadeiro questionador, lembre-se de que é uma pessoas especial, alguém que não se satisfaz com uma forma simplista de ver a vida. Permitir-se buscar respostas para as suas dúvidas irá conduzi-lo pelo caminho do crescimento espiritual, em lugar da estagnação.

Lembre-se que você está em boa companhia. Em toda a bíblia, podemos encontrar personagens que duvidaram. Leia os Salmos ou examine personalidades bíblicas como Jó, Davi, Salomão (particularmente em Eclesiastes), João Batista, Tomé e outros, para ver como suas dúvidas foram expressas e respondidas.

Virtualmente todos experimentam dúvidas em um certo momento de suas vidas, embora alguns possam duvidar mais que outros. Jay Kesler usou uma fórmula prática chamada regra 90/100: examine seus sentimentos e admita que 90% do mundo sente-se da mesma maneira. Se você tem dúvidas, provavelmente a maioria das pessoas a seu redor também as tem. Até mesmo os materialistas e agnósticos duvidam da sua “fé”.

3. Considere os fatos com franqueza o que exatamente o está fazendo duvidar? Você consegue apontar a causa exata? Será, por acaso, um acontecimento inexplicável, como uma morte, um divórcio, uma doença ou alguma outra tragédia? Será uma nova informação, como algo que um professor disse a respeito da evolução, ou uma declaração complicada que você tenha lido num livro? Ou será ainda uma pessoa – alguém de seu grupo de juventude que professe fé em Deus, mas que está litigando toda hora? Um amigo cristão em que você confiou e o desapontou? Quanto melhor a ajuda que você tenha sobre a causa de suas dúvidas, melhores chances você terá de encontrar as respostas.

4. Separe a verdade do comportamento. Muitos não-crentes dizem que a maior dificuldade que têm com o cristianismo são os próprios cristãos. Eles têm amigos cristãos na escola que são esnobes, vêem um cristão enganar sua esposa, ou assistem a pregadores na TV manipulando as pessoas em busca de dinheiro, e dizem: ‘se isso é que é ser cristão, eu não quero tomar parte disso’. Eles têm razão: cristãos que fazem coisas estúpidas em nome de Deus não o representam muito bem perante o resto do mundo. Mas isto significa que o evangelho não é verdadeiro?

Se você estiver trabalhando num problema de Geometria e aplicar o Teorema de Pitágoras incorretamente, isto significará que o teorema e falso? Ou significa que você usou algo verdadeiro de maneira incorreta? O mesmo acontece com o cristianismo: o fato de ele ser verdadeiro ou não independe do comportamento de seus seguidores.

5. Tire sua temperatura biológico-emocional. Será que suas dúvidas são concomitantes a seu estado de humor criado pela solidão, pela fadiga, por ciclos menstruais ou uma agenda agitada? Ouça o seu humor e o seu corpo: vá se deitar, coma menos açúcar, tome parte de um grupo de oração ou de estudo bíblico. Reduza seus compromissos, se necessário. Ou talvez você só tenha que simplesmente esperar suas dúvidas passarem.

6. Analise como suas dúvidas a respeito de Deus se relacionam com sua visão pessoal do mundo. Por exemplo, se quando criança você teve um mau relacionamento com seu pai, talvez você ache difícil, ou mesmo aborrecido, pensar em Deus como seu Pai celestial. Tente identificar fatos sobre relacionamento em sua família que tenham afetado sua visão da vida e suas maneiras de pensar e sentir. Uma boa conversa com seus avós, por exemplo, poderá fazê-lo conhecer melhor a visão de mundo dos seus pais – e, portanto, a sua própria.

 
 

“Sei que devo ter paciência. Sei que Deus está me ajudando a crescer em todos os aspectos da minha vida. Sei que sempre terei dúvidas, mas Deus as está usando para ensinar-me mais”.

7. Encare diretamente as suas dúvidas. Não deixe que elas o paralisem. Em vez disto, enfrente-as e busque as respostas. Leia a bíblia e outros livros. Converse com o seu pastor ou com o dirigente do grupo jovem da sua igreja; compartilhe suas dúvidas com sua família ou com os amigos.

8. Expresse suas dúvidas a Deus. Não tenha medo de conversar diretamente com Deus sobre suas dúvidas e seus problemas. Ele é maior que todas as nossas dúvidas – Ele pode cuidar delas. Ele não o punirá por estar sendo honesto com Ele. Deus não é uma força, mas uma Pessoa; não hesite em aproximar-se dEle como uma pessoa. Reconheça que Ele se preocupa com você pessoalmente.

9. Empregue tempo para conhecer melhor a Deus. Passe alguns momentos a sós com Deus, lendo a bíblia, orando, louvando, mas também conversando com Ele. Encontre-o em diferentes lugares – no jardim, na praça, no trabalho, em seu quarto. Talvez mudar de cenário amplie sua visão e o ajude a resolver algumas de suas dúvidas.

10. Ouça a voz de Deus em diferentes lugares. Nossa tendência é a de subestimar a habilidade de Deus de falar conosco. Normalmente presumimos que Deus faz pouco mais do que ocasionalmente curar um amigo doente ou nos ajudar a encontrar um lugar para estacionar. Mas, imagine se o problema não for com Ele, e sim conosco? Na realidade, Deus está falando conosco a cada momento, e de muitas formas diferentes; nós é que simplesmente não o estamos ouvindo. Por quê? Porque não nos treinamos para sintonizarmos a sua voz (por voz, eu me refiro aqui não ao som audível, mas à sensibilidade à presença de Deus numa determinada situação).

Quais são as maneiras de Deus falar conosco? A bíblia, é claro, é a revelação mais clara e mais contundente de Deus a humanidade. Mas Ele pode falar-nos de outras maneiras. Pela oração, através das circunstâncias, pelos sentimentos, através de milagres, pela cura, pela música, através de outras pessoas, no louvor e na natureza. Alguns desses canais poderão dar-lhe uma recepção mais difusa, mas se você procurar ouvi-la cuidadosamente, a voz de Deus chegará até você.

As mensagens que Deus lhe envia, no entanto, podem não ser o que você espera e deseja. Deus não costuma dizer coisas como ‘aceite esse emprego’ ou ‘case-se com Tom’, e sim, mais frequentemente, algo como ‘eu estou contigo’, ‘eu o amo’, ‘confie em mim’ ou ‘eu cuidarei de você’. Deus está menos preocupado com as decisões que tomamos do que com a nossa tomada de consciência de que Ele está se envolvendo em nossas vidas.

(Uma observação: Deus nunca se contradiz. Podemos testar a validade de uma mensagem que acreditamos ser de Deus, comparando-a com a mensagem das Escrituras. Se a mensagem se opõe aos ensinamentos bíblicos, podemos rejeitá-la.)

Muitos duvidam de Deus, porque nunca o encontraram pessoalmente – isto é, porque nunca se sintonizaram com a sua voz. Deus esteve batendo no porta deles, talvez, durante anos, mas eles não atenderam. Estará Deus falando de alguma forma que você não esteja percebendo? Você está ouvindo? Apenas saber que Ele está lá pode causar toda a diferença em sua maneira de encarar suas dúvidas.

11. Focalize-se em Jesus Cristo. O cristianismo, no fundo, não teria sentido algum sem Cristo. Sua vida, seus ensinamentos e sua vitória sobre o pecado e a morte são a fundação sobre a qual a nossa fé é construída. Leia os quatro Evangelhos cuidadosamente, permitindo-se experimentar os sentimentos que aqueles que estão ali ao redor de Cristo devem ter sentido, e aplique seus ensinamentos aos acontecimentos diários e relacionamentos em sua vida. Jesus Cristo tem uma maneira própria de chegar até as pessoas, penetrando resistentes carcaças de ceticismo ou de resistência e defrontando-as face a face com Ele.

12. Relaxe com o que você já conhece. Lembre-se de quantas perguntas Deus responde no nossa vida. A bíblia contém tudo o que você precisa para encontrar-se pessoalmente com Deus, para ter o tipo de vida que fará diferença no mundo, e de viajar, pela morte, em direção a uma glória eterna com Ele. As Escrituras também dedicam espaço(Jó, Salmos, Eclesiastes, Romanos 9-11 e outros textos) para a luta com algumas dúvidas aparentemente sem respostas que você possa estar formulando. mas esse material representa uma porção extremamente pequena da bíblia. Será possível que essa pequena proporção indique quão importante Deus acha que obter as respostas representa para nós? Se Ele quisesse que nós tivéssemos essas respostas, enquanto passou pela terra, não as teria dado?

13. Lembre-se que toda a verdade é a verdade de Deus. Uma coisa é dizer que a bíblia contém tudo o que precisamos, outra, muito diferente, é dizer que ela contém tudo o que há para sabermos. Algumas vezes, caímos na armadilha de presumirmos que há dois tipos distintos de verdade – a espiritual e a secular. Erroneamente pensamos que apenas a verdade espiritual, basicamente, a bíblia, é a única verdade que interessa. A verdade secular – que inclui tudo, desde sobre como desobstruir um dreno, na ciência médica, até a psicoterapia – seria de certa forma “menos verdadeira” ou importante, por não referir-se diretamente a Deus ou por ser promovida pelos não-cristãos.

Esta visão esquizofrênica da verdade ignora o fato de que Deus criou tudo no mundo, e que, em última análise, toda a verdade tem sua origem em Deus. Desde que não contradigamos os ensinamentos das Escrituras, estamos livres para explorar e para descobrira verdade – a verdade de Deus -, onde quer que ela possa ser encontrada.

14. Espere aprender e crescer através do seu próprio processo de busca. Da mesma maneira que Jacó lutou com Deus e emergiu como uma pessoa renovada (Gn. 32-22-32), você também pode esperar modificar-se e crescer, enquanto luta com suas dúvidas. À medida que você e encontra algumas respostas, pode descobrir que as respostas não significam tanto para você quanto o processo de busca por elas. Você pode até terminar falando como várias pessoas que disseram: ‘Não me interessa mais saber a resposta, mas sei que Deus está lá por mim e isto é tudo o que interessa’.

15. Reconheça que a vida não é simples. Os tipos de perguntas duras que você está formulando raramente têm uma resposta preto-no-branco, ou sim ou não. Embora Deus não se contradiga, o mundo parece estar repleto de contradições. Grupos terroristas explodem pessoas, milhares de seres humanos morrem de fome na Etiópia, enquanto os americanos ficam a cada dia mais gordos. Líderes religiosos devotados executam atos de barbárie em nome de seu Deus.

Como podem essas coisas ser reconciliadas com o amor do Deus Todo-Poderoso que está no controle do mundo? A simples resposta é que não há uma resposta simples. Não podemos explicar (em outros termos mais específicos) por que as coisas acontecem da forma como acontecem. Somos seres humanos finitos, que não podem fingir entender os mistérios de um Deus infinito.

Às vezes chegamos a um ponto em que temos que dizer ‘eu não sei’. Muitos cristãos temem dizer estas três palavras. Em vez disto, eles vêm com respostas e frases simplistas, sentimentos que de algum modo servem para encobrir suas inadequações diante de Deus. Certamente dói dizer ‘eu não sei’. Mas há momentos em que isto pode ser a coisa mais honesta que podemos dizer para as outras pessoas – ou a nós mesmos.

16. Deixe Deus ser Deus. Todas as perguntas que formulamos têm respostas deste lado dos céus. Mas, então, não é assim que deveria ser? Se Deus é o criador e nós a sua criação, não faz sentido que Ele saiba mais que nós? Podemos questionar e gritar por Ele, mas nunca poderemos compreendê-lo completamente. Às vezes precisamos receber e aceitar a ‘divindade’ de Deus. “Oh, que Deus maravilhoso nós temos!”, escreve o apóstolo Paulo em Romanos 11:33-36 :

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis são os seus caminhos! Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? Ou quem se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amen”.

Boas Lembranças para Estudantes Leigos das Escrituras

Recife, 2003.

Shalom Adonai!

Antes de tudo, gostaria de fazer menção de Robert Raikes (1735-1811), fundador da E.B.D. no mundo; e Robert Reid Kalley (1809-1888), fundador da E.B.D., em caráter permanente, no Brasil.(Fonte: revista Vida Cristã, 3T – 99, pg. 44). A escola dominical de Robert Raikes começou em 20 de Julho de 1780 e a idéia se espalhou com incrível velocidade. No Brasil, a primeira Escola Dominical nasceu em Petrópolis, RJ, no dia 19 de Agosto de 1855, na casa do médico e missionário escocês Robert R. Kalley. Neste dia havia cinco crianças presentes, e a esposa, Sarah Kalley, contou a história de Jonas. Sempre sou grato a Deus pela existência da E.B.D., que para mim é o “seminário dos cristãos”. Por isso vou chamá-los de ‘seminaristas’. O intuito desta circular é de despedida pelo término do ‘ciclo programático discipular’. Chique, heim?! Os que completaram boa parte das lições serão promovidos a outras classes, e os que não, permanecerão conosco, ou ... Em anexo, vai um material de ‘introdução bíblica’. Sem mais delongas, fujamos da insipiência, obscurantismo e nanismo espiritual através da leitura e prática diária da bíblia. Em Cristo, Hilton Terra!

ESTUDO E APLICAÇÃO DA BÍBLIA

Não há uma caminho fácil para se dominar o conteúdo da bíblia. Os que não são estudantes da bíblia sabem pouco da mesma, pois gastam pouco tempo no estudo dela. São poucos os que estudam profundamente a palavra de Deus, a não ser que tenham alguma meta a alcançar. Porém ,se conhece mais a bíblia do que a pratica. Como estudantes de teologia, precisamos de um estudo sistemático da bíblia e a aplicação diária dos seus ensinos.

ESTUDO DE UM LIVRO

A bíblia é uma coleção de livros e não pode ser estudada em pouco tempo. Você deve começar com um livro; entender seu conteúdo detalhadamente antes de passar para outro livro, não esquecendo da unidade de pensamento que liga os 66 livros. Mas devemos entender que cada livro tem sua unidade distinta (foi escrito por um autor, para um determinado propósito e para atender a uma necessidade específica). A mensagem de um livro pode se relacionar com outros livros, de modo geral, mas tem aspecto distinto que são dirigidos para o encontro de necessidades daqueles a quem foram dirigidos. Em muitos casos essas mensagens só podem ser vistas quando se estuda um livro como um todo. Os detalhes do livro tem relação com a mensagem central. Como exemplo: o entendimento de um versículo só pode haver se não removê-lo do texto. O erro está em isolar o versículo do texto e aplicá-lo a qualquer situação.

DESCOBRINDO O FUNDAMENTO HISTÓRICO

Qualquer livro da bíblia só pode ser compreendido se houver uma leitura minuciosa, apurada, para que haja uma aplicação. Para você iniciar a leitura deve saber: - quem escreveu o livro; - a quem foi escrito; - qual o propósito. Há livros que podem identificar o seu autor, o povo para quem foi escrito e o objetivo. Exemplo: ‘Paulo, apóstolo de Jesus Cristo...; em seguida identifica os seus leitores e comenta o por quê da carta. Nem sempre o livro trás o seu autor. Exemplo: Atos, Daniel, Hebreus; a consulta de uma introdução ao antigo e ao novo testamento poderá ser feita para obter esta informação. A palavra de Deus contém ensinos muito importantes referentes às relações do homem com a sua família, com sua comunidade, com seu país. A bíblia ensina sobre a responsabilidade do indivíduo perante os oficiais do governo e seu respeito pela lei.

APLICAÇÃO DO ENSINO DA BÍBLIA

Visto que a cultura e o ambiente mudaram, as verdades divinas da bíblia devem ser adaptadas a novas formas de expressão que precisam ser aplicadas a essa geração. Algumas pessoas são incapazes de distinguir entre a essência da verdade bíblica e a forma de sua expressão. Paulo ensinou em I Coríntios que as mulheres cristãs não deviam de forma alguma dar a aparência de imoralidade. Portanto, elas não deveriam aparecer em público sem o véu, nem cortar o cabelo. De acordo com a lei judaica, a mulher que fosse condenada por motivo de adultério teria a cabeça tosquiada ou rapada. Para Paulo, as mulheres cristãs deveriam ser virtuosas. Esse princípio é da época de Paulo, o uso do véu ou cabelos compridos. A tarefa da interpretação é descobrir o princípio divino da verdade. A tarefa da aplicação é sugerir formas de expressão pelos quais o princípio possa ser expresso na sociedade de hoje. As mulheres que cortam seu cabelo e aparecem em público sem usarem o véu não estão, de forma alguma, identificadas como pessoas imorais nos dias de hoje. Os costumes são diferentes na époce moderna. Todavia, certos estilos de indumentária e ação pública sugerem padrões imorais baixos. A aplicação dos ensinos bíblicos não deveriam começar com a vida dos outros. A maior necessidade é que cada um leia a bíblia todos os dias e que aplique seus ensinos na sua própria vida. O desejo de cada cristão deveria ser a posse de uma vida cristã mais vitoriosa, e assim a demonstração de um testemunho mais eficiente. Isso é possível somente por meio de um estudo diário da bíblia. O indivíduo deve desejar para sua vida espiritual certo aperfeiçoamento, e descobrir na bíblia o que Deus quer de nós, e as instruções para se viver a vida cristã autêntica. O estudo devocional da bíblia deve incluir exercício de memória. Decorar versículos enriquece a memória e a vida pessoal no sentido da espiritualidade. A meditação freqüente e a repetição de uma passagem bíblica resulta no aprofundamento espiritual e melhor discernimento da mensagem bíblica textual.

Para os cristãos, a bíblia é o livro mais importante que já se escreveu. Ainda que o mundo esteja cheio de literatura sacra, há somente um livro que merece crédito para o conhecimento da verdade. É o único registro divinamente inspirado da revelação redentora que Deus fez de si mesmo e de sua vontade. O crsitão aumenta o seu conhecimento de Deus e de seu plano redentor mediante um conhecimento da bíblia. Ainda que Deus se faça conhecido pelo homem por outras fontes além da bíblia, Deus e sua vontade podem ser entendidos adequado somente à luz do registro bíblico da auto-revelação de Deus. Sendo assim, façamos todo esforço para ler a Palavra de Deus diariamente.

Soli Deo Gloria! Terra.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pensamentos de Amizade

“O encontro com o amigo acontece… a qualquer momento. E quando  você o encontra tem a impressão de que ele estava jstamente a sua espera.”

“Você fala, chora, ri, canta, admira, interroga, silencia e… o amigo está alí, ouvindo, chorando, rindo, cantando, admirando, respondendo, calando com você.”

“O amigo é alguem diante de quem você é você mesmo".”

“Quando o amigo o escuta você sente que aquilo que lhe conta e lhe acontece é muito importante para ele, mesmo que a você pareça pequeno.”

“Quando você sofre o amigo é aquele que sofre com você e, sem lhe dizer nada, faz você entender que o amor é irmão gêmeo da dor.”

“Há amigos mais chegados que um irmão.”

“Eu vos chamei de amigos.”

“As pessoas que tem a paciência de fazer as coisas simples da vida são as que adquirem com facilidade a arte de fazer as coisas difíceis.

Na arquibancada da vida há sempre alguém esperando algo…, na tentativa de poder compreender o verdadeiro significado da palavra “vida” e de provar um pouco do gosto da felicidade.

Contudo, a vida é a arte dos encontros, embora haja tantos desencontros.

Se no futuro não puder ser o vosso presente, lembrem-se que um dia fui um pouco do vosso passado.”

Hilton terra.(adaptado)images

O sonho de um amigo no dia do amigo

Desejo que este dia do amigo seja diferente para cada um de nós...
Desejo que possamos olhar as circunstâncias da vida como uma escalada para o céu...
Desejo que vivamos de maneira intensa a vida a nós proposta nesta vida...
Que não nos limitemos à luz que já alcançamos mas busquemos mais...
Que possamos fazer nossa esta oração musical...
Feliz dia do amigo 2011...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sexo dos anjos ou distorção Bíblica?

A Expressão “filhos de Deus”em Gênesis 6:2 refere-se a anjos?

O termo “filhos de Deus” é empregado na A. T. para anjos e para homens, verdadeiros crentes, compromissados com a obra de Deus. As passagens que se referem a anjos como “filhos de Deus” incluem Jó 1:6;2:1;38:7; Sl. 29:1;89:6. Mas, as ocorrências com referência a homens que tem um relacionamento de aliança com Deus são tão numerosas na A. T. como aquelas que se referem a anjos (Dt.14:1;32:5; Sl. 73:15; Os. 1:10 - e, cremos, Gn. 6:2 também).As razões por que entendemos que Gênesis 6:2 refere-se a membros da família da aliança, descendentes da linhagem de Sete, são muito fortes. As Escrituras ensinam com clareza que os anjos são “espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb.1:14). Embora possam de vez em quando aparecer sob forma corpórea semelhante a homens, não tem corpos físicos e, por isso, não conseguem manter relações com mulheres. A especulação rabínica de que a referência em Gn. 6:2 é a anjos constitui uma curiosa intrusão de superstição pagã sem nenhuma base no resto das Escrituras. A idéia de seres humanos incomuns, dotados de estatura gigantesca (nephilim), terem resultado desses casamentos não se baseia em nenhuma evidência de paternidade angelical. Ninguém declara que os filhos de Enaque (Nm. 13:33), de Golias e de seus irmãos (I Sm. 17:4-7; II Sm. 21:18-22), tinham ligação com os anjos por causa de sua grande estatura; tampouco há razões para que possamos supor que os gigantes antediluvianos tinham ascendência Angélica.

Talvez fosse necessário aqui um último comentário sobre os anjos: se admitíssemos que os espíritos conseguem, de alguma forma, manter relações sexuais com seres humanos – eles não podem – nem assim deveriam enquadrar-se na passagem que estamos estudando. Caso fossem demônios, isto é, seres decaídos que seguiram Satanás, de modo algum poderiam ser chamados de “filhos de Deus”. Os espíritos maus destinados ao inferno jamais são assim designados nas Escrituras. Tampouco poderiam ter sido anjos de Deus, visto que eles vivem em obediência ao Senhor. Não tem outro objetivo ou desejo senão o de fazer a vontade de Deus e glorificar seu nome. Portanto, está fora de cogitação qualquer envolvimento sórdido de anjos, como “filhos de Deus”, com jovens mulheres impiedosas.

Matéria tirada da “Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas. Autor: Gleason Archer. Editora Vida. (Hilton terra)

Evangelização–Ordem de Deus, Compromisso do Cristão

EVANGELISMO

1. Etimologia

A palavra “evangelho” vem de dois vocábulos gregos: “eu”, que quer dizer “bom”, e “angelia”, que significa “mensagem, notícia, novas”. Assim a palavra euuangelion quer dizer “boas novas, notícias alvissareiras – que pede ou dá alvíssaras: prêmio ou recompensa que se concede a quem anuncia boas novas ou entrega coisa que se perdera).

No hebraico é “bessorah” (II Sm. 18:20,25,27; II Rs. 7:9), que a Septuaginta traduziu por euuangelion, e indica as próprias boas novas (Is. 52:7). Originalmente significava “pagamento pela transmissão de uma boa notícia”. Com o tempo, passou a ganhar novo significado no mundo romano de fala grega, em virtude do culto ao imperador, pois a palavra euuangelion era usada para anunciar o nascimento deste ou sua coroação. (Lc. 2:10,11). Esse vocábulo, que é encontrado 76 vezes no N.T., só aparece no singular; o verbo euuangelizo, “evangelizar”, 54; e euuangelistes, “evangelista”, 03.

O Senhor Jesus Cristo é o conteúdo do evangelho: sua vinda, seu ministério terreno, seu sofrimento, morte e ressurreição (Rm. 1:1-7). Só através do evangelho é que o homem conhece a salvação na pessoa de Jesus (I Co. 15:1,2).

2. Definição do termo em quatro estágios

1º → AçãoApresentar Cristo 2º → PoderO Espírito Santo

3º → Propósito – Que os homens recebam 4º → ResultadoServir a Cristo como Senhor

Cristo como salvador

Segundo esta definição, evangelizar é: “apresentar Cristo, no poder do Espírito Santo, de tal forma que os homens possam recebê-lo como Salvador e servi-lo como Senhor”.

3. A Grande Comissão

“O cristianismo, em sua forma mais pura, nada mais é do que ver Jesus.

O serviço cristão, em sua forma mais pura, nada mais é do que imitar aquele a quem vemos. Ver sua majestade e Imitá-lo, essa é a suma do Cristianismo”. (Max Lucado)

3.1 Dois Prismas da Grande Comissão

a) Atingir o mundo com a perspectiva de massa; essa deve ser uma das nossas preocupações.

(Mt. 24:14).

b) Atingir o mundo através da perspectiva do indivíduo, conhecendo o valor de cada pessoa para Deus. (I Tm. 2:4).

3.2 Cinco Versículos que Falam sobre a Grande Comissão

· Mt. 28:18-20 → Fazei discípulos, disse Jesus.

· Mc.16-15 → Pregai a toda criatura.

· Lc. 24:47 → Arrependimento para remissão de pecados.

· Jo 20:21;17:18 → Para falar de Jesus preciso ter paz no coração.

3.3 IDE

a) Ir aonde as pessoas estão. (Mc. 1:21,38; 5:24; At. 8:26; 9:10-17; 10:23)

b) Depressa, pois os campos já estão brancos para a ceifa e o adversário sabe que pouco tempo lhe resta. (João 4:35; Ap. 12:12)

c) Evangelizar, tornando Cristo de tal maneira conhecido ao homem que cada um se sinta obrigado a fazer uma decisão pessoal, aceitando ou recusando. (Ef. 2:17)

4. Métodos de Evangelização

a) Evangelismo pessoal; c) Evangelismo através de literatura – folhetos, livros, cartas...

b) Evangelismo de massa; d) Evangelismo criativo – teatro, mímica, dramatizações...

4.1 Formas de Evangelização

a) Ensino b) Pregação c) Testemunho

4.2 Causas que impedem a evangelização

· Falta de despertamento e ensino * Pecado * Medo

· Demasiados ensaios * Desentendimentos

5. Como fazer uma abordagem

a) A primeira coisa do evangelismo: aja naturalmente, você vai compartilhar algo precioso , importante para aquela vida; pense na importância que essa pessoa tem para Deus; não seja mecânico.

b) Dependência de Deus: o Espírito Santo lhe iluminará sobre o que falar, como falar e quando falar. “Nunca diga não, mas um talvez e explique o certo. Não fale duas pessoas; uma fala e a outra ora”.

c) Cative a atenção, procure aproximação – apresente-se, diga seu nome e procure saber o dela; olhe nos olhos.

d) Ouça as pessoas, interesse-se por sua vida, mantenha um diálogo.

e) Compartilhe o plano da salvação

· Demonstre o amor de Deus (Jô 3:16)

· A situação do homem (Rm. 3:12,23)

· A necessidade do perdão (Rm. 6:23)

· O mediador (I Tm 2:5; Lc. 19:10)

· Arrependimento e adoção (Jo 1:12)

# Se possível ore com ela e encaminhe-a a uma igreja.

5.1 O que fazer quando um endemoninhado surgir?

a) Não orar na hora;

b) Não demonstrar medo;

c) Não causar momento pentecostal;

d) Não perguntar nada (*)

e) Não deixar todos em cima do endemoninhado gritando;

f) Não usar de violência.

g) Simplesmente permaneça firme e ordene em nome de Jesus e ele sairá; isto considerando a sua condição moral e espiritual diante de Deus. (At. 19:11-16)

· Autoridade delegada – Mt. 10:8; Mc. 16:17; Lc. 10:19.

· Nome poderoso – Mt. 28:18; João 14:13; Fil. 2:9-11.

· Experiências – Lc. 10:17; At. 3:6,16; 16:16-18.

h) Mt. 8:28-34 / Mc 5:1-20 / Lc. 8: 26-39; Mc. 1:21-26 / Lc. 4:33-35

6. Discernimento, Sensibilidade e Compaixão

Quando o evangelho fala da fé que cura, ele se refere às vezes à fé do sofredor (Mt. 9:22,28) , mais frequentemente trata-se da fé de outros, dos pais ou dos que intercedem pelo doente (Mc. 2:5; 5:22,23).

Quando fala da oração que cura, o evangelho algumas vezes refere-se à oração do sofredor (Mt. 20:30-34; Lc. 17:13), e mais freqüentemente à oração de outros (Mc. 7:26; Lc. 7:3). Vemos Jesus curar doentes que não esperavam nada dele, como o paralítico de Betesda, por exemplo (João 5:5-9) que apenas esperava um passe de mágica.

Fomos ungidos para pregar as boas-novas aos mansos, restaurar os contritos de coração, proclamar liberdade aos cativos e abertura de prisão aos presos; para anunciar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; para consolar todos os tristes; ( Isaías 61:1-3). E o que temos feito? Muitas vezes temos agravado a dor dos aflitos e enfermos com uma hermenêutica confusa e anti-bíblica. É preciso discernir a vontade de Deus, ser sensível à voz do seu Espírito e ter compaixão pelas almas.

 SOLI DEO GLORIA!

Hilton Terra.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Icabode: Foi-se a Glória de Deus…

O corre-corre da vida moderna tem feito as pessoas agirem de acordo com os padrões do “sistema”. E assim, aqueles que deveriam ser “diferentes” – os cristãos – , também de deixam influenciar.

Assim como o organismo deve ser se precaver das doenças que o cercam, assim os discípulos de Cristo devem se cuidar das “astutas ciladas do diabo”. Cuidado com os parasitas. Faça exames periódicos!

As Escrituras relatam que quando há um afrouxamento dos valores cristãos as pessoas ficam enfermas. E como consequência da “doença” vem a morte.Estou usando o livro de 2Samuel 2:12-36; 3:1b; 4:1-22.

Como irmãos e amigos precisamos cuidar uns dos outros. E neste zelo vamos caminhando para canaã. “Foi-se a glória de Deus – Icabode”. Não desejo ser nem quero que sejas Icabode. Por isso precisamos manter vigilância!

Vigiai e orai, disse Jesus. Como soldados devemos ter tempo para ler, meditar e orar. Senão a casa cai. Somos templos, Somos jovens, Somos um.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Bacharel em Teologia ou Pastor? Osvaldo Luiz Ribeiro

Recentemente a OAB manifestou-se sobre os Cursos de Graduação em Direito: consta ter reprovado 2/3 dos postulantes, egressos deles. Interessantíssimo isso – 2/3 dos Bacharéis em Direito, egressos de Universidades e Faculdades importantes do país, até podiam ser bons bacharéis, mas ainda não estavam prontos para começarem a ser bons advogados... Um bom advogado provavelmente tem um bom diploma na parede, mas ter um bom diploma na parede, parece, não significa já ser um bom advogado. Sequer ser um advogado...

Num outro contexto, fui levado a refletir sobre o fato de que um médico, para o vir a ser, deve cumprir uma enorme carga curricular, durante um longo tempo (mais do que os quatro anos de Teologia). Depois, disso, ainda, deve fazer residência. E depois disso, ainda, deve fazer especializações. Esborracha-se de estudar, se quer preparar-se para ser aquilo para o que considera ser sua vocação...

Um advogado, para o vir a ser, deve ser, primeiro, Bacharel em Direito, e depois, aprovado pela Ordem. Um médico, a seu tempo, deve cursar medicina, fazer residência, fazer especialização... A questão é: quatro anos de Teologia formam o quê? Bacharéis ou pastores?

Não se trata de uma questão periférica, mas central. A rigor, salvo melhor juízo, as igrejas batistas não precisam, necessariamente, que um “vocacionado” chegue a ser, primeiro, Bacharel em Teologia, para que depois, e só depois, seja “ordenado” pastor. Uma igreja local poderia providenciar a ordenação de um vocacionado não formado, digamos assim. E isso acontece. Entretanto, há comunidades que preferem reservar os procedimentos da ordenação a vocacionados que tenham, primeiro, lapidado sua vocação num Seminário. Algumas, parece, começam a desejar Mestres e Doutores.

E esse é o ponto: quando essa comunidade, zelosa, prefere ordenar somente candidatos depois de encaminhados a Seminários, e ainda somente depois de concluídos seus respectivos Cursos de Graduação em Teologia, essa comunidade está mandando o candidato estudar para ser o quê? Bacharel em Teologia? Ou Pastor? Por sua vez, quando o vocacionado sai do Seminário, ele sai o quê? Pastor? Ou Bacharel em Teologia?

O Seminário não pode ser um check-point. Tenho minhas dúvidas se um Seminário tem condições de formar “pastores”. Acredito que Seminários tenham condições de formar Bacharéis em Teologia. Todo pastor deveria, a meu ver, necessariamente, ser um Bacharel em Teologia, mas nem todo Bacharel em Teologia é ou se tornará um pastor. Há algo no Pastor que falta no Bacharel em Teologia, mas há algo no Bacharel em Teologia que é imprescindível ao Pastor. Eu acho. Um Bacharel em Teologia que não seja pastor me parece uma coisa possível e natural. Agora, um pastor que não seja Bacharel em Teologia não me soa bem, ainda que os haja e os tenha havido, e bons, dir-se-á...

Temos tido a experiência de formar cada vez mais Bacharéis em Teologia recém-saídos da adolescência – e o comportamento de alguns denuncia que ainda estão lá! Para um Bacharel em Teologia, essa tenra idade não é problema. Mas para um pastor... Penso que a demanda pastoral esteja além da capacidade de centros de formação: maturidade se ensina? experiência? espiritualidade? vocação? humanidade? Essas coisas, quero crer, não são ensinadas, mas apreendidas durante a vida... ou não. El Greco, para tornar-se El Greco, foi morar com Ticiano, e só saiu de lá quando começou, como previra o mestre renascentista, a lhe observar os erros do pincel...

Já Teologia, sim, se ensina, e todas as demais coisas relacionadas a um Curso de Bacharel em Teologia. Talvez, se tivéssemos a compreensão mais assentada, mais clara, melhor definida, de que cursos de Graduação em Teologia devem formar Bacharéis em Teologia (bons nisso, competentes nisso; que saibam transitar pelas ruas e vielas na História da Teologia; que degustem seus conceitos e, como abelhas, vomitem mel; que conheçam seus problemas e desafios; que saibam refletir a partir da Tradição e além dela; que saibam respeitar a História e contribuir para sua reconstrução ininterrupta; que saibam manejar adequadamente as línguas bíblicas e a própria Bíblia; que tenham intimidade com as Ciências Humanas naquilo que é incontornável para a reflexão teológica; que tenham as introduções mínimas às questões de prática pastoral [como os Bacharéis em Direito têm as de, por exemplo, Prática de Direito Penal] e administrativa [acaba de ser criada uma Faculdade de Teologia Umbandista, reconhecida pelo MEC, em que uma das disciplinas é Administração Templária]); assentada essa compreensão entre nós de que Cursos de Graduação em Teologia devem formar Bacharéis em Teologia, penso que as coisas caminhariam melhores.

Por que digo “as coisas caminhariam melhores”? Porque a situação em que se tratam os cursos de Graduação como lugares em que o vocacionado vai para se tornar pastor gera uma crise de identidade nesses cursos, que pensam poder fazer aquilo para o que somente a vida, abaixo de Deus, tem competência para realizar. Sim, sim, sou da opinião de que um pastor deve, obrigatoriamente, ser um Bacharel em Teologia. Não daria meu apêndice a ser operado por um primeiro-anista de medicina (salvo na guerra, ou em emergências, que as há!), e se minha casa pegar fogo, gostaria que o bombeiro que lá chegasse tivesse feito todos os cursos necessários para operar mangueira e hidrante, escada e machado... Gosto de pensar na figura de um pastor que, sendo o que é, um pastor, tem por trás de si a formação teológica indispensável para orientar o rebanho e dialogar com a comunidade. Menos do que isso penso que não é digno da tarefa que lhe cabe, respeitadas as opiniões próximo-montanistas... Os Cursos de Graduação em Teologia, portanto, devem ter, em última análise, e a meu juízo, a compreensão de que, de seus quadros discentes, sairão levas de vocacionados, que a partir daí, hão de continuar sua formação, prática e teórica, até a ordenação. Ao lado disso, gosto mais ainda de pensar que, enquanto esse vocacionado que lá na frente será pastor, e que começa a caminhar a longa jornada do preparo, por enquanto é ainda apenas um Bacharelando em Teologia, e enquanto tal deve estudar Teologia, ler Teologia, em sentido amplo, muito amplo, entendendo-se aí todo o cabedal de disciplinas indispensáveis ao grau que obterá. Os instrumentais teórico-práticos propriamente pastorais já devem, claro, ser introduzidos nessa fase – mas enquanto Bacharel, a ênfase deve ser a sua formação teológica.

Com isso deixaríamos de ter alguns problemas. Um deles seria a falsa idéia de que onde muito se estuda, pouco se forma em termos “espirituais”. Falsa inferência, algumas vezes com intenções não muito publicáveis nas entrelinhas. O estudo, o muito-estudo, nada tem de inadequado em relação à espiritualidade, salvo se isso que se chama espiritualidade é, antes, a repetição ladainhosa (permitam-me) de credos e dogmas não refletidos, recitados como novenas, que, contudo, criticamos em outros. Outra, a igualmente má idéia de que se é obrigado a estudar coisas – exegese, por exemplo – das quais um pastor pode prescindir (pasme-se, mas se ouve isso aqui e ali). Se é fato que um pastor, na prática, pode prescindir da exegese (assumindo o ônus disso, é claro), por outro lado, um Bacharel em Teologia não, esse deve dominar os rudimentos da disciplina. Outro, o enfrentamento incontornável da assunção da Teologia ao posto de Curso Reconhecido pelo Sistema Federal de Educação: Cursos de Graduação em Teologia formam Bacharéis em Teologia, profissionais de Teologia, os quais devem estar aptos, segundo a filosofia profissionalizante em voga, ao exercício das profissões relacionadas à carreira – seja o pastorado, seja qualquer outra, e há tantas...

Como um passo na formação do pastor, mas não “o” passo, os Cursos de Graduação em Teologia exerceriam mais eficientemente sua função. Talvez aí possamos começar a ver brotar, como há muito aguardamos, buquês de pensadores, teólogos, exegetas brasileiros. Se pastores brasileiros há, e quantos, bons e efetivamente eficientes, louváveis na sua história de cuidar de ovelhas, ainda precisamos construir espaços no âmbito da formação teológica batista que sejam, efetivamente, centros de formação de pensadores, de teólogos – que quando se tornarem pastores, unirão na mesma flor dois dos perfumes mais cheirosos e caros da Terra. A efetiva formação pastoral demandaria, assim, não apenas a formação teológica, mas especializações eminentemente pastorais, que não prescindem absolutamente de uma sólida base teológica sobre a qual se estabelecerá a formação do pastor... e da pastora.

Há muito que se fazer para tanto. Mas é preciso, antes, querer que o seja, e admitir que o caminho mais fácil nem sempre é o que garante a melhor chegada.

Eis ai alguém que pode dizer algo a mais

O que os olhos não viram... eu vi. terra!


Algumas pessoas se "escandalizaram" quando, da morte deste grande servo, afirmei que "o céu estava ficando interessante" ; Não o fiz por emocionalismo, sentimentalismo ou outros ismos que queiram rotular... não.Deus, que tem prazer na morte de seus santos, é quem mais esta interessado em tê-los consigo, ou não?! E por ter eles completado a sua jornada neste mundo e recebido do seu Senhor a promoção eterna é possível afirmar que o céu esta mais interessante porque mais um digno de posse celestial chegou ao seu destino, não por méritos próprios mas por graça e soberania do Eterno. Por isso não se turbe o vosso coração a meu respeito com estes "devaneios", não. Aprendam com este china/japona/coreano o que é servir a Deus com o coração grato apesar de...
Soli Deo Gloria. hilton terra.

sábado, 14 de maio de 2011

Problemas na Comunicação

Num determinado país do  globo havia uma lei favorecendo a natalidade. Necessitando de mão de obra, criaram uma lei que obrigava os casais a terem pelo menos dois filhos. Consistia no fato de que, para os casais que completassem cinco anos de casamento sem ter um filho o governo destacaria um agente para auxiliar o casal. Assim, tivemos o seguinte diálogo, entre marido e mulher:

MULHER: Querido, hoje completamos o quinto ano de casamento.

MARIDO: É, infelizmente não tivemos um herdeiro.

MULHER: Será que eles vão enviar o  tal agente?

MARIDO: Eu não sei.

MULHER: E se ele vier?

MARIDO: Bem, não tenho nada a fazer.

MULHER: Eu menos ainda.

MARIDO: Vou sair, pois já estou atrasado  para o trabalho.

Logo após a saída do marido, batem a porta. A mulher abre e encontra um homem a sua frente. É um fotógrafo que se enganara de endereço.

HOMEM: Bom dia, eu sou…

MULHER: Ah, eu sei… pode entrar.

HOMEM: Seu marido está em casa?

MULHER: Não, ele foi trabalhar.

HOMEM: Presumo que ele esta a par…

MULHER: Sim, ele esta a par , e também concorda.

HOMEM: Ótimo, então vamos começar?

MULHER: Mas já? Assim tão rápido?

HOMEM: Preciso ser breve, pois ainda tenho dezesseis casais para visitar.

MULHER: Puxa, o senhor aguenta?

HOMEM: Aguento sim, pois gosto do meu trabalho, ele me dá muito prazer.

MULHER: Então como vamos fazer?

HOMEM: Permita-me sugerir uma no quarto, duas no tapete, duas no sofá, uma no corredor, duas na cozinha e a última no banheiro.

MULHER: Ñossa! Não é muito?

HOMEM: Não, mas tenho comigo algumas amostras dos meus últimos trabalhos(mostrando fotos de crianças). São belos, não são?

MULHER: Como são lindos. O senhor os fez?

HOMEM: Sim. este aqui(mostrando a foto) foi conseguido na porta do supermercado.

MULHER: Nossa! Não lhe parece um tanto público?

HOMEM: Sim, mas a mãe era artista de cinema e queria publicidade.

MULHER: Que horror.

HOMEM: Foi um dos serviços mas duros que eu já fiz.

MULHER: Eu imagino.

HOMEM: Esta foi feita num parque de diversões em pleno inverno.

MULHER: Credo! Como o senhor conseguiu…

HOMEM: Não foi nada fácil. Como se não bastasse a neve caindo, tinha ainda uma multidão em cima de nós. Quase não consigo acabar.

MULHER: Ainda bem que sou discreta e não quero que ninguém nos veja.

HOMEM: Ótimo, eu também prefiro assim. Agora se me der licença, vou armar o tripé.

MULHER: Tripé?! Para quê?

HOMEM: Bem madame, é necessário. O meu aparelho é pesado e depois de pronto para funcionar tem mais de um metro de altura.

A MULHER DESMAIOU…

Quem não se comunica se trumbica!

Deixe a Raiva Secar…

Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho com bolhinhas amarelas. No dia seguinte, Júlia, sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar. Mariana não podia porque ia sair com sua mãe naquela manhã. Júlia, então, pediu a coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio. Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.

Ao regressar do passeio Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandeija estava toda quebrada. Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou: -“Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo e ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão.” Mas a mamãe com muito carinho ponderou: –“Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em sua roupa? Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou. Você lembra o que a vovó  disse: Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar. Pois é minha filha, com a raiva é a mesma coisa. Deixe a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver tudo. Mariana não entendeu mutio bem, mas resolveu ir para a sala brincar.

Logo depois alguém tocou a campainha. Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta ela foi falando: – Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e eu nãodeixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você me emprestou. Qunado eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa.

Não tem problema, respondeu Mariana, minha raiva já secou. E tomando a sua coleguinha pela mão, levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.

DEIXE A RAIVA SECAR…

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Desinstalar o nero 9, Nero 8, Nero 7 e o Nero BackItUp4

 

Como um desabafo e alívio de ter conseguido tirar o nero com sucesso vou transferir a conquista para os internautas necessitados. Caso você esteja carrecendo remover o nero e a seguinte informação venha a tela: O banco de dados do Shellmanager está corrompido ou faltando; ou coisa afim é só baixar o Nero General CleanTool - http://www.nero.com/ptb/tools-utilities.html e correr pro abraço.

Soli Deo Gloria.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Como Passar o Dia com Deus - Rev. Richard Baxter

“Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”.


Sono

Controle o tempo do seu sono apropriadamente, de modo que você não desperdice as preciosas horas da manhã preguiçosamente em sua cama. O tempo do seu sono deve ser determinado pela sua saúde e labor, e não pelo prazer da preguiça.


Primeiros Pensamentos

Dirijam a Deus os seus primeiros pensamentos ao acordar, elevem a Ele o coração com reverência e gratidão pelo descanso desfrutado durante a noite e confiem-se a Ele no dia que inicia.

Familiarizem-se tão consistentemente com isto, até que a consciência de vocês venha a acusá-los quando pensamentos ordinários queiram insurgir em primeiro lugar. Pensem na misericórdia de uma noite de descanso, mal acomodados, padecendo dores e enfermidades, cansados do corpo e da vida.

Pensem em quantas almas foram separadas dos seus corpos nesta noite, aterrorizadas por terem que se apresentar diante de Deus, e em quão rapidamente os dias e noites estão passando! Quão rapidamente a última noite e dia de vocês virão! Considerem no que está faltando no preparo da alma de vocês para tal momento e busquem isso sem demora.


Oração

Acostumem-se a orar sozinhos (ou com o cônjuge) antes da oração coletiva em família. Se possível, que isto seja feito antes de qualquer outra ocupação.


Culto Familiar

Realizem o culto familiar consistentemente e em uma hora em que é mais provável que a família não sofra interrupções.


Propósito Básico

Lembrem-se do propósito básico da vida de vocês, e quando estiverem se preparando para trabalhar ou realizar atividade neste mundo, que a inscriçãosantos para o Senhor esteja gravada no coração de vocês em tudo o que fizerem.

Não realizem nenhuma atividade que não possam considerar agradável a Deus, e que não possam verdadeiramente afirmar que Deus a aprova. Não façam nada neste mundo com nenhum outro propósito que não agradar a Deus, glorificá-lO e gozá-lO. O que quer que fizerdes, fazei tudo para a glória de Deus (1 Co.10:31).


Diligência na Vocação

Realizem as tarefas concernentes à ocupação de vocês cuidadosa e diligentemente. Assim fazendo:

1. Vocês demonstrarão que não são preguiçosos e escravos da carne (como aqueles que não podem negar-lhe o comodismo); e estarão mortificando todas as paixões e desejos que são alimentados pelo comodismo e preguiça.

2. Vocês estarão mantendo fora da mente os pensamentos indignos que fervilham nas mentes de pessoas desocupadas.

3. Vocês não estarão desperdiçando tempo precioso, algo do que pessoas desocupadas se tornam diariamente culpadas.

4. Vocês estarão num caminho de obediência a Deus, enquanto que os preguiçosos estão em constante pecado de omissão.

5. Vocês poderão dispor de mais tempo para empregar em deveres santos se realizarem suas tarefas com diligência. Pessoas desocupadas não têm tempo para os deveres espirituais, porque desperdiçam tempo demorando-se em seus trabalhos.

6. Vocês poderão esperar bênçãos da parte de Deus e provisões confortáveis para vocês e para as suas famílias.

7. Isto também pode exercitar o corpo de vocês, o que poderá habilitá-los mais para o serviço da alma.

Tentações e coisas que Corrompem

Estejam perfeitamente familiarizados com as tentações e coisas que tendem a corromper você, e sejam vigilantes o dia todo contra isso. Vocês devem estar alertas especialmente para as tentações que têm se mostrado mais perigosas e cuja presença ou emprego sejam inevitáveis.

Estejam alertas contra os pecados mestres da incredulidade: a hipocrisia, a auto-suficiência, o orgulho, o agradar a carne e o prazer excessivo nas coisas terrenas. Tenham cuidado para não se deixarem atrair para uma mente mundana, e para os cuidados excessivos , ou desejos cobiçosos pela abastança, sob a pretensão de serem diligentes no trabalho de vocês.

Se tiverem que negociar com outras pessoas, tenham cuidado contra o egoísmo ou qualquer coisa que se assemelhe à injustiça ou falta de caridade. Ao lidar com as pessoas, estejam alertas para não usarem de palavras vãs e desocupadas.

Sejam vigilantes também com relação às pessoas que tentam vocês à ira (ou a qualquer tipo de pecado). Mantenham a modéstia e a clareza, no falar, que as leis da pureza requerem. Se tiverem que conviver com bajuladores, sejam vigilantes para não se deixarem inchar de orgulho.

Se tiverem de conviver com pessoas que desprezam ou injuriem vocês, resistam contra a impaciência e o orgulho vingativo.

No início estas coisas serão muito difíceis, enquanto o pecado for forte em vocês. Mas tão logo tiverem adquirido profunda compreensão do perigoso veneno de qualquer destes pecados, o coração de vocês irá pronta e facilmente evitá-los.


Meditação

Quando estiverem sozinhos nas ocupações de vocês, aprendam a remir o tempo em meditações práticas e benéficas. Meditem na infinita bondade e perfeições de Deus, em Cristo e na obra da redenção, nos céus e em quão indignos são de irem para lá e em como vocês merecem a miséria eterna do inferno.

Remindo o Tempo

Valorizem o tempo de vocês. Sejam mais cuidadosos em não desperdiçá-lo do que o são em não desperdiçar dinheiro. Não permitam que recreações inúteis, conversas vãs e companhias não proveitosas, ou o sono roubem o preciosos tempo de vocês.

Sejam mais cuidadosos em escapar das pessoas, ações ou situações da vida que tendem a roubar o tempo de vocês do que o seriam em escapar de ladrões ou salteadores.

Certifiquem-se não apenas de não estarem sendo desocupados, mas de estarem usado o tempo de vocês da maneira mais proveitosa possível. Não prefiram um caminho menos proveitosos à um outro de maior proveito.

Comer e Beber

Comam e bebam com moderação e gratidão, para serem saudáveis e não por prazer inútil. Jamais satisfaçam o apetite pela comida ou bebida quando isto tender a fazer mal à saúde de vocês.

Lembrem-se do pecado de Sodoma: “Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade, teve ela e suas filhas...” (Ez.16:49).

O Apóstolo Paulo chorou quando mencionou aqueles: “cujo destino é a destruição, cujo deus é o ventre, e cuja glória está na infâmia; visto que só se preocupam com as coisas terrenas” (Fp.3:19). Estes são chamados de inimigos da cruz de Cristo (v.18). “Porque se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis” (Rm.8:13).


Pecados Prevalecentes (queda em pecado)

Se qualquer tentação prevalecer, e vocês vierem a cair em qualquer pecado adicional às deficiências habituais de vocês, lamentem imediatamente e confessem isto a Deus. Arrependam-se rapidamente, custe o que custar. Certamente custará mais ainda continuar no pecado e sem arrependimento.

Não façam pouco caso das falhas habituais de vocês, mas confessem-nas e esforcem-se diariamente contra elas, tendo cuidado para não agravá-las pela falta de arrependimento e pelo descaso.


Relacionamentos

Atentes diariamente para os deveres especiais relativos aos vários relacionamentos de vocês, seja na condição de maridos, esposas, filhos, patrões, empregados, pastores cidadãos ou autoridades.

Lembrem-se que cada relação tem seus deveres especiais e seus proveitos da realização de algum bem. Deus requer de vocês fidelidade nestes relacionamentos, bem como em quaisquer outros deveres.

Ao Final do Dia

Antes de dormir, é sábio e necessário relembrar as nossas atitudes e misericórdias recebidas durante o dia que termina, de maneira que sejam agradecidos por todas as misericórdias recebidas e humilhados por todos os pecados cometidos.

Isto é necessário a fim de que vocês possam renovar o arrependimento bem como ser mais resolutos na obediência, e a fim de que examinem a si mesmos, para ver se a alma de vocês progrediu ou piorou, para ver se o pecado foi diminuído e a graça aumentada; e para avaliar se vocês estão mais preparados para o sofrimento, para a morte e para e eternidade.

Conclusão

Que estas instruções sejam gravadas na mente de vocês e se tornem prática diária nas suas vidas.

Se vocês observarem sinceramente estas instruções, elas conduzirão vocês à santidade, à frutificação, à tranqüilidade na vida, e ainda acrescentarão a vocês uma morte confortável e em paz.


Nota sobre o Autor: O Rev. Richard Baxter foi um conhecido pastor reformado, o qual viveu na Inglaterra durante o século XVII (1615 - 1691). Era um não-conformista, que tentou reformar a Igreja da Inglaterra, sendo muitas vezes preso por isso. Dentre os seus livros mais importantes estão: O Pastor Reformado (PES), O Descanso Eterno dos Santos, A Vida Divina, Um Tratado sobre a Conversão, Um Apelo ao não Convertido, Agora ou Nunca, Convite para Viver (PES) e muitos outros clássicos evangélicos.

Os escritos, a pregação e a vida de Baxter produziram um inegável reavivamento espiritual na cidade de Kdderminster, onde realizou o seu ministério. Quando ele chegou na cidade, eram poucos os crentes e duvidosas as suas conversões. Algum tempo depois , entretanto, o templo de sua igreja teve que ser aumentado - ainda assim não comportava mais as pessoas, que escalavam as janelas para ouvir suas pregações; muitas ruas da cidade tiveram todos os seus moradores convertidos; podia-se ouvir centenas de pessoas cantando hinos de louvor a Deus em plena rua; e as conversões davam provas suficientes de serem sinceras e profundas.

Tradução: Pastor Paulo Anglada

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dando frutos para a glória de Deus

Quais os segredos da vida frutífera? João 15

1 – O primeiro segredo é a poda da planta.

Deus é um jardineiro incansável, podando todo o ramo que dá fruto para que frutifique ainda mais.

A conversão não é o fim da vida cristã e sim o começo. Quando somos aceitos por Deus, quando Deus, pelo seu Espírito, nos leva a Jesus(joão 6.44) é poruqe Ele nos escolheu para sermos seus filhos e para que demos frutos para a sua glória.

“Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”(João 6.37; 1.11-13; 15.16).

“Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo” (II Co 5.17).

E nesta novidade de vida Deus vai nos moldando conforme a sua vontade, vai tirando de nós tudo aquilo que não lhe agrada, vai nos lavando por meio da sua palavra e a operação do seu Espírito Santo dentro de nós.(Jr 18; João 14.16,17) (Ef 5.26; Jo 17.17)

Muitos querem fazer o que só compete a Deus. “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc. 4.6)

Tudo o que Deus faz é por meio de sua palavra(salmos 33.6,9; João 15.3;). A palavra é o veículo da vontade de Deus. Onde está a palavra em sua vida? O prazer do justo é…(salmos 1.1-3). Nós vamos dar frutos permanentes quando a palavra de Deus estiver no centro das nossas vidas! Jesus é a palavra (João 1.1-18).

2 – O segundo segredo da vida frutífera é a permanência dos ramos na videira.

Essencialmente ser um crsitão é estar em Cristo, é permanecer em Cristo e Cristo em nós. A vida cristã se inicia, se desenvolve e se consuma em Jesus, por isso:

* Precisamos andar na palavra Dele (Mateus 14.28-31)(VEM). Enquanto Pedro esteve sob a palavra de Jesus ele andou sobre as águas. Maas quando ele desviou seus olhos de Jesus e endureceu o seu coração à sua palavra ele naufragou. Se não permanecermos no Autor e Consumador da nossa fé nós afundaremos em nossa vida cristã. Apocalipse 3.17,20 retrata bem isso. A Igreja que deixa Jesus do lado de fora tem uma imagem errada de si mesma e está cega espíritualmente.

* Nem tudo que dá certo é certo. Números 20.8-12 é um exemplo disto. Deus mandou Moisés falar a rocha e ele a feriu. A água jorrou, deu certo, mas Deus não se agradou. A rocha simboliza Jesus, que em Êxodo 17.1-7 foi ferido por nossos pecados e em Números agora deve ser intercedido por nós por meio da oração.

* Precisamos permanecer ligados ao Cabeça da Igreja, ouvir Dele, ser guiados por Ele, obedecer a Ele(João 15.4-7). Sem direção do alto nós estamos fadados ao fracasso. Nossa luta é espiritual, e se não depender Daquele que é o dono de nós estamos dizendo para Ele que não necessitamos da sua ajuda. Caímos no pecado de Adão.

3 – O terceiro segredo da vida frutífera é a nutrição dos ramos na videira (João 15.8-10). Lemos no Salmo 1 que aquele que tem o seu prazer na lei do Senhor é como a árvore plantada junto a ribeiros de águas que dá os seus frutos na estação própria… Aleluia. Aquele que é podado por Deus e permanece NEle é nutrido pelo seu Espírito através de sua palavra. Acontece que muitos de nós estamos sendo nutridos por água parada- desnutridos diga-se de passagem – sem vida, sem seiva, sem unção do alto. E água parada dá dengue – cuidado – e muitos estão enfermos. Há morte na panela (II Reis 4.38-41) Estão comendo comida venenosa sem se dar conta. Não frutificam porque não estão sendo nutridos pelos rios do Espírito de Deus (João 7.37,38) Mas há esperança (João 15.15,16), pois Deus nos escolheu para darmos frutos. Basta nós atentarmos para a sua palavra e termos a humildade para reconhecermos nossos pecados e voltarmos para o centro da sua vontade.

Jesus quer ser Senhor e não só Salvador de nossas vidas! Ele é o cabeça da Igreja; e nós precisamos da orientação do seu Espírito para vivermos debaixo da sua vontade.

Se estivermos arraigados e fundados em Crsito daremos frutos para a glória de Deus (Efésios 3.17).

LANCE RAÍZES PARA BAIXO E DARÁ FRUTOS PARA CIMA. (ISAÍAS 37.31)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Homem, a Mente e a Igreja

Assisti ao filme "uma mente brilhante" e fiquei deslumbrado e ao mesmo tempo reflexivo em relação ao comportamento da igreja com os problemas que a rodeiam. Nestes dias estive conversando com alguns irmãos mais antigos sobre a igreja a que faço parte agora e descobri que alguns irmãos tiveram problemas com a esquizofrenia. No filme o doutor jonh nash - prêmio nobel de economia em 1994 - sofreu com esta doença, e venceu... Na igreja, até onde descobri, um irmão sumiu e outro ainda sofre com a doença... E a Igreja, o que tem feito em relação a isto? Não somos médicos, nem milagreiros, nem... somos sacerdotes! e nosso papel é interceder. o que me preocupa é a consciência disto, se ainda há ou já se tornou lenda na cabeça de muitos crentes. Escrevo estas linhas como forma de reflexão sobre um problema que tem afetado a cristandade hoje: indiferença.Por vontade soberana de Deus john nash venceu esta etapa da vida, por Deus; e nós, que ostentamos ser o povo Dele, iremos vencer a etapa da apatia?
SOLI DEO GLORIA.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Catecismo Maior de Westminster

1. Qual é o fim supremo e principal do homem?

Resposta. O fim supremo e principal do homem e glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.

Rom. 11:36; 1 Cor. 10:31; Sal. 73:24-26; João 17:22-24.
2. Donde se infere que há um Deus?

A própria luz da natureza no espírito do homem e as obras de Deus claramente manifestam que existe um Deus; porém só a sua Palavra e o seu Espírito o revelam de um modo suficiente e eficazmente aos homens para a sua salvação

Rom. 1:19-20; 1 Cor. 2:9-10: II Tim. 3,15-17.
3. Que é a Palavra de Deus?

As Escrituras Sagradas, o Velho e o Novo Testamento, são a Palavra de Deus, a única regra de fé e prática.

II Tim. 3:16; 11 Pedro 1:19 21; Isa. 8:20; Luc. 16:29, 31; Gal. 1:8-9.

4. Como se demonstra que as Escrituras são a Palavra de Deus?

Demonstra-se que as Escrituras são a Palavra de Deus - pela majestade e pureza do seu conteúdo, pela harmonia de todas as suas partes, e pelo propósito do seu conjunto, que é dar toda a glória a Deus; pela sua luz e pelo poder que possuem para convencer e converter os pecadores e para edificar e confortar os crentes para a salvação. O Espírito de Deus, porém, dando testemunho, pelas Escrituras e juntamente com elas no coração do homem, é o único capaz de completamente persuadi-lo de que elas são realmente a Palavra de Deus.

Os. 8:12; 1 Cor. 2:6-7; Sal. 119:18, 129, 140; Sal. 12:6; Luc. 24:27; At. 10:43 e 26;22; Rom, 16:25-27; At. 28:28; Heb. 4:12; Tiago 1:18; Sal. 19:7-9; Rom. 15:4: At 20:32; João 16:13-14.

5. Que é o que as Escrituras principalmente ensinam?

As Escrituras ensinam principalmente o que o homem deve crer acerca de Deus e o dever que Deus requer do homem.

João 20:31; 11 Tim. 1:13.

6. Que revelam as Escrituras acerca de Deus?

As Escrituras revelam o que Deus é, quantas pessoas há na Divindade, os seus decretos e como Ele os executa.

Mas. 3:16-17; Isa. 46:9-10; At. 4:27-28,

7. Quem é Deus?

Deus é espírito, em si e por si infinito em seu ser, glória, bem-aventurança e perfeição; todo - suficiente, eterno, imutável, insondável, onipresente, infinito em poder, sabedoria, santidade, justiça, misericórdia e clemência, longânimo e cheio de bondade e verdade.

João 4:24; Exo. 3:14; Job. 11:7-9; At. 5:2; I Tim. 6:15; Mat. 5:48; Rom. 11:35-36 Sal. 90:2 -145:3 e 139:1, 2, 7; Mal. 2:6; Apoc. 4:8; Heb. 4:13; Rom. 16:27; Isa. 6:3; Deut. 32:4; Exo. 34:6.

8. Há mais que um Deus?

Há um só Deus, o Deus vivo e verdadeiro.

Deut. 6:4: Jer. 10:10; 1 Cor. 8:4.

9. Quantas pessoas há na Divindade?

Há três pessoas na Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; estas três pessoas são um só Deus verdadeiro e eterno, da mesma substância, iguais em poder e glória, embora distintas pelas suas propriedades pessoais.

Mat. 3:16-17, e 28:19; 11 Cor. 13:14; João 10:30.

10. Quais são as propriedades pessoais das três pessoas da Divindade?

O Pai gerou o Filho, o Filho foi gerado pelo Pai, e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, desde toda à eternidade.

Heb. 1:5-6; João 1:14 e 15:26; Gal. 4:6.

11. Donde se infere que o Filho e o Espírito Santo são Deus, iguais ao Pai?

As Escrituras revelam que o Filho e o Espírito Santo são Deus igualmente com o Pai, atribuindo-lhes os mesmos nomes, atributos, obras e culto que só a Deus pertencem.

Jer. 23:6; Isa. 6:3, 5, 8; João 12:41; At. 28:25; 1 João 5:20; Sal. 45:6; At. 5:3-4; João 1:1; Isa. 9:6; João 2:24-25; 1 Cor. 2:10-11; Col. 1:16; Gen. 1:2; Mat. 28:19; 11 Cor. 13:14.

12. Que são os decretos de Deus?

Os decretos de Deus são os atos sábios, livres e santos do conselho da sua vontade, pelos quais, desde toda a eternidade, Ele, para a sua própria glória, imutavelmente predestinou tudo o que acontece, especialmente com referência aos anjos e ,os homens.

Isa. 45:6-7; Ef. 1:11; Rom. 11:33; Sal. 33:11: Ef. 1:4; Rom. 9:22-23.

13. Que decretou Deus especialmente com referência aos anjos e aos homens?

Deus, por um decreto eterno e imutável, unicamente do seu amor e para patentear a sua gloriosa graça, que tinha de ser manifestada em tempo devido, elegeu alguns anjos para a glória, e, em Cristo, escolheu alguns homens para a vida eterna e os meios para consegui-la; e também, segundo o seu soberano poder e o conselho inescrutável da sua própria vontade (pela qual Ele concede, ou não, os seus favores conforme lhe apraz), deixou e predestinou os mais à desonra e à ira, que lhes serão infligidas por causa dos seus pecados, para patentear a glória da sua justiça.

I Tim. 5:21; Ef. 2A0; II Tess. 2:13-14; 1 Pedro 1:2; Rom. 9:17-18, 21-22; Judas 4; Mat. 11:25-26.

14. Como executa Deus os seus decretos?

Deus executa os seus decretos nas obras da criação e da providência, segundo a sua presciência infalível e o livre e imutável conselho da rua vontade.

Dan. 4:35; Ef. 1:11.

15. Que é a obra da criação?

A obra da criação é aquela pela qual Deus, pela palavra do seu poder, fez do nada o mundo, e tudo quanto nele há, para si no espaço de seis dias, e tudo muito bom.

Gen. 1: Heb. 11:3; Apoc. 4:11; Rom. 11:36.

16. Como criou Deus os anjos?

Deus criou todos os anjos como espíritos imortais, santos, poderosos e excelentes em conhecimento, para executarem os seus mandamentos e louvarem o seu nome, todavia sujeitos à mudança.

Col. 1:16; Mat. 22:30; Luc. 20:36; Mat. 25:31, e 24:36; 1 Pedro 1:12; 11 Tess. 1:7, Sal. 91:11-12; Mat. 13:39; Sal. 103:20-21; 11 Pedro 2:4.

17. Como criou Deus o homem?

Depois de ter feito todas as mais criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea; formou-o do pó, e a mulher da costela do homem; dotou-os de almas viventes, racionais e imortais; fê-los conforme a sua própria imagem, em conhecimento, retidão e santidade, tendo a lei de Deus escrita em seus corações e poder para a cumprir, com domínio sobre as criaturas, contudo sujeitos a cair.

Gen. 1:7, e 2:7, 32 e 1:26; Mat. 19:4; Ecl. 12:9; Mat. 10:28; Col. 3:10; Ef. 4:24; Rom. 2:14-15; Gen. 3:6, e 1:28, 3:1-19.

18. Quais são as obras da providência de Deus?

As obras da providência de Deus são a sua mui santa, sábia e poderosa maneira de preservar e governar todas as suas criaturas e todas as suas ações, para a sua própria glória.

Lev. 21:8; Sal. 104:24: Isa. 92:29; Ne. 9:6; Heb. 1:3; Sal. 103:19; Mat. 10:29-30; Gen. 45:7; Rom. 11:36; Isa. 63:14.

19. Qual é a providência de Deus para com os anjos?

Deus, pela sua providência, permitiu que alguns dos anjos, voluntária e irremediavelmente, caíssem em pecado e perdição, limitando e ordenando isso, como todos os pecados deles, para a sua própria glória; e estabeleceu os mais em santidade e felicidade, empregando-os todos, conforme lhe apraz, na administração do seu poder, misericórdia e justiça.

Judas 6; Luc. 10:17; Mar. 8:38; 1 Tim. 5:21; Heb. 12:22; Sal. 103:20; Heb. 1:14.

20. Qual foi a providência de Deus para com o homem no estado em que ele foi criado?

A providência de Deus para com o homem no estado em que ele foi criado consistiu em colocá-lo no Paraíso, designando-o para o cultivar, dando-lhe liberdade para comer do fruto da terra; pondo as criaturas sob o seu domínio; e ordenando o matrimônio para o seu auxílio; em conceder-lhe comunhão com Deus, instituindo o dia de descanso, entrando em um pacto de vida com ele, sob a condição de obediência pessoal, perfeita e perpetua, da qual a árvore da vida era um penhor, e proibindo-lhe comer da árvore da ciência do bem e do mal sob pena de morte.

Gen. 1:28, e 21:15-16, e 1:26, e 3:8, e 2:3, Exo. 20:11; Gal. 3:12; Gen. 2:9, 16-17.

21. Continuou o homem no estado em que Deus o criou no princípio?

Nossos primeiros pais, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, pela tentação de Satanás transgrediram o mandamento de Deus, comendo do fruto proibido, e por isso caíram do estado de inocência em que foram criados.

Gen. 3:6-8, 13.

22. Caiu todo o gênero humano na primeira transgressão?

O pacto sendo feito com Adão, como representante, não para si somente, mas para toda a sua posteridade, todo o gênero humano, descendendo dele por geração ordinária, pecou nele e caiu com ele na primeira transgressão.

At. 17:26; Gen. 2:17.

23. A que estado ficou reduzido o gênero humano por essa queda?

Essa queda reduziu o gênero humano a um estado de pecado e miséria.

Rom. 5:12; Gal. 3:10.

24. Que é pecado?

Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou a transgressão de qualquer lei por Ele dada como regra, à criatura racional.

Rom. 3:23; 1 João 3:4; Gal. 3:10-12.

25. Em que consiste o pecado desse estado em que o homem caiu?

O pecado desse estado em que o homem caiu consiste na culpa do primeiro pecado de Adão, na falta de retidão na qual este foi criado e na corrupção da sua natureza pela qual se tornou inteiramente indisposto, incapaz e oposto a todo o bem espiritual e inclinado a todo o mal, e isso continuamente: o que geralmente se chama pecado original, do qual precedem todas as transgressões atuais.

Rom. 5:12, 19 e 5:6, e 3:10-12; Ef. 2:3; Rom.8:7-8; Gen. 6:1; Tiago 1:14-15; Mat. 15:19.

26. Como é o pecado original transmitido de nossos primeiros pais à sua posteridade?

O pecado original é transmitido de nossos primeiros pais à sua posteridade por geração natural, de maneira que todos os que assim procedem deles são concebidos e nascidos em pecado.

Sal 51:15; João 3:6.

27. Qual é a miséria que a queda trouxe sobre o gênero humano?

A queda trouxe sobre o gênero humano a perda da comunhão com Deus, o seu desagrado e maldição; de modo que somos por natureza filhos da ira, escravos de Satanás e justamente expostos a todas as punições, neste mundo e no vindouro.

Gen. 3:8, 24; Ef. 2:2-3; 11 Tim. 2:26; Luc. 11:21-22; Heb. 2:14; Lam. 3:39; Rom. 6:23; Mat. 25:41, 46.

28. Quais são as punições do pecado neste mundo?

As punições do pecado neste mundo são: ou interiores, como cegueira do entendimento, sentimentos depravados, fortes ilusões, dureza de coração, remorso na consciência e afetos baixos; ou exteriores como a maldição de Deus sobre as criaturas por nossa causa e todos os outros males que caem sobre nós em nossos corpos, nossos bens, relações e empregos -juntamente com a morte.

Ef. 4:18; Rom, 1:28; 11 Tess. 2:11; Rom. 2:5; Isa. 33:14; Rom. 1:26; Gen. 3:17; Deut. 28:15; Rom. 6:21, 23.

29. Quais são as punições do pecado no mundo vindouro?

As punições do pecado no mundo vindouro são a separação eterna da presença consoladora de Deus e os tormentos mais penosos na alma e no corpo, sem intermissão, no fogo do inferno para sempre

II Tess. 1:9; Mar. 9:47-48: Luc. 16:24, 26; Apoc. 14:11.

30. Deixa Deus todo o gênero humano perecer no estado de pecado e miséria?

Deus não deixa todos os homens perecer no estado de pecado e miséria, em que caíram pela violação do primeiro pacto comumente chamado o pacto das obras; mas, por puro amor e misericórdia livra os escolhidos desse estado e os introduz num estado de salvação pelo segundo pacto comumente chamado o pacto da graça.

I Tess. 5:9; Gal. 3:lC; Tito 3:4-7, e 1:2.

31. Com quem foi feito o pacto da graça?

O pacto da graça foi feito com Cristo, como o segundo Adão, e nEle, com todos os eleitos, como sua semente.

Gal. 3:16; Isa. 53:10-11; e 59:21.

32. Como é manifestada a graça de Deus no segundo pacto?

A graça de Deus é manifestada no segundo pacto em Ele livremente prover e oferecer aos pecadores um Mediador e a vida e a salvação por Ele; exigindo a fé como condição de interessá-los nEle, promete e dá o Espírito Santo a todos os seus eleitos, para neles operar essa fé, com todas as mais graças salvadoras, e para os habilitar a praticar toda a santa obediência, como evidência da sinceridade da sua fé e gratidão para com Deus e como o caminho que Deus lhes designou para a salvação.

Gen. 3:15: Isa. 4:3-6; João 326, 6:27; Tito 2:5; 1 João 5:11-12; João 3:36, 1:2; Prov. 1:23; Luc. 11:13; 1 Cor. 12:3, 9; Gal. 5:22-23; Eze. 34:27; Tiago 2:18, 12; II Cor. 5:14-15; Ef. 2:10.

33. Foi o pacto da graça sempre administrado de uma só maneira?

O pacto da graça não foi administrado da mesma maneira; mas as suas administrações no Velho Testamento eram diferentes das debaixo do Novo.

Cor. 3:6-9; Heb. 8:7-13.

34. Como foi administrado o pacto da graça no Velho Testamento?

O pacto da graça foi administrado no Velho Testamento por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pela páscoa e por outros símbolos e ordenanças: todos os quais tipificaram. o Cristo, que havia de vir e eram naquele tempo suficientes para edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tiveram, ainda nesse tempo, a plena remissão do pecado e a salvação eterna.

Rom. 15:8; At. 3:24; Heb. 10:1; Rom. 4:11, 1 Cor. 5:7; Heb. 11:13; Gal. 3:7-9. 14.

35. Como é o pacto da graça administrado no Novo Testamento?

No Novo Testamento, quando Cristo, a substância, foi manifestado, o mesmo pacto da graça foi e continua a ser administrado na pregação da palavra na celebração dos sacramentos do batismo e da Ceia do Senhor; e assim a graça e a salvação são manifestadas em maior plenitude, evidência e eficácia a todas as nações.

Luc. 24:47-48; Mat. 28:19-20; 1 Cor. 11:23-25; Rom. 1: 16; 11 Cor. 3:6.

36. Quem é o Mediador do pacto da graça?

0 único Mediador do pacto da graça é o Senhor Jesus Cristo, que, sendo o eterno Filho de Deus, da mesma substância e igual ao Pai, no cumprimento do tempo fêz-se homem, e assim foi e continua a ser Deus e homem em duas naturezas perfeitas e distintas e uma só pessoa para sempre.

João 14:16; 1 Tim. 2:5; João 1:1 e 10:30 ; Fil. 2:6; Gal. 4:4; Luc. 1:35; Rom. 9:5; Col. 2:9; Heb. 13:8.

37. Sendo Cristo o Filho de Deus, como se fêz homem?

Cristo, o Filho de Deus, fêz-se homem tomando para si um verdadeiro corpo e uma alma racional sendo concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da Virgem Maria, da sua substância e nascido dela, mas sem pecado.

João 1:14; Mat. 26:38; Luc. 1:31, 35-42; Heb. 4:15, e 7:26.

38. Qual a necessidade de o Mediador ser Deus?

Era necessário que o Mediador fosse Deus para poder sustentar a natureza humana e guardá-la de cair debaixo da ira infinita de Deus e do poder da morte; para dar valor e eficácia aos seus sofrimentos, obediência e intercessão; e para satisfazer a justiça de Deus, conseguir o seu favor, adquirir um povo peculiar, dar a este povo o seu Espírito, vencer todos os seus inimigos e conduzi-lo à salvação eterna.

At. 2:24; Rom. 1:4; At. 20:28; Heb. 7:25; Rom. 3:24-26; Ef. 1:6; Tito 2:14; João 15:26; Luc. 1:69, 71, 74; Heb. 5:9.

39. Qual a necessidade de o Mediador ser homem?

Era necessário que o Mediador fosse homem para poder levantar a nossa natureza e obedecer à lei, sofrer e interceder por nós em nossa natureza, e simpatizar com as nossas enfermidades; para que recebêssemos a adoção de filhos, e tivéssemos conforto e acesso com confiança ao trono da graça.

Rom. 8:34; 11 Fed. 1:4; Mat. 5:17; Gal. 4:4, Rom. 5:19; Heb. 2:4; e 7:24-25, e 4:15-16; Gal. 4:5

40. Qual a necessidade de o Mediador ser Deus e homem em uma só pessoa?

Era necessário que o Mediador, que havia de reconciliar o homem com Deus, fosse Deus e homem e isto em uma só pessoa, para que as obras próprias de cada natureza fossem aceitas por Deus a nosso favor e que nós confiássemos nelas como as obras da pessoa inteira.

Mat. 1:21, 23 e 3:17; 1 Ped. 2:6.

41. Por que foi o nosso Mediador chamado Jesus?

O nosso Mediador foi chamado Jesus, porque salva o seu povo dos pecados.

Mat. 1:21.

42. Por que foi o nosso Mediador chamado Cristo?

O nosso Mediador foi chamado Cristo, porque foi acima de toda a medida ungido com o Espírito Santo; e assim separado e plenamente revestido com toda a autoridade e poder para exercer as funções de profeta, sacerdote e rei da sua igreja, tanto no estado da sua humilhação, como no da sua exaltação.

Mat. 3:16; João 3:24; Sal. 45:7, João 6:27; At. 3:22; Luc. 4:18, 21; Heb. 5:5-6; Isa- 9:6-7.

43. Como exerce Cristo as funções de profeta?

Cristo exerce as funções de profeta revelando a igreja em todos os tempos, pelo seu Espírito e Palavra, por diversos modos de administração, toda a vontade de Deus em todas as coisas concernentes à sua edificação e salvação.

João 1:18; 1 Pedro 1:10-12; Heb. 1:1-2; João 15:15; Ef. 4:11-13; João 20:31.

44. Como exerce Cristo as funções de sacerdote?

Cristo exerce as funções de sacerdote oferecendo-se a si mesmo uma vez em sacrifício sem mácula, a Deus, para ser a reconciliação pelos pecados do seu povo e fazendo contínua intercessão por ele.

Heb. 9:14, 28, e 2:17, e 7:35.

45. Como exerce Cristo as funções de rei?

Cristo exerce as funções de rei chamando do mundo um povo para si, dando-lhe oficiais, leis e disciplinas para visivelmente o governar; dando a graça salvadora aos seus eleitos; recompensando a sua obediência e corrigindo-os por causa dos seus pecados; preservando-os por causa dos seus pecados; preservando-os e sustentando-os em todas as tentações e sofrimentos; restringindo e vencendo todos os seus inimigos, e poderosamente dirigindo todas as coisas para a sua própria glória e para o bem do seu povo; e também castigando os que não conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho.

Isa. 55:5; Gen. 49:10; 1 Cor. 12:28; João 15:14; Mat. 18:17-18; At. 5:31; Apoc. 22:12, e 3:19; Rom. 8:37-39; 1 Cor. 15:25; Rom. 14:11, e 8:28; 11 Tess. 1:8; Sal. 2:9.

46. Qual foi o estado da humilhação de Cristo?

O estado da humilhação de Cristo foi aquela baixa condição, na qual, por amor de nós, despindo-se da sua glória, Ele tomou a forma de servo em sua concepção e nascimento, em sua vida, em sua morte e depois até à sua ressurreição.

Fil. 2:6-8; 11 Cor. 8:9.

47. Como se humilhou Cristo na sua concepção e nascimento?

Cristo humilhou-se na sua concepção e nascimento, em ser, desde toda a eternidade o Filho de Deus no seio do Pai, quem aprouve, no cumprimento do tempo, tornar-se Filho do homem, nascendo de uma mulher de humilde posição com diversas circunstâncias de humilhação fora do comum.

I João 1:14, 18; Luc. 2:7.

48. Como se humilhou Cristo na sua vida?

Cristo humilhou-se na sua vida, sujeitando-se à lei, a qual perfeitamente cumpriu, e lutando com as indignidades do mundo, as tentações de Satanás e as enfermidades da carne, quer comuns à natureza do homem, quer as procedentes dessa baixa condição.

Gal. 4:4; Mat. 5:17; Isa. 53:2-3; Heb. 12:2-3; Mat. 4:1; Heb. 2:17-18.

49. Como se humilhou Cristo na sua morte?

Cristo humilhou-se na sua morte porque, tendo sido traído por Judas, abandonado pelos seus discípulos, escarnecido e rejeitado pelo mundo, condenado por Pilatos e atormentado pelos seus perseguidores, tendo também lutado com os terrores da morte e os poderes das trevas, tendo sentido e suportado o peso da ira de Deus, Ele deu a sua vida como oferta pelo pecado, sofrendo a penosa, vergonhosa e maldita morte da cruz.

Mat. 27:4, e 26:56; Isa. 53:3; Mat, 27:26; Luc, 22:44; Mat. 27:46; Isa. 53:10; Mat. 20:28; Fil. 2:8; Gal. 3:13.

50. Em que consistiu a humilhação de Cristo depois da sua morte?

A humilhação de Cristo depois da sua morte consistiu em ser ele sepultado, em continuar no estado dos mortos e sob o poder da morte até ao terceiro dia; o que, aliás, tem sido exprimido nestas palavras: Ele desceu ao inferno (Hades).

1 Cor. 15:3-4; Mat. 12:40.

51. Qual é o estado de exaltação de Cristo?

O estado de exaltação de Cristo compreende a sua ressurreição, ascensão, o estar sentado à destra do Pai, e a sua segunda vinda para julgar o mundo.

I Cor. 15:4; Luc. 24:51; Ef. 4:10, e 1:20; A 1:11.

52. Como foi Cristo exaltado na sua ressurreição?

Cristo foi exaltado na sua ressurreição em não ter visto a corrupção na morte (pela qual não era possível que Ele fosse retido), e o mesmo corpo em que sofrera, com as suas propriedades essenciais (sem a mortalidade e outras enfermidades comuns a esta vida), tendo realmente unido à sua alma, ressurgiu dentre os mortos ao terceiro dia, pelo seu próprio poder, e por essa ressurreição declarou-se Filho de Deus, haver satisfeito a justiça divina, ter vencido a morte e aquele que tinha o poder sobre ela, e ser o Senhor dos vivos e dos mortos. Tudo isto fez Ele na sua capacidade representativa, corno Cabeça da sua Igreja, para a justificação e vivificação dela na graça, apoio contra os inimigos, e para lhe assegurar sua ressurreição dos mortos no último dia.

At. 2:24; Sal. 16:10; Luc. 24:39; Rom. 6:9; Apoc. 1:18; João 2:19, e 10:18; Rom. 1:4 e 8:33-34; Heb. 2:14; Rom. 14:9; 1 Cor. 15:21-22; Ef. 1:22-23; Rom. 4:25; Ef. 2:5-6; 1 Cor. 15:20, 25-25; 1 Tess. 4:14.

53. Como foi Cristo exaltado na sua ascensão?

Cristo foi exaltado na sua ascensão em ter, depois da sua ressurreição, aparecido muitas vezes aos seus apóstolos e conversado com eles, falando-lhes das coisas pertencentes ao seu reino, impondo-lhes. o dever de pregarem o Evangelho a todos os povos, e em subir aos mais altos céus, no fim de quarenta dias, levando a nossa natureza e, como nosso Cabeça triunfante sobre os inimigos, para ali, à destra de Deus, receber dons para os homens, elevar os nossos afetos e aparelhar-nos um lugar onde Ele está e estará até à sua segunda vinda no fim do mundo.

At. 1:2-3; Mat. 28:19; Heb. 6:20: Ef. 4:8, 10; At. 1:9; Sal. 68:18; Col. 3:1, 2; João 14:2-3; At. 3:21.

54. Como é Cristo exaltado em sentar-se à destra de Deus?

Cristo é exaltado em sentar-se à destra de Deus, em ser Ele, como Deus-homem, elevado ao mais alto favor de Deus o Pai, tendo toda a plenitude de gozo, glória e poder sobre todas as coisas no céu e na terra; em reunir e defender a sua Igreja e subjugar os seus inimigos; em fornecer aos seus ministros e ao seu povo dons e graças e em fazer intercessão por eles.

Fil. 2:9; At. 2:28; João 17:5; Ef. 1:22; Mat. 28:18; Ef. 4:11-12; Rom. 8:34.

55. Como faz Cristo a sua intercessão?

Cristo faz a sua intercessão apresentando-se em nossa natureza continuamente perante o Pai no céu, pelo mérito da sua obediência e sacrifício cumpridos na terra, declarando ser a Sua vontade que seja aplicado a todos os crentes respondendo a todas acusações contra eles; adquirindo-lhes paz de consciência, não obstante as faltas diárias, dando-lhes acesso com confiança ao trono da graça e aceitação das suas pessoas e serviços.

Heb. 9:24 e 1:3; João 17:9, 20,24; Rom. e 5:1-2, 1 João 2:1-2; Heb, 4:16; Ef. 11:6; 1 Ped 2:5.

56. Como há de ser Cristo exaltado em vir segunda vez para julgar o mundo?

Cristo há de ser exaltado na sua vinda para julgar o mundo, em que, tendo sido injustamente julgado e condenado pelos homens maus, virá segunda vez no último dia com grande poder e na plena manifestação da sua glória e da do seu Pai, com todos os seus santos e anjos, com brado, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, para julgar o mundo em retidão.

At. 3:14-15; Mat. 24:30; Luc 9:26, I Tess. 4:16; At. 17:31.

57. Quais são os benefícios que Cristo adquiriu pela sua mediação?

Cristo, pela sua mediação, adquiriu a redenção, juntamente com todos os mais benefícios do pacto da graça.

Heb. 9:12; 1 Cor. 1:20.

58. Como nos tornamos participantes dos benefícios que Cristo adquiriu?

Tornamo-nos participantes dos benefícios que Cristo adquiriu, pela aplicação deles, a nós, que é especialmente a obra do Espírito Santo.

João 1:12; Tito 3:5-6; João 16:14-15.

59. Quem são feitos participantes da redenção mediante Cristo?

A redenção é aplicada e eficazmente comunicada a todos aqueles para quem Cristo a adquiriu, os quais são nesta vida habilitados pelo Espírito Santo a crer em Cristo conforme o Evangelho.

João 6:37, 39 e 10:15-16; Ef. 2:8; João 3:5.

60. Poderão ser salvos por viver segundo a luz da natureza aqueles que nunca ouviram o Evangelho e por conseguinte não conhecem a Jesus Cristo, nem nEle crêem?

Aqueles que nunca ouviram o Evangelho e não conhecem a Jesus Cristo, nem nEle crêem, não poderão se salvar, por mais diligentes que sejam em conformar as suas vidas à luz da natureza, ou às leis da religião que professam; nem há salvação em nenhum outro, senão em Cristo, que é o único Salvador do seu corpo, a Igreja.

Rom. 10:14; 11 Tess. 1:8-9; Ef. 2:12: João 3:18, e 8:24; 1 Cor. 1:21; Rom. 3:20, e 2:14-15; João 4:22: At. 4:12; Ef. 5:23.

61. Serão salvos todos os que ouvem o Evangelho e pertencem à Igreja?

Nem todos os que ouvem o Evangelho e pertencem à Igreja visível serão salvos, mas unicamente aqueles que são membros verdadeiros da Igreja invisível.

Rom. 9:6; Mat. 7:21.

62. Que é a Igreja visível?

A Igreja visível é uma sociedade composta de todos quantos, em todos os tempos e lugares do mundo, professam a verdadeira religião, juntamente com seus filhos.

1 Cor. 1:2; Gen. 17:7; At. 2:39; 1 Cor. 7:14.

63. Quais são os privilégios da Igreja visível?

A Igreja visível tem o privilégio de estar sob o cuidado e governo especial de Deus; de ser protegida e preservada em todos os tempos, não obstante a oposição de todos os inimigos; e de gozar da comunhão dos santos, dos meios ordinários de salvação e das ofertas da graça por Cristo a todos os membros dela, no ministério do Evangelho, testificando que todo o que crer nEle será salvo, não excluindo a ninguém que queira vir a Ele.

Isa. 4:5-6; Mat. 16:18; At. 2:42; Sal. 147:19-20; Ef. 4:11-12; Rom. 8:9; João 6:37.

64. Que é a Igreja invisível?

A Igreja invisível é o número completo dos eleitos, que têm sido e que hão de ser reunidos em um corpo sob Cristo, a cabeça.

Ef. 1:10; 22-23; João 11:52 e 10:16.

65. Quais são os benefícios especiais de que gozam por Cristo os membros da Igreja invisível?

Os membros da igreja invisível gozam por Cristo da união e comunhão com Ele em graça e gloria.

João 17:21, 24; 1 João 1:3.

66. Qual é a união que os eleitos têm com Cristo?

A união que os eleitos têm com Cristo é a obra da graça de Deus, pela qual são eles espiritual e misticamente, ainda que real e inseparavelmente, unidos a Cristo, seu Cabeça e esposo o que se efetua na sua vocação eficaz.

Ef. 2:5; 1 Cor. 6:17; João 10:28; EL 5:23; 1 Cor. 1:9; 1 Pedro 5:10.

67. Que é vocação eficaz?

Vocação eficaz é a obra do poder e graça onipotente de Deus, pela qual (do seu livre e especial amor para com os eleitos e sem que nada neles o leve a Isto), Ele, no tempo aceitável, os convida e atrai a Jesus Cristo pela sua palavra e pelo seu Espírito, iluminando os seus entendimentos de urna maneira salvadora, renovando e poderosamente determinando as suas vontades, de modo que eles, embora em si mortos no pecado, tornam-se por isso prontos e capazes de livremente responder à sua chamada e de aceitar e abraçar a graça nela oferecida e comunicada.

Ef. 1:18-20; 11 Tim. 1:8-9; Tito 3:4-5; Rom. 9:11; 11 Cor. 5:20; e 6:2, João 6:44; 11 Tess. 2:13-14; At. 26:18; Eze. 11:19; João 6:45; Fil. 2:13.

68. Os eleitos são os únicos eficazmente chamados?

Todos os eleitos, e somente eles, são eficazmente chamados; ainda que outros o possam ser, e multas vezes são exteriormente chamados pelo ministério da palavra e tenham algumas operações comuns do Espírito, contudo, pela sua negligência e desprezo voluntário da graça que é oferecida, são justamente deixados na sua incredulidade e nunca vêm sinceramente a Jesus Cristo.

At. 13:48, e 2:47; Mat. 22:14, e 13:20-21; Sal. 81:11-12; João 12:38-40.

69. Que é a comunhão em graça que os membros da Igreja invisível têm com Cristo?

A comunhão em graça que os membros da Igreja invisível têm com Cristo é a participação da virtude da sua mediação, na justificação, adoção, santificação e tudo o que nesta vida manifesta a união com Ele .

Rom. 8:30; Ef. 1:5; 1 Cor. 1:30.

70. Que é justificação?

Justificação é um ato da livre graça de Deus para com os pecadores, no qual Ele os perdoa, aceita e considera justas as suas pessoas diante dEle, não por qualquer coisa neles operada, nem por eles feita mas unicamente pela perfeita obediência e plena satisfação de Cristo, a eles imputadas por Deus e recebidas só pela fé.

Rom. 3:22-25, e 4:5; 11 Cor. 5:19, 21; Ef. 1:6-7; Rom, 3:24, 25, 28, e 5:17-19, e 4:6-8, e 5:1; At. 10:43.

71. Como é a justificação um ato da livre graça de Deus?

Ainda que Cristo, pela sua obediência e morte, prestasse uma verdadeira satisfação real e plena à justiça de Deus a favor dos que são justificados, contudo a sua justificação é de livre graça para eles desde que Deus aceita a satisfação de um fiador, a qual podia ter exigido deles; e proveu este fiador,

Seu único Filho, imputando-lhes a justiça deste e não exigindo deles nada para a sua justificação senão a fé, a qual também é dom de Deus.

Mat. 20:28; Rom. 5:8-10, 19; 1 Tim. 2:5-6; Isa. 53:5-6; Heb. 7:22; Rom. 8:32; 11 Cor. 5:21; Rom. 3:25; Ef. 2:8, e 1:7.

72. Que é a fé justificadora?

A fé justificadora é a que salva. É operada .pelo Espírito e pela Palavra de Deus no coração do pecador que, sendo por eles convencido do seu pecado e miséria e da sua incapacidade, e das demais criaturas, para o restaurar desse estado, não somente aceita a verdade da promessa do Evangelho, mas recebe e confia em Cristo e na sua justiça, que lhe são oferecidos no Evangelho, para o perdão de pecados e para que a sua pessoa seja aceita e reputada justa diante de Deus para a salvação.

Heb. 10:39; 1 Cor, 12:3, 9; Rom. 10:14, 17; João 16:8-9; At. 16:30; Ef. 1:13; Ef. 10:43; Fil. 3.9; At. 15:11.

73. Como justifica a fé o pecador diante de Deus?

A fé justifica o pecador diante de Deus, não por causa das outras graças que sempre a acompanham, nem por causa das boas obras que são os frutos dela, nem como se fosse a graça da fé, ou qualquer ato dela, que lhe é imputado para a justificação; mas unicamente porque a fé é o instrumento pelo qual o pecador recebe e aplica a si Cristo e a sua justiça.

Rel. Gal. 3:11; Rom. 3:28, e 4:5; João 1:12; Gal2:16.

74. Que é adoção?

Adoção é um ato da livre graça de Deus, em seu único Filho Jesus Cristo e por amor dEle, pelo qual todos os que são justificados são recebidos no número dos filhos de Deus, trazem o seu nome, recebem o Espírito do Filho, estão sob o seu cuidado e dispensações paternais, são admitidos a todas as liberdades e privilégios dos filhos de Deus, feitos herdeiros de todas as promessas e co-herdeiros com Cristo na glória.

1 João 3:1; Ef. 1:5; Gal. 4:4-5: João 1:12; II Cor. 6:18; Apoc. 3:12; Gal. 4:6; Sal. 103:13; Mat. 6:32; Rom. 8:17.

75. Que é santificação?

Santificação é a obra da graça de Deus, pela qual os que Deus escolheu, antes da fundação do mundo, para serem santos, são nesta vida, pela poderosa operação do seu Espírito, aplicando a morte e a ressurreição de Cristo, renovados no homem interior, segundo a imagem de Deus, tendo os germes do arrependimento que conduz à vida e de todas as outras graças salvadoras implantadas em seus corações, e tendo essas graças de tal forma excitadas, aumentadas e fortalecidas, que eles morrem, cada vez mais para o pecado e ressuscitam para novidade de vida.

Ef. 1:4; 1 Cor. 6:11; 11 Tess. 2:13; Rom. 6:4~6; Fil. 3:10; Ef. 4:23-24; At. 11:18; 1 João 3:9; Judas. 20; Ef. 3:16-19; Col. 1:10-11; Rom. 6:4-6.

76. Que é o arrependimento que conduz à vida?

0 arrependimento que conduz à vida é uma graça salvadora, operada no coração do pecador pelo Espírito e pela Palavra de Deus, pela qual, reconhecendo e sentindo, não somente o perigo, mas também a torpeza e odiosidade dos seus pecados, e apreendendo a misericórdia de Deus em Cristo para com os arrependidos, o pecador tanto se entristece pelos seus pecados e os aborrece, que se volta de todos eles para Deus, tencionando e esforçando-se a andar constantemente com Deus em todos os caminhos da nova obediência.

Luc. 24:47; II Tim. 2:25; João 16:8-9; At. 11:18, 20:21; Eze. 18:30, 32; Luc. 15:17-18; Eze. 36-31. e 16:61, 63; Sal. 130:34; Joel 2:12-13; Jer. 31:18-19; II Cor. 7:11; At. 26:18; 1 Reis 8:47-48; Eze. 14:6; Sal. 119:59, 128; Rom. 6:17-18; Luc. 19:8.

77. Em que difere a justificação da santificação?

Ainda que a santificação seja inseparavelmente unida com a justificação, contudo elas diferem nisto: na justificação Deus imputa a justiça de Cristo, e na santificação o seu Espírito infunde a graça e dá forças para a exercer. Na justificação o pecado é perdoado, na santificação ele é subjugado; aquela liberta a todos os crentes igualmente da ira vingadora de Deus, e isto perfeitamente nesta vida, de modo que eles nunca mais caem na condenação; esta não é igual em todos os crentes e nesta vida não é perfeita em crente algum, mas vai crescendo para a perfeição.

I Cor. 6:11, e 1:30; Rom. 4:6, 8; Eze. 36:27; Rom. 6:6, 14, e 8:1, 33-34; Heb. 5:12-14; 1 João 1:8, 10; 11 Cor. 7:1: Fil. 3:12-14.

78. Como é que a santificação dos crentes é imperfeita?

A santificação dos crentes é imperfeita por causa dos restos do pecado que permanecem neles, e das perpétuas concupiscência da carne contra o espirito; por isso são eles, muitas vezes arrastados pelas tentações e caem em muitos pecados, são impedidos em todos os seus serviços espirituais, e as suas melhores obras são imperfeitas e manchadas diante de Deus.

Rom. 7:18, 23; Gal. 5:17; Heb. 12:1; Isa. 64:6.

79. Não poderão os crentes verdadeiros cair do estado de graça, em razão das suas imperfeições e das multas tentações e pecados que os surpreendem?

Os crentes verdadeiros, em razão do amor imutável de Deus e do seu decreto e pacto de lhes dar a perseverança, da união inseparável entre eles e Cristo, da contínua intercessão de Cristo por eles e do Espírito e semente de Deus permanecendo neles, nunca poderão total e finalmente cair do estado de graça, mas são conservados pelo poder de Deus, mediante a fé para a salvação.

Jer. 31:3; João 13:1; 11 Tim. 2:19; Beb. 13:2021; 11 Sam. 23:5; 1 Cor. 1:8-9; Heb. 7:25; Luc. 22:32; 1 João 3:9, e 2:27; Jer. 32:40; João 10:28; 1 Ped. 1:5; Fil. 1:6.

80. Poderão os crentes verdadeiros ter certeza infalível de que estão no estado da graça e de que neste estado perseverarão até a salvação?

Aqueles que verdadeiramente crêem em Cristo, e se esforçam por andar perante Ele com toda a boa consciência, podem, sem uma revelação extraordinária, ter a certeza infalível de que estão no estado de graça, e de que neste estado perseverarão até a salvação, pela fé baseada na verdade das promessas de Deus e pelo Espírito que os habilita a discernir em si aquelas graças às quais são feitas as promessas da vida, testificando aos seus espíritos que eles são filhos de Deus.

I João 2:3; 1 Cor. 2:12; 1 João 4:13, 16 e 3:14,. 18-21, 24; Heb. 6:11-12; Rom. 8:16; 1 João 5:13; 11 Tim. 1: 12.

81. Têm todos os crentes sempre a certeza de que estão no estado da graça e de que serão salvos?

A . certeza da graça e salvação, não sendo da essência da fé, crentes verdadeiros podem esperar muito tempo antes do consegui-la; e depois de gozar dela podem sentir enfraquecida e interrompida essa certeza, por muitas perturbações, Pecados, tentações e deserções; contudo nunca são deixados sem uma tal presença e apoio do Espírito de Deus, que os guarda de caírem em desespero absoluto.

II Ped 1:10; 1 João 5:13; Sal. 77:7-9, e 22:1 e 31:22, e 73:13-15, 23; 1 João 3:9; Isa. 54:7-11,

82. Em que tempo se realiza a comunhão em glória que os membros da Igreja invisível têm com Cristo?

A comunhão em glória que os membros da Igreja Invisível têm com Cristo realiza-se nesta vida e imediatamente depois da morte, e é finalmente aperfeiçoada na ressurreição e no dia do juízo.

II Cor 3:18; Col. 3:3; Luc. 23:43; 11 Cor. 5:8; 1 Tess. 4:17.

83. Qual é a comunhão em glória com Cristo de que os membros da Igreja invisível gozam nesta vida?

Aos membros da Igreja Invisível são comunicadas, nesta vida, as primícias da glória com Cristo visto serem membros dEle, a Cabeça, e, estando nEle têm, parte naquela glória que na sua plenitude lhe pertence; e como penhor dela sentem o amor de Deus, a paz de consciência, o gozo do Espírito Santo e a esperança da glória. Do mesmo modo, o sentimento ,da ira vingadora de Deus, o terror da consciência e uma terrível expectação do juízo, são para os ímpios o princípio dos tormentos, que eles hão de sofrer depois da morte.

Ef. 2:5-6; Rom. 5:5; 11 Cor. 1:22; Rom. 5:1-2 e 14:17; Gen. 4:13; Mat. 27:4; Heb. 10:27; Mar. 9:48.

84. Morrerão todos os homens?

A morte, sendo imposta como o estipêndio do pecado, está decretada a todos que uma vez morram, pois todos são pecadores.

Rom. 6:23; Heb. 9:27; Rom. 5:12.

85. A morte sendo o estipêndio do pecado, por que não são os justos livrados dela, visto que todos os seus pecados são perdoados em Cristo?

Os justos no último dia serão libertados da própria morte, e no ato de morrer estarão isentos do aguilhão e maldição dela, de modo que, embora morram, contudo, vem isto do amor de Deus, Para os livrar perfeitamente do pecado e miséria e os tornar capazes de maior comunhão com Cristo na glória, na qual eles imediatamente entram.

1 Cor. 15:26, 55-57; Rom. 14:8; Sal. 116:15; Apoc. 14.:13; Luc. 16:25, e 23:45; Fil. 1:23.

86. Que é a comunhão em glória com Cristo de que os membros da Igreja invisível gozam imediatamente depois da morte?

A comunhão em glória com Cristo de que os membros da Igreja invisível gozam imediatamente depois da morte, consiste em serem aperfeiçoadas em santidade as suas almas e recebidas nos mais altos céus onde vêem a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção de seus corpos, os quais até na morte continuam unidos a Cristo, e descansam nas suas sepulturas, como em seus leitos, até que no último dia sejam unidos novamente às suas almas. Quanto às almas dos ímpios, são imediatamente depois da sua morte lançadas no inferno onde permanecem em tormentos e trevas exteriores; e os seus corpos ficam guardados nas suas sepulturas, como em cárceres, até à ressurreição e juízo do grande dia.

At. 7:55, 59; Apoc. 7:13;14, e 19:8; II Cor5:8; Fil. 1:23: At. 3:21; Ef. 4:20; Apoc. 7:15; I Cor. 13:12; Rom. 8:11, 23; 1 Tess. 4:6; 1 Reis 2:10; João11:11; I Tess, 4:14; Luc. 16:23-24; Judas 7.

87. Que devemos crer acerca da ressurreição?

Devemos crer que no último dia haverá uma ressurreição geral dos mortos, dos justos e dos injustos; então os que se acharem vivos serão mudados em um momento, e os mesmos corpos dos mortos, que têm jazido na sepultura, estando então novamente unidos às suas almas para sempre, serão ressuscitados pelo poder de Cristo. Os corpos dos justos, pelo Espírito e em virtude da ressurreição de Cristo, como cabeça deles, serão ressuscitados em poder, espirituais e incorruptíveis, e feitos semelhantes ao corpo glorioso dEle; e os corpos dos ímpios serão por Ele ressuscitados para vergonha, como por um juiz ofendido.

At. 24:15; I Cor. 15:51-53: I Tess. 4:15-17; I Cor. 15:21-23, 42-44; Fil. 3:21; João 5:28-29; Dan. 12:2.

88. Que se seguirá imediatamente depois da ressurreição?

Imediatamente depois da ressurreição se seguirá o juízo geral e final dos anjos e dos homens, o dia e a hora do qual homem nenhum sabe, para que todos vigiem, orem e estejam sempre prontos para a vinda do Senhor.

Mat. 16:27; II Ped. 2:4; 11 Cor. 5:10; Mat. 36, 42, 44.

89. Que sucederá aos ímpios no dia do juízo?

No dia do juízo os ímpios serão postos à mão esquerda de Cristo, e sob clara evidência e plena convicção das suas próprias consciências terão pronunciada contra si a terrível, porem justa, sentença de condenação; então serão excluídos da presença favorável de Deus e da gloriosa comunhão com Cristo, com e seus santos, e com todos os santos anjos e lançados no inferno, para serem punidos com tormentos indizíveis, do corpo e da alma, com o diabo e seus anjos para sempre.

Mat. 25:23, e 22:12; Luc. 19:22; Mat. 25:41-42, 46; II Tess. 1:8-9

90. Que sucederá aos justos no dia do juízo?

No dia do juízo os justos, sendo arrebatados para encontrar a Cristo nas nuvens, serão postas à sua destra e ali, abertamente, reconhecidos e justificados, se unirão com Ele para julgar os réprobos, anjos e homens; e serão recebidos no céu, onde serão plenamente e para sempre libertados de todo o pecado e miséria, cheios de gozos inefáveis, feitos perfeitamente santos e felizes, no corpo e na alma, na companhia de inumeráveis santos e anjos, mas especialmente na imediata visão e fruição de Deus o Pai, de nosso Senhor Jesus Cristo e do Espírito Santo, por toda a eternidade. É esta a perfeita e plena comunhão de que os membros da Igreja invisível gozarão com Cristo em glória, na ressurreição e no dia do juízo.

I Tess, 4:17; Mat. 25:33, e 10:32; I Cor. 6:2-3; Mat. 25:34, 46; Ef. 5:27; Sal 16:11; Heb. 12:22-23; I João 3:2; I Cor, 13:12; I Tess. 4:17-18.

91. Qual é o dever que Deus requer do homem?

O dever que Deus requer do homem é obediência à sua vontade revelada.

Deut. 29:29; Miq. 6:8; I Sam. 15:22.

92. Que revelou Deus primeiramente ao homem como regra da sua obediência?

A regra de obediência revelada a Adão no estado de inocência, e a todo o gênero humano nele, além do mandamento especial de não comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, foi a lei moral.

Gen. 1:27; Rom. 10:5, e 2:14:15; Gen. 2:17

93. Que é a lei moral?

A lei moral é a declaração da vontade de Deus, feita ao gênero humano, dirigindo e obrigando todas as pessoas à conformidade e obediência perfeita e perpétua a ela - nos apetites e disposições do homem inteiro, alma e corpo, e no cumprimento de todos aqueles deveres de santidade e retidão que se devem a Deus e ao homem, prometendo vida pela obediência e ameaçando com a morte a violação dela.

Deut. 5:1, 31, 33; Luc. 10:26-28; Gal 3:10; I Tess. 5:28; Luc. 1:75; At. 24,:16; Rom. 10:15.

94. É a lei moral de alguma utilidade ao homem depois da queda?

Embora nenhum homem, depois da queda, possa alcançar a retidão e a vida pela lei moral, todavia ela é de grande utilidade a todos os homens, tendo uma utilidade especial aos não regenerados e outra aos regenerados.

Rom. 8:3; Gal. 2:16; I Tim. 1:8.

95. De que utilidade é a lei moral a todos os homens?

A lei moral é de utilidade a todos os homens, para os instruir sobre a natureza e vontade de Deus e sobre os seus deveres para com Ele, obrigando-os, a andar conforme a essa vontade; para os convencer de que são incapazes de a guardar e do estado poluto e pecaminoso da sua natureza, corações e vidas; para os humilhar, fazendo-os sentir o seu pecado e miséria, e assim ajudando-os a ver melhor como precisam de Cristo e da perfeição da sua obediência.

Lev. 20:7-8; Rom. 7:12; Tiago 2:10; Miq. 6:8; Sal. 19:11-12; Rom. 3:9, 20, 23 e 7:7, 9, 13; Gal. 3:21-22; Rom. 10:4.

96. De que utilidade especial é a lei moral, aos homens não regenerados?

A lei moral é de utilidade aos homens não regenerados para despertar as suas consciências a fim de fugirem da ira vindoura e forçá-los a recorrer a Cristo; ou para deixá-los inescusáveis e sob a maldição do pecado, se continuarem nesse estado e caminho.

I Tim. 1:9-10; Gal. 3:10, 24; 1:20,

97. De que utilidade especial é a lei moral aos regenerados?

Embora os que são regenerados e crentes em Cristo sejam libertados da lei moral, como pacto de obras, de modo que nem. são justificado, nem condenados por ela; contudo, além da utilidade geral desta lei comum a eles e a todos os homens é ela de utilidade especial para lhes mostrar quanto devem a Cristo por cumpri-la e sofrer a maldição dela, em lugar e para bem deles, e assim provocá-los a uma gratidão maior e a manifestar esta gratidão por maior cuidado da sua parte em conformarem-se a esta lei, como regra de sua obediência.

Rom. 6:14 e 7:4, 6; Gal. 4:4-5; Rom. 3:20 e .8:1, 34 e 7:24-25; Gal. 3:13-14; Rom. 8:3-4; II Cor. 5:21; Col. 1:12-14; Rom. 7:22 e 12:2; Tito 2:11-14.

98. Onde se acha a lei moral resumidamente compreendida?

A lei moral acha-se resumidamente compreendida nos dez mandamentos, que foram dados pela voz de Deus no monte Sinal e por Ele escritos em duas tábuas de pedra, e estão registrados no capítulo vigésimo do Êxodo. Os quatro primeiros mandamentos contêm os nossos deveres para com Deus e os outros seis os nossos deveres para com o homem.

Deut. 10,4; Mat. 22:37-40.

99. Que regras devem ser observadas para a boa compreensão dos dez mandamentos?

Para a boa compreensão dos dez mandamentos as seguintes regras devem ser observadas:

1a. Que a lei é perfeita e obriga a todos à plena conformidade do homem inteiro à retidão dela e à inteira obediência para sempre; de modo que requer a sua perfeição em todos os deveres e proíbe o mínimo grau de todo o pecado.

Sal. 19:7, Tiago 2:10; Mat. 5:21-22.

2a. Que a lei é espiritual, e assim se estende tanto ao entendimento, à vontade, aos afetos e a, todas as outras potências da alma - como às palavras, às obras e ao procedimento.

Rom. 7:14; Deut. 6:5; Mat. 22:37-39 e 12:36-37.

3a. Que uma e a mesma coisa, em respeitos diversos, é exigida ou proibida em diversos mandamentos.

Col. 3:5; 1 Tim. 6:10; Prov. 1:19; Amós 8:5.

4a. Que onde um dever é prescrito, o pecado contrário é proibido; e onde um pecado é proibido, o dever contrário é prescrito; assim como onde uma Promessa está anexa, a ameaça contrária está inclusa; e onde uma ameaça está anexa a promessa contrária está inclusa.

Isa. 58:13; Mat. 15:4-6; Ef. 4:28; Exo. 20:12, Prov. 30:17; Jer. 18:7-8; Exo. 20:7.

5a. Que o que Deus proíbe não se há de fazer em tempo algum, e o que Ele manda é sempre um dever; mas nem todo o dever especial é para se cumprir em todos os tempos.

Rom. 3:8; Deut. 4:9; Miat. 12:7; Mar. 14:7.

6a. Que, sob um pecado ou um dever, todos os da mesma classe são proibidos ou mandados, juntamente com todas as coisas, meios, ocasiões e aparências deles e provocações a eles.

Heb. 10:24-25; I Tess. 5:22; Gal. 5:26; Col. 3:21; Judas 23.

7a. Que aquilo que nos é proibido ou mandado temos a obrigação, segundo o lugar que ocupamos, de procurar que seja evitado ou cumprido por outros segundo o dever das suas posições.

Exo. 20; Lev. 19:17; Gen. 18:19; Deut. 6:6:7; Jos. 24:15.

8a. Que, quanto ao que é mandado a outros, somos obrigados, segundo a nossa posição e vocação, a ajudá-los, e a cuidar em não participar com outros do que lhe é proibido.

II Cor 1:24; I Tim. 5:221; Ef 5:7.

100. Que pontos devemos considerar nos dez mandamentos?

Devemos considerar nos dez mandamentos - o prefácio, o conteúdo dos mesmos mandamentos e as divinas razões anexas a alguns deles para lhes dar maior força.

101. Qual é o prefácio dos dez mandamentos?

O prefácio dos dez mandamentos é: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão". Nestas palavras Deus manifesta a sua soberania como JEOVA (Senhor), o eterno, imutável e todo-poderoso Deus, existindo em si e por si, cumprindo todas as suas palavras e obras, manifestando que é um Deus em pacto, com todo o seu povo e com o Israel antigo; que assim como tirou a estes da servidão do Egito, assim nos libertou do cativeiro espiritual, e que, portanto, é nosso dever aceitar a Ele só por nosso Deus e guardar todos os seus mandamentos.

Exo. 20:2; Isa. 44:6; Exo. 3:14 e 6:13; At. 17:24, 28; Gen. 17:7; Rom. 3:29; Luc. 1:74-75 1 Pedro 1:15-18.

102. Qual é o resumo dos quatro mandamentos que contêm o nosso dever para com Deus?

O resumo dos quatro mandamentos que contêm o nosso dever para com Deus é amar ao Senhor nosso Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de todas as nossas forças e de todo o nosso entendimento.

Luc. 10:27.

103. Qual é o primeiro mandamento?

O primeiro mandamento é: "Não terás outros deuses diante de mim."

Exo. 20:3.

104. Quais são os deveres exigidos no primeiro mandamento?

Os deveres exigidos no primeiro mandamento são - o conhecer e reconhecer Deus como único verdadeiro Deus e nosso Deus, e adorá-lo e glorificá-lo como tal; pensar e meditar nÊle, lembrar-nos dÊle, altamente apreciá-lo, honrá-lo, adorá-lo, escolhê-lo, amá-lo, desejá-lo e temê-lo; crêr nÊle, confiando, esperando, deleitando-nos e regozijando-nos nÊle; ter zêlo por Ele; invocá-lo, dando-Lhe todo louvor e agradecimentos, prestando-Lhe toda a obediência e submissão do homem todo; ter cuidado de o agradar em tudo, e tristeza quando Ele é ofendido em qualquer coisa; e andar humildemente com Ele.

I Cron. 28:9; Deut. 26:17; Isa. 43:10; Sal. 95:6-7; Mat. 4:10; Sal. 29:2; Mat. 3:16; Sal. 63:6; Ec. 12:1; Sal. 71:19; Mat. 1:6; Isa. 45:23; Jos. 24:22; Deut. 6:5; Sal. 73:25; Isa. 8:13; Exo. 14:31; Isa. 26:4; Sal. 130:7; e 37:4; e 12:11; Rom. 12:11; Fil. 4:6; Jer 7:23; Tiago 4:7; I João 3:22; Sal. 119:136; Jer. 31:18; Miq. 6:8.

105. Quais são os pecados proibidos no primeiro mandamento?

Os pecados proibidos no primeiro mandamento são - o ateísmo, negar ou não ter um Deus; a idolatria, ter ou adorar mais do que um Deus, ou qualquer outro juntamente com o verdadeiro Deus ou em lugar dÊle; o não tê-lo e não confessá-lo como Deus, e nosso Deus; a omissão ou negligência de qualquer coisa devida a Ele, exigida neste mandamento; a ignorância, o esquecimento, as más concepções, as falsas opiniões, os pensamentos indignos e ímpios quanto a Ele; o pesquisar audaz e curioso dos seus segredos; toda a impiedade, todo o ódio de Deus, egoísmo, espírito interesseiro e tôda a aplicação desordenada e imoderada do nosso entendimento, vontade ou afetos e outras coisas e o desvio destes de Deus, em tudo ou em parte; a vã credulidade, a incredulidade, a heresia, as crenças errôneas, a desconfiança, o desespêro; a resistência obstinada e a insensibilidade sob os juízos de Deus; a dureza de coração; a soberba; a presunção; a segurança carnal; o tentar a Deus; o uso de meios ilícitos, a confiança nos lícitos; os deleites e gozos carnais; um zêlo corrupto, cego e indiscreto; a tibieza e o amortecimento nas coisas de Deus; o alienar-nos e apostatar-nos de Deus; o orar ou prestar qualquer culto religioso a santos, anjos ou qualquer outra criatura; todos os pactos com o diabo; o consultar com ele e dar ouvidos às suas sugestões; o fazer dos homes senhores da nossa fé e consciência; o fazer pouco caso e desprezar a Deus e aos mandamentos; o resistir e entristecer o seu Espírito; o descontentamento e impaciência com as suas dispensações; acusá-lo estultamente dos males com que Ele nos aflige, e o atribuir o louvor de qualquer bem que somos, temos ou podemos fazer à fortuna, aos ídolos, a nós mesmos, ou a qualquer outra criatura.

Sal. 14:1; Ef. 2:12; Jer. 2:27-28; I Tess. 1:4; Sal. 81:11; Isa. 43:22-23; Jer. 4:22; Ose. 4:1-6; Jer. 2:32; At.17:23, 29; Isa. 40:18; Sal. 50:21; Deut. 29:29; Tito 1:16; Heb.12:16; Rom. 1:30; II Tim. 3:2; Fil. 2:21; I João 2:15-16; e 4:1; Heb. 3:12; Gal. 5:20; At. 26:9; Sal. 78:22; Gen. 4:13; Jer. 5:3; Isa. 43:25; Rom. 2:5; Jer. 13:15; Sal. 19:13; Sof. 1:12; Mat. 4:7; Rom. 3:8; Jer. 17:5; II Tim. 3:4; Gal. 4:17; Apoc. 3:1 e 3:16; Ez. 14:5; Isa. 1:4-5; Oze. 4:12; Apoc. 19:10; Col. 2:18; Rom. 1:25; lev. 20:6; At. 5:3; II Co. 1:24; Deut. 32:15; Prov. 13:13; At. 7:51; Ef. 4:30; Sal. 73:2-3; Job. 1:22; Luc. 12:19; Dan. 5:23; Deut. 8:17; Hab. 1:16.

106. Que nos ensina especialmente pela palavras "além de mim" no primeiro mandamento?

As palavras "além de mim" no primeiro mandamento ensinam-nos que Deus, que tudo vê, nota especialmente e se ofende muito, com o pecado de ter-se qualquer outro Deus, de maneira que elas sirvam de argumento para nos dissuadir desse pecado e de agravá-lo com uma provocação mui ousada; assim como para nos persuadir e fazer como diante dos olhos de deus tudo o que fizemos no seu serviço.

Sal. 44:20-21; I Cron. 28:29

107. Qual é o segundo mandamento?

O segundo mandamento é: "Não farás para tí imagem de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima no céu, e do que há embaixo na terra; nem de coisas que haja debaixo da terra. Não as adorarás nem lhe dará culto, porque eu sou o Senhor teu Deus, o Deus forte e zeloso, que vinga a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e que usa de misericórdia até mil gerações com a queles que me amam e que guardam os meus preceitos."

Exo. 20:4-6.

108. Quais são os deveres exigidos no segundo mandamento?

Os deveres exigidos no segundo mandamento são - o receber, observar e guardar, puros e inalterados, todo o culto e todas as ordenaças religiosas que Deus instituiu na sua Palavra, especialmente a oração e ações de graças em nome de Cristo; a leitura, a prédica, e o ouvir da Palavra; a administração e a recepção dos sacramentos; o governo e a disciplina da igreja; o ministério e a sua manutenção; o jejum religioso, o jurar em nome de Deus e o fazer os votos a Ele; bem como o desaprovar, detestar e opor-nos a todo o culto falso, e, segundo a posição e vocação de um, o remover tal culto e todos os símbolos de idolatria.

Deut. 32:43; Mat 28:20; I Tim. 6:13-14; Fil. 4:6; Ef. 5:20; Deut. 17:18-19; At. 15:21; II Tim. 4:2; At 10:33; Mat. 28:19 e 16:18 e 18:15-17; I Co 12:28; Ef. 4:11-12; Tim. 5-17-18; Joel 2:12; I Co 7:5; Deut. 6:13; Sal. 76:11; At. 17:16-17; Sal 16:4; Deut. 7:5; Isa. 30:22.

109. Quais são os pecados proibidos no segundo mandamento?

Os pecados proibinos no segundo mandamento são - o estabelecer, aconselhar, mandar, usar e aprovar de qualquer maneira qualquer culto religioso não instituído por Deus; o fazer qualquer imagem de Deus, de todas e qualquer das três pessoas, quer interiormente no espírito, quer exteriormente em qualquer forma de imagem ou semelhança de criatura alguma; toda a adoração dela, ou de Deus nela ou por meio dela; o fazer qualquer qualquer imagem de deuses imaginários e todo o culto ou serviço a eles pertecentes; todas as invensões superticiosas, corrompendo oculto de Deus, acrescentando ou tirando dele, quer sejam inventadas e adotadas por nós, quer recebidas por tradição de outros, embora sob o título de antiguidade, de costume, de devoção, de boa intenção, ou por qualquer outro pretexto; a simonia, o sacrilégio; toda a negligência, desprezo, impedimento e oposiçào ao culto e ordenanças que Deus instituiu.

Num. 15:39; Deut. 13:6-8; Oze. 5:11; Miq. 6:16; I Reis 11:33 e 12:23; Deut. 12:30-32 e 4:15-16; At. 17:29; Rom. 1:21-23,25; Gal. 4:8; Exo. 32:5,8; I Reis 18:26-28; At. 17:22; Col. 2 :21-23; Mal. 1:7-8,14; Deut. 4:2; Sal. 104:39; Mat. 15:9; I Ped. 1:8; Jer. 44:17; Isa. 55:3-5; Gal. 1:13-14; I Sam. 13:12 e 15:21; At. 8:18-19; Rom. 2:22; Mal. 3:8 e 1:7,13; Mat. 22:5 e 23:13; At. 13:45.

110. Quais são as razões anexas ao segundo mandamento para lhe dar maior força?

As razões anexas para o segundo mandamento, para lhe dar maior força, contidas nestas palavras: "Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Deus forte e zelozo, que vinga a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e que usa de misericórdia até mil gerações com a queles que me amam e que guardam os meus preceitos", são, além da soberania de Deus sobre nós e o seu direito de propriedade em nós, o seu zelo fervoroso pelo seu culto e indignação vingadora contra todo o culto falso, considerando-o uma apostasia religiosa, tendo por inimigos os violadores desse mandamento e ameaçando puni-los até diversas gerações e tendo por amigos os que guardam os seus mandamentos, prometendo-lhes a misericórdia até muitas gerações.

Exo. 20:5-6; Sal. 14:11; Apoc. 15:3-4; Exo. 34:13-14; I Co. 10-20-22; Oze 2:2-4; Deut. 5:29.

111. Qual é o terceiro mandamento?

O terceiro mandamento é: "Não tomarás o nome to Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar em vão o nome do Senhor seu Deus".

Exo. 20:7

112. O que se exige no terceiro mandamento?
No terceiro mandamento exige-se que o Nome de Deus, os seus títulos, atributos, ordenanças, a Palavra, os sacramentos, a oração, os juramentos, os votos, as sortes, suas obras e tudo quanto por meio do quê Deus se faz conhecido, sejam santa e reverentemente usados em nossos pensamentos, meditações, palavras e escritos, por uma afirmação santa de fé e um comportamento conveniente, para a glória de Deus e para o nosso próprio bem e o de nosso próximo.
Dt28:58;Mq 4:5; Jr 4:2;32:39. Leia-se todo o Salmo 8.Sl 29:2;76:11;102:18;105:2,5;107:21,22;138:2; Mt 1:14;3:16;6:9;  I Tm 2:8; At 1:24,26; I Co 10:31;11:28,29; Fp 1:27;Cl 3:17; I Pe 2:12;3:15; Ap 15:3,4.

113. Quais são os pecados proibidos no terceiro mandamento?
Os pecados proibidos no terceiro mandamento são: o não usar o nome de Deus como nos é requerido e o abuso no uso dele por uma menção ignorante, vã, irreverente, profana, supersticiosa ou ímpia, ou outro modo de usar os títulos, atributos, ordenanças, ou obras de Deus; a blasfêmia, o perjúrio, toda abominação, juramentos, votos e sortes ímpios; a violação dos nossos juramentos e votos, quando lícitos, e o cumprimento deles, se por coisas ilícitas; a murmuração e as rixas, as consultas curiosas, e a má aplicação dos decretos e providência de Deus; a má interpretação, a má aplicação ou qualquer perversão da Palavra, ou de qualquer parte dela; as zombarias profanas, questões curiosas e sem proveito, vãs contendas ou a defesa de doutrinas falsas; o abuso das criaturas ou de qualquer coisa compreendida sob o nome de Deus, para encantamentos ou concupiscências e práticas pecaminosas; a difamação, o escárnio, vituperação, ou qualquer oposição à verdade, à graça e aos caminhos de Deus; a defesa da religião por hipocrisia ou para fins sinistros; o envergonhar-se da religião ou o ser uma vergonha para ela, por meio de uma conduta inconveniente, imprudente, infrutífera e ofensiva, ou por apostasia.
Êx 5:2; Dt 18:10,11;23:16;29:29;Ml 1:6,7,12;2:2;Et 3:7;9:24;Ez 13:22;17:19; Lv 24:11;Zc 5:4;Pv 30.9;I Sm 16:5;17:43;25:22,32-34;II Rs 19:22;21:9,10; Jr 5:7;7:4;23:10; Is 5:4,12;Sl 1:1;24:4;50:16;73:12-15;139:20.Leia-se Mt 5:21-48. Mt 6:1-3,5,16; 22:29;23:14;Mc 6:26;8:38;At 4:18;13:45,50;17:23;23:12;19:9,13;Rm 2:23,24;3:5-7;9:14,19,20;12:14;13:13,14;I Co 6:5,6;Gl 3:1-3;Ef 5:4,15,17; Cl 2.20-22; I Ts 2:16; I Tm 6:4,5,20;II Tm 2:14;3:5;4:3,4;Tt 3:9;I Pe 4:4;II Pe 1:8,9; 3:3,16;Hb 6:6;10:26-31;Jd 4.

114. Quais são as razões anexas ao terceiro mandamento?
As razões anexas ao terceiro mandamento, contido nestas palavras:”O Senhor teu Deus”, e, “porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar em vão o Seu nome”, são porque ele é o Senhor e nosso Deus, portanto o seu Nome não deve ser profanado nem por forma alguma abusado por nós; especialmente porque ele estará tão longe de absolver e poupar os transgressores deste mandamento, que não os deixará escapar de seu justo juízo, embora muitos escapem das censuras e punições dos homens.
Ex 20:7; Lv 19:12; Dt 28:58,59; I Sm 2:12,17,22;3:13.

115. Qual é o quarto mandamento?
O quarto mandamento é: “Lembra-te de santificar o dia de sábado, Trabalharás seis dias e farás neles tudo o que tens para fazer. O sétimo dia, porém, é o sábado do Senhor teu Deus. Não farás nesse dia obra alguma, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o peregrino que vive das tuas portas para dentro. Porque o Senhor fez em seus dias o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há, e descansou ao sétimo dia: por isso o Senhor abençoou o dia sétimo e o santificou.”
Ex 20:8-11.

116. Que se exige no quarto mandamento?
No quarto mandamento exige-se que todos os homens santifiquem ou guardem santos para Deus todos os tempos estabelecidos, que Deus designou em sua Palavra, expressamente um dia inteiro em cada sete; que era o sétimo desde o princípio do mundo até à ressurreição de Cristo, e o primeiro dia da semana desde então, e há de assim continuar até ao fim do mundo; o qual é o sábado cristão, que no Novo Testamento se chama Dia do Senhor.
Gn 2:3; Is 56:2,4,6,7; I Co 16:2; At 20:7; Jo 20:19-27; Ap 1:10.

117. Como deve ser santificado o Sábado ou Dia do Senhor (=Domingo)?
O Sábado, ou Dia do Senhor (=Domingo), deve ser santificado por meio de um santo descanso por todo aquele dia, não somente de tudo quanto é sempre pecaminoso, mas até de todas as ocupações e recreios seculares que são lícitos em outros dias; e em fazê-lo o nosso deleite, passando todo o tempo (exceto aquela parte que se deve empregar em obras de necessidade e misericórdia) nos exercícios públicos e particulares do culto de Deus. Para este fim havemos de preparar os nossos corações, e, com toda previsão, diligência e moderação, dispor e convenientemente arranjar os nossos negócios seculares, para que sejamos mais livres e mais prontos para os deveres desse dia.
Ex 16:25,26;20:8,10; Lv 23:3; Is 58:13,14; Ne 13.19; Jr 17:21,22; Mt 12:1-14; Lc 4:16;23:54-56; At 20:7.

118. Por que é o mandamento de guardar o sábado (=Dia do Senhor ou Domingo) mais especialmente dirigido aos chefes de família e a outros superiores?
O mandamento de guardar o sábado (=Dia do Senhor ou Domingo) é mais especialmente dirigido aos chefes de família e a outros superiores, porque estes são obrigados não somente a guardá-lo por si mesmos, mas também fazer que seja ele observado por todos os que estão sob o seu cuidado; e porque são, às vezes, propensos a embaraçá-los por meio de seus próprios trabalhos.
Êx 23:12.

119. Quais são os pecados proibidos no quarto mandamento?
Os pecados proibidos no quarto mandamento são: toda omissão dos deveres exigidos, toda realização descuidosa, negligente e sem proveito, e o ficar cansado deles; toda profanação desse dia por ociosidade e por fazer aquilo que é em si pecaminoso, e por todas as obras, palavras e pensamentos desnecessários acerca de nossas ocupações e recreios seculares.
Ex 22:26; Ez 23:38;33:31,32; Is 58:13,14; Jr 17:27; Ml 1:13; Am 8:5.

120. Quais são as razões anexas ao quarto mandamento, para lhe dar maior força?
As razões anexas ao quarto mandamento, para lhe dar maior força, são tiradas da equidade dele, concedendo-nos Deus seis dias de cada sete para os nossos afazeres, e reservando apenas um para si, nestas palavras: “Seis dias trabalharás e farás tudo o que tens para fazer”; de Deus exigir uma propriedade especial nesse dia: “O sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus”; do exemplo de Deus, que “em seis dias fez o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e descansou no dia sétimo”; e da bênção que Deus conferiu a esse dia, não somente  santificando-o para ser um dia santo para o seu serviço, mas também determinando-o para ser um meio de bênção para nós em santificá-lo; “portanto o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.”
Ex 20:9,10,11.

121. Por que a expressão “lembra-te” se acha colocada no princípio do quarto mandamento?
A expressão “lembra-te” se acha colocada no princípio do quarto mandamento, em parte devido ao grande benefício que há em nos lembrarmos dele, sendo nós assim ajudados em nossa preparação para guardá-lo; e porque, em o guardar, somos ajudados a guardar melhor todos os mais mandamentos, e a manter uma grata recordação dos dois grandes benefícios da criação e da redenção, que contém em si a breve súmula da religião; e em parte porque somos propensos a esquecer-nos deste mandamento, visto haver menos luz da natureza para ele, e restringir nossa liberdade natural quanto a coisas permitidas em outros dias; porque este dia aparece somente uma vez em cada sete, e muitos negócios seculares intervêm e muitas vezes nos impedem de pensar nele, seja para nos prepararmos para ele, seja para o santificarmos; e porque Satanás, com os seus instrumentos, se esforça para apagar a glória e até a memória deste dia, para introduzir a irreligião e a impiedade.
Gn 2:2,3; Ex 16:23;20:8,12,20;34.21; Nm 15:37,38,40; Ne 13.19;13:15-23; Jr 17:21-23; Lm 1:7; Sl 118:22,24; Lc 23:54,56;  Hb 4.9.

122. Qual é o resumo dos seis mandamentos que encerram o nosso dever para com o homem?
O resumo dos seis mandamentos que encerram o nosso dever para com o homem, é amar o nosso próximo como a nós mesmos, e fazer aos outros aquilo que desejamos que eles nos façam.
Mt 7:12;22:39.

123. Qual é o quinto mandamento?
O quinto mandamento é: “Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma longa vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar.”
Ex 20.12.

124. Que significam as palavras “pai” e “mãe”, no quinto mandamento?
As palavras “pai” e “mãe”, no quinto mandamento, abrangem não somente os próprios pais, mas também todos os superiores em idade e dons, especialmente todos aqueles que, pela ordenação de Deus, estão colocados sobre nós em autoridade, quer na Família, quer na Igreja, quer no Estado.
Gn 4:20,21;45:8; II Rs 2:12;5:13; Is 49:23; Pv 23:22,25; I Tm 5:1,2;Gl 4:19.

125. Por que são os superiores chamados “pai” e “mãe”?
Os superiores são chamados “pai” e “mãe” para lhes ensinar que, em todos os deveres para com os seus inferiores, devem eles, como verdadeiros pais, mostrar amor e ternura para com aqueles, conforme as suas diversas relações; e para levar os inferiores a cumprirem os seus deveres para com os seus superiores, pronta e alegremente, como se estes fossem seus pais.
Ef 6:4; I Ts 2.7,8,11,12; I Co 4:14-16.

126. Qual é o alcance geral do quinto mandamento?
O alcance geral do quinto mandamento é o cumprimento dos deveres que mutuamente temos uns para com os outros em nossas diversas relações como inferiores, superiores ou iguais.
Ef 5:21; I Pe 2:17; Rm 12:10.

127. Qual é a honra que os inferiores devem aos superiores?
A honra que os inferiores devem ao superiores é toda a devida reverência sincera, em palavras e em procedimento; a oração e ações de graças por eles; a imitação de suas virtudes e graças; a pronta obediência aos seus mandamentos e conselhos legítimos; a devida submissão às suas correções; a fidelidade, a defesa, a manutenção de suas pessoas e autoridade, conforme os seus diversos graus e a natureza de suas posições; suportando as suas fraquezas e encobrindo-as com amor, para que sejam uma honra para eles e para o seu governo.
Gn 9:23; Ml 1:6; Pv 31:23,38,39; Lv 19:3,32; I Sm 26:15,16; I Rs 2:19;Sl 127:3-5; Mt 22:21; Rm 16:6,7; Ef 6:1,2; I Pe 2:13,1,18-20;4;3:6;  I Tm 2:1,2;5:17,18; Fl 3:17;Tt 2:9,10; Hb 12:9;13:7.

128. Quais são os pecados dos inferiores contra os seus superiores?
Os pecados dos inferiores contra os seus superiores são: toda negligência dos deveres exigidos para com eles; a inveja, o desprezo e a rebelião contra suas pessoas e posições, em seus conselhos, mandamentos e correções legítimos; a maldição, a zombaria e todo comportamento rebelde e escandaloso, que vem a ser uma vergonha e desonra para eles e para o seu governo.
Êx 21:15; Dt 21:18,20,21; Pv 19:26;30:11,17; I Sm 8:7;10:27; II Sm 15:1-12; Is 2:25;3:5; Sl 2:25;106:16; Mt 15:5,6.

129. Que se exige dos superiores para com os seus inferiores?

Exige-se dos superiores, conforme o poder que recebem de Deus e a relação em que se acham colocados, que amem os seus inferiores, que orem por eles e os abençoem; que os instruam, aconselhem e admoestem, aprovando, animando e recompensando os que fazem o bem, e reprovando, repreendendo e castigando os que fazem o mal; protegendo-os e provendo-lhes tudo o que é necessário para a alma e o corpo; e que, por um procedimento sério, prudente, santo e exemplar glorifiquem a Deus, honrem-se a si mesmos, e assim preservem a autoridade com que Deus os revestiu.
Dt 6:6,7; Cl 3:19; I Sm 12:23; Jó 1:5; Pv 29:15; I Rs 3:28;8:55,56; Is 1:17; Ef 6:3,4; Rm 13:3,4; I Pe 2:14;3:7; Tt 2:4,15; I Tm 4:12;5:8.

130. Quais são os pecados dos superiores?
Os pecados dos superiores, além da negligência dos deveres que lhe são exigidos, são a ambição incontrolável, a busca desordenada da própria glória, repouso, proveito ou prazer; a exigência de coisas ilícitas ou fora do alcance de os inferiores poderem realizar; aconselhando, encorajando ou favorecendo-os naquilo que é mau; dissuadindo, desanimando ou reprovando-os naquilo que é bom; corrigindo-os indevidamente; expondo-os descuidosamente ao dano, à tentação e ao perigo; provocando-os à ira; ou de alguma forma desonrando-se a si mesmos, ou diminuindo a sua autoridade por um comportamento injusto, indiscreto, rigoroso ou negligente.
Gn 9:21; Ex 34:2,4; Lv 19:29; Dt 17:17; I Rs 12:13,14; Is 56:10,11;58:7; Jr 5:30,31;6:13,14; Dn 3:4,6; Mt 14:8;23:2,4; Mc 6.4; Jo 5:4;7:18,46-48; At 4:18; Ef 6:4; I Pe 2:19,20; Fp 2:21;Hb 12:10.

131. Quais são os deveres dos iguais?
Os deveres dos iguais são o considerar a dignidade e o merecimento uns dos outros, tendo cada um aos outros por superiores; e o alegrar-se com os dons e a promoção uns dos outros como sendo de si mesmos.
Rm 12:10;15-16; Fp 2:3,4; I Pe 2:17.

132. Quais são os pecados dos iguais?
Os pecados dos iguais, além da negligência dos deveres exigidos, são a depreciação do merecimento, a inveja dos dons, a tristeza causada pela promoção ou prosperidade dos outros, e a usurpação da preeminência que uns têm sobre outros.
Nm 12:2; Pv 13:21; Is 65:5; Mt 20.15;25-27; Lc 15:28,29;22:24-26; Rm 13:8; II Tm 3:3; At 7:9; Gl 5:26; I Jo 3:12; III Jo 9.
133. Qual é a razão anexa ao quinto mandamento para lhe dar maior força?
A razão anexa ao quinto mandamento, para lhe dar maior força, contida nestas palavras: “para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”, é uma promessa de longa vida e prosperidade, tanto quanto sirva para a glória de Deus e para o bem de todos quantos guardem este mandamento.
Ex 20.12; Dt 5:16; I Rs 8:25; Ef 6:2,3.

134. Qual é o sexto mandamento?
O sexto mandamento é: “Não matarás.”
Êx 20.13.
135. Quais são os deveres exigidos no sexto mandamento?
Os deveres exigidos no sexto mandamento são todo empenho cuidadoso e todos os esforços legítimos para a preservação de nossa vida e a de outros, resistindo a todos os pensamentos e propósitos, subjugando todas as paixões, e evitando todas as ocasiões, tentações e práticas que tendem a tirar injustamente a vida de alguém; por meio de justa defesa dela contra a violência; por paciência em suportar a mão de Deus; sossego mental, alegria de espírito e uso sóbrio da comida, bebida, remédios, sono, trabalho e recreios; por pensamentos caridosos, amor, compaixão, mansidão, benignidade, bondade, comportamento e palavras pacíficos, brandos e corteses; a longanimidade e prontidão para se reconciliar, suportando pacientemente e perdoando as injúrias, dando bem por mal, confortando e socorrendo os aflitos, e protegendo e defendendo o inocente.
Gn 37:21,22; Dt 22:8; I Sm 14:45;19:4,5;24:12;25:32,33;26:9-11; I Rs 21:9,10,19; Jr 26.15,16; Sl 37:8,11;82:4;127:2; Pv 1:10,11,15;10:12;17:22;22:24,25;23:20,29,30;24:11,12;25:16;31:8,9; Is 38:21;58:7; Zc 7:9; Mt 4:6,7;5:22,24;9:12;10:23;25:35,36; Mc 6:31; Lc 10:33,34; 21:19; Rm 12:18,20,21;13:10; I Co 4:12,13;13:4,5; Ef 4:26;5:29; I Tm 4:8;5:23; I Pe 2:20;3:3,4,8,9; I Ts 5:14; II Ts 3:10,12; Cl 3:12,13; Hb 12:5; Tg 3:17.
136. Quais são os pecados proibidos no sexto mandamento?
Os pecados proibidos no sexto mandamento são: o tirar a nossa vida ou a de outrem, exceto no caso de justiça pública, guerra legítima, ou defesa necessária; a negligência ou retirada dos meios lícitos ou necessários para a preservação da vida; a ira pecaminosa, o ódio, a inveja, o desejo de vingança; todas as paixões excessivas e cuidados demasiados; o uso imoderado de comida, bebida, trabalho e recreios; as palavras provocadoras; a opressão, a contenda, os espancamentos, os ferimentos e tudo o que tende à destruição da vida de alguém.
Gn 9:6; Ex 1:14;20:9,10;21:18-36;22:2; Nm 35:16,31,33; Dt 20.1-20; Is 3:15; Pv 10:12;12:18;14:30;15:1;28:17; Mt 5:22;6:31,34;25:42,43; Lc 21:34; At 16:28; Rm 12:19; Gl 5:;15; Ef 4:31; Hb 11.32-34; I Pe 4:3,4; I Jo 3:15; Tg 2:5,16;4:1.

137. Qual é o sétimo mandamento?
O sétimo mandamento é: “Não adulterarás.”
Ex 20.14.

138. Quais são os deveres exigidos no sétimo mandamento?
Os deveres exigidos no sétimo mandamento são: castidade no corpo, mente, afeições, palavras e comportamento; e a preservação dela em nós mesmos e nos outros; a vigilância sobre os olhos e todos os sentidos; a temperança, a conservação da sociedade de pessoas castas, a modéstia no vestuário, o casamento daqueles que não têm o dom da continência, o amor conjugal e a coabitação; o trabalho diligente em nossas vocações; o evitar todas as ocasiões de impurezas e resistir às suas tentações.
Jr 5:7; Pv 2:16,20;5:8,18,19;23:31,33;31:27; Mt 5:28;  I Ts 4:4,5; Ef 4:29; Cl 4:6; I Pe 3:2,7; I Co 5:9;7:2,5,9; I Tm 2:9;5:13,14; Tt 2:4,5;

139. Quais são os pecados proibidos no sétimo mandamento?
Os pecados proibidos no sétimo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são: adultério, fornicação, rapto, incesto, sodomia e todas as concupiscências desnaturais; todas as imaginações, pensamentos, propósitos e afetos impuros; todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas; os olhares lascivos, o comportamento impudente ou leviano; o vestuário imoderado; a proibição de casamentos lícitos e a permissão de casamentos ilícitos; o permitir, tolerar ou ter bordéis e a freqüentação deles; os votos embaraçadores de celibato; a demora indevida de casamento; o ter mais que uma mulher ou mais que um marido ao mesmo tempo; o divórcio ou o abandono injusto; a ociosidade, a glutonaria, a bebedice, a sociedade impura; cânticos, livros, gravuras, danças, espetáculos lascivos e todas as demais provocações à impureza, ou atos de impureza, quer em nós mesmos, quer nos outros.
Lv 18:1-21;19:29;20:15,16; Jr 5:7; Pv 4:23,27;5:7,8; II Sm 13:14; II Rs 23:7; Ml 2:16; Ez 16:49; Gl 5:19; Ef 5:5,11; Mt 5:32;19:5,10-12;Mc 6:18,22; I Co 5:1,13;7:2,12,13; Rm 1:26,27;13:13,14;I Tm 4:3;5:14,15; I Pe 4:3; II Pe 2:17,18; Hb 13:4.

140. Qual é o oitavo mandamento?
O oitavo mandamento é: “Não furtarás.”
Ex 20:15.

141. Quais são os deveres exigidos no oitavo mandamento?
Os deveres exigidos no oitavo mandamento são: a verdade, a fidelidade e a justiça nos contratos e no comércio entre os homens, dando a cada um o que lhe é devido, a restituição de bens ilicitamente tirados de seus legítimos donos; a doação e a concessão de empréstimo, livremente, conforme as nossas forças e as necessidades de outrem; a moderação de nossos juízos, vontades e afetos, em relação às riquezas deste mundo; o cuidado e empenho providentes em adquirir, guardar, usar e distribuir aquelas coisas que são necessárias e convenientes para o sustento de nossa natureza, e que condizem com a nossa condição; o meio lícito de vida e a diligência no mesmo; a frugalidade; o impedimento de demandas forenses desnecessárias e fianças, ou outros compromissos semelhantes; e o esforço por todos os modos justos e lícitos para adquirir, preservar e adiantar a riqueza e o estado exterior, tanto de outros como o nosso próprio.
Êx23:4,5;Lv6:4,5;25:25;Dt15:7,8,10;22:1-4;Sl 15:2,4; Pv 6:1-5;10:4;11:15;12:27;21:20;27:23,24; Mq 6:8; Zc 8:16; Lc 6:30,38; Jo 6:12; Rm 12:5-8,11;13:7; I Co 6:7; Gl 6:10; Ef 4:28; Fp 2:4; I Tm 5:8;6:8,9,17,18.

142. Quais são os pecados proibidos no oitavo mandamento?
Os pecados proibidos no oitavo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são: o furto, o roubo, o tráfico de seres humanos e a recepção de qualquer coisa furtada; as transações fraudulentas e os pesos e medidas falsos; a remoção de marcos de propriedade, a injustiça e a infidelidade em contratos entre os homens ou em questões de confiabilidade; a opressão, a extorsão, a usura, o suborno, as vexatórias demandas forenses, o cerco injusto de propriedades e a desapropriação; a acumulação de gêneros para encarecer o preço; os meios ilícitos de vida, e todos os outros modos injustos e pecaminosos de tirar ou de reter de nosso próximo aquilo que lhe pertence, ou de nos enriquecer a nós mesmos; a cobiça, a estima e o amor desordenado aos bens mundanos, a desconfiança, a preocupação excessiva e o empenho em obtê-los, guardá-los e usar deles; a inveja diante da prosperidade de outrem; assim como a ociosidade, a prodigalidade, o jogo dissipador e todos os outros modos pelos quais indevidamente prejudicamos o nosso próprio estado exterior; e o ato de defraudar a nós mesmos do devido uso e conforto da posição em que Deus nos colocou.
Êx21:16;Lv25:17;Dt12:7;16:14;19:14;Is5:8;33:15;Sl37:21;50:18;62:10;73:3;Pv1:19;3:30;11:1,26;18:9;20:10;21:6,17;23:5,20,21;29:19;29:24;Ez 22:12,29;Am 8:5;Mq 2:2;Mt 6:25,34;23:25;Lc 12:15;16:11,12;At 19:19;I Co 6:7;I Jo 2:15,16;3:17; Tg 2:15,16;5:4,9; Ef 4:28; I Tm 1:10;I Ts 4:6; II Ts 3:11.

143. Qual é o nono mandamento?
O nono mandamento é: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.”
Ex 20:16.

144. Quais são os deveres exigidos no nono mandamento?
Os deveres exigidos no nono mandamento são: conservar e promover a verdade entre os homens e a boa reputação de nosso próximo, assim como a nossa; evidenciar e manter a verdade, e de coração, sincera, livre, clara e plenamente falar a verdade, somente a verdade, em questões de julgamento e justiça e em todas as mais coisas, quaisquer que sejam; considerar caridosamente os nossos semelhantes; amar, desejar e ter regozijo pela sua boa reputação;entristecer-nos pelas suas fraquezas e encobri-las, e mostrar franco reconhecimento dos seus dons e graças; defender sua inocência; receber prontamente boas informações a seu respeito e rejeitar as que são maldizentes, lisonjeadoras e caluniadoras; prezar e cuidar de nossa boa reputação e defendê-la quando for necessário; cumprir as promessas lícitas; empenhar e praticar tudo o que é verdadeiro, honesto, amável e de boa fama.
Lv 19:15;Ef 4:25; Pv 14:5;17:9;22:1;25:23;26:24,25;31:9; Sl 15:2-4;82:3;101:5;119:158; II Cr 19:9; Jr 9:3;42:4; Jo 8:49;At 20:20,27; Rm 1:8;I Co 1:4,5;13:4-7;II Co 1:17,18;11:18,23;12:21; Fp 4:8; Cl 3:9; II Tm 1:4,5; I Pe 1:8; III Jo 3,4,12; Hb 6:9.

145. Quais são os pecados proibidos no nono mandamento?
Os pecados proibidos no nono mandamento são: tudo quanto prejudica a verdade e a boa reputação de nosso próximo, bem assim a nossa, especialmente em julgamento público, o testemunho falso, subornar testemunhas falsas, aparecer e pleitear cientemente a favor de uma causa má; resistir e calcar à força a verdade, dar sentença injusta, chamar o mau, bom e o bom, mau; recompensar os maus segundo a obra dos justos e os justos segundo a obra dos maus; falsificar firmas, suprimir a verdade e silenciar indevidamente em uma causa justa; manter-nos tranqüilos quando a iniqüidade reclama a repreensão de nossa parte, ou denunciar outrem, falar a verdade inoportunamente, ou com malícia, para um fim errôneo; pervertê-la em sentido falso, ou proferi-la duvidosa e equivocadamente, para prejuízo da verdade ou da justiça; falar inverdades, mentir, caluniar, maldizer, depreciar, tagarelar, cochichar, escarnecer, vilipendiar, censurar temerária e asperamente ou com parcialidade, interpretar de maneira má as intenções, palavras e atos de outrem; adular e vangloriar; elogiar ou depreciar demasiadamente a nós mesmos ou a outros, em pensamento ou palavra; negar os dons e as graças de Deus; agravar as faltas menores; encobrir, desculpar e atenuar os pecados quando chamados a uma confissão franca; descobrir desnecessariamente as fraquezas de outrem e levantar boatos falsos; receber e acreditar em rumores maus e tapar os ouvidos a uma defesa justa; suspeitar mau; invejar ou sentir tristeza pelo crédito merecido de alguém; esforçar-se ou desejar o prejuízo de alguém; regozijar-se na desgraça ou na infâmia de alguém; a inveja ou tristeza pelo crédito merecido de outros; prejudicar; o desprezo escarnecedor; a admiração excessiva de outrem; a quebra de promessas legítimas; a negligência daquelas coisas que são de boa fama; praticar ou não evitar aquelas coisas que trazem má fama, ou não impedir, em outras pessoas, tais coisas, até onde pudermos.
Gn 3:5,12,13;4:9;9:22;21:9;26:7,9; Ex 23:1; Lv 5:1;19:11,15-17; I Sm 2:24;22:9,10; II Sm 12:13,14;IRs 21:8;Is 5:23;28:22;29:20,21;58:1;59:4,13;Jr 9:3;20:10;48:27;Sl12:2,3;15:3;22:9,10;
35:15,16;50:20;52:1-4;56:5;69:10;Pv 6:16-19;16:28;17:15;19:5;25:9;28:13;29:11,12;Dn 6:3,4;Ed 4:12,13;Mt 7:1,3;21:15;26:60,61;27:28,29;Lc 3:14;18:11;Jo 2:19;7:24;At 5:3; 6:13;7:57;12:22;Fp 3:18,19;Cl 3:9; Rm 1:29-31;2:1;3:8; I Co 3:21;6:10;13:4,5; Gl 4:29;5:26; II Tm 3:2,3;6:4; II Pe 2:2; Tg 2:13;4:11; Tt 3:2; Jd 16.
146. Qual é o décimo mandamento?
O décimo mandamento é: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não desejarás a sua mulher, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença.”
Ex 20.17.

147. Quais são os deveres exigidos no décimo mandamento?
Os deveres exigidos no décimo mandamento são: um pleno contentamento com a nossa condição e uma disposição caridosa da alma para com o nosso próximo, de modo que todos os nossos desejos e afetos relativos a ele se inclinem para todo o seu bem e promovam o mesmo.
Hb 13:5; I Tm 1:5;6:6; Fp 2:4; Rm 12:15.

148. Quais são os pecados proibidos no décimo mandamento?
Os pecados proibidos no décimo mandamento são: o descontentamento com o nosso estado; a inveja e a tristeza pelo bem de nosso próximo, juntamente com todos os desejos e afetos desordenados para com qualquer coisa que lhe pertença.
Dt 5:21; Sl 112:9,10; Ne 2:10; I Co 10:10; Gl 5:26; Tg 3:14,16; Rm 7:7;13:9;Cl 3:5.

149. Será alguém capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus?
Nenhum homem, por si mesmo, ou por qualquer graça que receba nesta vida, é capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus; mas diariamente os viola por pensamentos, palavras e obras.
Gn 6:5;8:21; I Rs 8:46; Sl 17:15;19:12; Tg 1:14;3:2,8; Jo 15:5; I Jo 1:8;2:6.

150. São todas as transgressões da lei de Deus igualmente odiosas em si mesmas à vista de Deus?
Todas as transgressões da lei de Deus não são igualmente odiosas; mas alguns pecados em si mesmo, e em razão de diversas circunstâncias agravantes, são mais odiosos à vista de Deus do que outros.
Ed 9:14; Sl 78:17,32,56; Hb 2:2,3.

151. Quais são as circunstâncias agravantes que tornam alguns pecados mais odiosos do que outros?
Alguns pecados se tornam mais agravantes:

1º  Em razão dos ofensores, se forem pessoas de idade mais madura, de maior experiência ou graça; se forem eminentes pela vida cristã, dons, posição, ofícios; se forem guias para outros e pessoas cujo exemplo será, provavelmente, seguido por outros.
Jr 2:8;5:4,5; I Rs 11:9; II Sm 12:7,9,14; Ez 8:11,12; Lc 12:47; Jo 3:10; I Co 5:1;  Tg 4:17; Rm 2:21,22,24; Gl 2:14; II Pe 2:2.

2º Em razão das pessoas ofendidas, se as ofensas forem diretamente contra Deus, seus atributos e culto, contra Cristo e sua graça; contra o Espírito Santo, seu testemunho e operações; contra superiores, pessoas eminentes e aqueles a quem estamos especialmente relacionados e a quem devemos favores; contra os santos, especialmente contra os irmãos fracos; contra as suas almas ou as de quaisquer outros, e contra o bem geral de todos ou de muitos.
Nm 12:8;I Sm 2:25; Ml 1:14; Sl 41:9;55:12-14;Pv 30:17;Zc 2:8; Mt 12:31,32;21:38,39;23:34-38; Jo 3:18,36; At 5:4; Rm 2:4;14:13,15,21; I Co 8:11,12;10:21,22; Ef 4:30;I Ts 2:15,16; I Jo 5:10; Hb 6:4-6;10:29;12:25; Jd 8.

3º Pela natureza e qualidade da ofensa, se for contra a letra expressa da lei, se violar muitos mandamentos, se contiver em si  muitos pecados; se for concebida, não só no coração, mas manifestar-se em palavras e ações, escandalizar a outrem e não admitir reparo algum; se for contra os meios, misericórdias, juízos, luz da natureza, convicção da consciência, admoestação pública ou particular, censuras da igreja, punições civis; se for contra as nossas orações, propósitos, promessas, votos, pactos, obrigações a Deus ou aos homens; se for feita deliberada, voluntária, presunçosa, impudente, jactanciosa, maliciosa, freqüente e obstinadamente, com displicência, persistência, reincidência, depois do arrependimento.
Nm14:22,23;15:20;Lv26:25;Dt32:6;Ed9:13,14;Is1:2,3;3:9;57:17;Jr5:13;6:15,16;9:3,5;31:32;42:5,6,20-22; Ez 17:18;20:12,13;35:5,6; Dn 5:22; Mq 2:1,2; Am 4:8-11; Sl 36:4;52:1;78:34,36,37; Pv 2:14,17;6:32,35;20:25;29:1;Zc 7:11,12;Mt 11:21-24;16:26;18:7,17;Jo 15:22;  Cl 3:5; I Tm 6:10;Tt 3:10; II Pe 2:20,21; Rm 1:20,21,31;2:23,24;13:1-5; III Jo 10; Hb 6:4,6.

4º Pelas circunstâncias de tempo e de lugar, se for no dia do Senhor ou em outros tempos de culto divino, imediatamente antes, depois destes ou de outros auxílios para prevenção ou remédio contra tais quedas; se em público ou em  presença de outros que são capazes de ser provocados ou contaminados por essas transgressões.
Is 3:9;22:12-14;58:3,4; II Rs 5:26; I Sm 2:22-24; Jr 7:9,10,11; Ez 23:38; II Cr 36:15,16; Ne 9:13-16; Pv 7:14,15; I Co 11:20,21.

152. O que cada pecado merece da parte de Deus?
Todo pecado, até o menor, sendo contra a soberania, bondade e santidade de Deus, e contra a sua justa lei, merece a sua ira e maldição, nesta vida e na vindoura, e não pode ser expiado, senão pelo sangue de Cristo.
Lv 11:45. Leia-se Dt 28:15-68. Dt 32:6; Pv 13:21; Ml 1:14; Hc 1:13; Mt 25:41; Rm 6:21,23; Tg 2:10,11; I Pe 1:15,1618,19; I Jo 1:7;3:4; Rm 7:12; Gl 3:10; Ef 5:6; Hb 9:22.

153. Que exige Deus de nós para que possamos escapar à sua ira e maldição, em que incorremos pela transgressão da lei?
Para escaparmos à ira e maldição de Deus, em que incorremos pela transgressão da lei, ele exige de nós o arrependimento para com Deus, a fé em nosso Senhor Jesus Cristo e o uso diligente de todos os meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica os benefícios de sua mediação.
At 20:21; Mc 1:15; Jo  3:18. Vejam-se os textos citados sob a questão 154.

154. Quais são os meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica os benefícios de sua mediação?
Os meios exteriores e ordinários, pelos quais Cristo comunica à sua Igreja os benefícios de sua mediação, são todas as suas ordenanças, especialmente a Palavra, os Sacramentos e a Oração; todas essas ordenanças se tornam eficazes aos eleitos em sua salvação.
Mt 28:19-20; At 2:42,46; I Tm 4:16; I Co 1:21; Ef 5:19,20;6:17,18.

155. Como a Palavra se torna eficaz para a salvação?
O Espírito de Deus torna a leitura, e especialmente a pregação da Palavra, um meio eficaz para iluminar, convencer e humilhar os pecadores; para lhes tirar toda confiança em si mesmos e os atrair a Cristo; para os conformar à sua imagem e os sujeitar à sua vontade; para os fortalecer contra as tentações e corrupções; para os edificar na graça e estabelecer os seus corações em santidade e conforto mediante a fé para a salvação.
Jr 23:28,29;Sl 19:11. Leia-se Atos 8:27-38. At 2:37,41;17:11,12;20:32;26:18; Mt 4:7,10; Rm 6:17;10:14,17;16:25; I Co 3:4-11;Sl 19:11;II Co 3:4-11,18;10:4,5;Cl 1:27,28;Ef 4:11,12;6:16,17;II Tm 3:15-17;I Ts 3:2,13; Hb 4:12.

156. A Palavra de Deus deve ser lida por todos?
Embora não seja permitido a todos lerem a Palavra publicamente à congregação, contudo os homens de todas as condições têm obrigação de lê-la em particular para si mesmos e com as suas famílias; e para este fim as Santas Escrituras devem ser traduzidas das línguas originais para as línguas vulgares.
Dt 6:6,7;17:18,19; Is 34:16; Jo 5:39; Sl 78.5,6; I Co 14:18,19.

157. Como a Palavra de Deus deve ser lida?
As Santas Escrituras devem ser lidas com um alto e reverente respeito; com firme persuasão de serem elas a própria Palavra de Deus e de que somente Ele pode habilitar-nos a entendê-las; com desejo de conhecer, crer e obedecer à vontade de Deus nelas revelada; com diligência e atenção ao seu conteúdo e propósito; com meditação, aplicação, abnegação e oração.
Dt 11:13,14; Sl 1:2;119:18,97; II Cr 34:21; Ne 8:5; Is 66:2; Pv 3:5; Mt 13:23; Mc 4:20; Lc 22:44-48;24:45; At 2:38,39;8:30,34;17:11; I Ts 2:13; II Pe 1:16-21;2:2; Gl 1:15,16;Tg 1:21,22.

158. Por quem a Palavra de Deus deve ser pregada?
A Palavra de Deus deve ser pregada somente por aqueles que têm dons suficientes, e são devidamente aprovados e chamados para o ministério.
Ml 2:7; Rm 10:15; I Co 12:28,29;  I Tm 3:2,6;4:14; II Tm 2:2.
159. Como a Palavra de Deus deve ser pregada por aqueles que para isto são chamados?
Aqueles que são chamados a trabalhar no ministério da Palavra devem pregar a sã doutrina, diligentemente, em tempo e fora de tempo, claramente, não em palavras persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder; fielmente, tornando conhecido todo o conselho de Deus; sabiamente, adaptando-se às necessidades e às capacidades dos ouvintes; zelosamente, com amor fervoroso para com Deus e para com as almas de seu povo; sinceramente, tendo por alvo a glória de Deus e procurando converter, edificar e salvar as almas.
Jr 23:28; Lc 12:42; Jo 7:18; At 18:25;20:27;26:16-18; I Tm 4:16; II Tm 2:10,15;4:2,5; I Co 2:4,17;3:2;4:1,2;9:19-22;14:9;II Co 4:2;5:13,14;12:15,19; Cl 1:28; Ef 4:12; I Ts 2:4-7;3:12; Fp 1:15-17; Tt 2:1,7,8; Hb 5:12-14.

160. Que se exige dos que ouvem a Palavra pregada?
Exige-se dos que ouvem a Palavra pregada que atendam a ela com diligência, preparação e oração; que comparem com as Escrituras aquilo que ouvem; que recebam a verdade com fé, amor, mansidão e prontidão de espírito, como a Palavra de Deus; que meditem nela e conversem a seu respeito uns com os outros; que a escondam nos seus corações e produzam os devidos frutos em suas vidas.
Dt 6:6,7;Sl 84:1,2,4;119:11,18; Lc 8:18; I Pe 2:1,2; Ef 6:17,18; At 17:11; Hb 2:1;4:12; Tg 1:21.

161. Como os sacramentos se tornam meios eficazes da salvação?
Os sacramentos tornam-se meios eficazes da salvação, não porque tenham qualquer poder em si, nem qualquer virtude derivada da piedade ou da intenção de quem os administra, mas unicamente pela operação do Espírito Santo e pela bênção de Cristo que os instituiu.
At 8:13,23; I Co 3:7;6:11; I Pe 3:21.

162. O que é um sacramento?
Um sacramento é uma santa ordenança instituída por Cristo em sua Igreja, para significar, selar e conferir àqueles que estão no pacto da graça os benefícios da mediação de Cristo; para os fortalecer e lhes aumentar a fé e todas as mais graças, e os obrigar à obediência; para testemunhar e nutrir o seu amor e comunhão uns para com os outros, e para distingui-los dos que estão fora.
Mt 28:20;26:26,27; At 2:38;22:16; Rm 4:11;6:4;9:8; I Co 10:16,17,21;11:24-2612:13; Ef 4:3-5; Gl 3:27,29;4:15;5:6.

163. Quais são as partes de um sacramento?
As partes de um sacramento são duas: uma, um sinal exterior e sensível usado segundo a própria instituição de Cristo; a outra, uma graça interior e espiritual significada pelo sinal.
Veja-se Confissão de Fé, Cap. XXVII, seção II e as passagens ali citadas.

164. Quantos sacramentos instituiu Cristo sob o Novo Testamento?
Sob o Novo Testamento, Cristo instituiu em sua Igreja somente dois sacramentos: o Batismo e a Ceia do Senhor.
Mt 26:26,27;28:19; I Co 11:23-26.

165. O que é Batismo?
Batismo é um sacramento no Novo Testamento no qual Cristo ordenou a lavagem com água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para ser um sinal e selo de nos unir a si mesmo, da remissão de pecados pelo seu sangue e da regeneração pelo seu Espírito; da adoção e ressurreição para a vida eterna; e por ele os batizandos são solenemente admitidos à Igreja visível e entram em um comprometimento público, professando pertencer inteira e unicamente ao Senhor.
Mt 28:19; Mc 1:4; Jo 3:5; I Co 15:29; Rm 6:3,4;Gl 3:27; Gl 3:26,27; At 2:41;22:16; Tt 3:5; Ap 1:5.
166. A quem deve ser administrado o Batismo?
O Batismo não deve ser administrado aos que estão fora da Igreja visível, e assim estranhos aos pactos da promessa, enquanto não professarem a sua fé em Cristo e obediência a Ele; porém as crianças, cujos pais, ou um só deles, professarem fé em Cristo e obediência a ele, estão, quanto a isto, dentro do pacto e devem se batizadas.
Gn 17:7-9; Lc 18:16;  At 2:38,39,41; I Co 7:14; Rm 11:16; Cl 1:11,12; Gl 3:17,18,29.

167. Como devemos tirar proveito de nosso Batismo?
O dever necessário, mas muito negligenciado, de tirar proveito de nosso Batismo deve ser cumprido por nós durante toda a nossa vida, especialmente no tempo de tentação, quando assistimos à administração desse sacramento a outros, por meio de séria e grata consideração de sua natureza e dos fins para os quais Cristo o instituiu, dos privilégios e benefícios conferidos e selados por ele e do voto solene que nele fizemos por meio de humilhação devida à nossa corrupção pecaminosa, às nossas faltas, e ao andarmos contrários à graça do Batismo e aos nossos votos; por crescermos até à certeza do perdão de pecados e de todas as mais bênçãos a nós seladas por esse sacramento; por fortalecer-nos pela morte e ressurreição de Cristo, em cujo nome fomos batizados para mortificação do pecado e a vivificação da graça e por esforçar-nos a viver pela fé, a ter a nossa conversação em santidade e retidão como convém àqueles que deram os seus nomes a Cristo, e a andar em amor fraternal, como batizados pelo mesmo Espírito em um só corpo.
Sl 22:10,11; Rm 4:11,12;6:2-5,22; I Co 1:11,13;12:13,25,26; I Pe 3:21; Gl 3:26,27.

168. O que é a Ceia do Senhor?
A Ceia do Senhor é um sacramento do Novo Testamento no qual, dando-se e recebendo-se pão e vinho, conforme a instituição de Jesus Cristo, é anunciada a sua morte; e os que dignamente participam dele, alimentam-se do corpo e do sangue de Cristo para sua nutrição espiritual e crescimento na graça; têm a sua união e comunhão com ele confirmadas; testemunham e renovam a sua gratidão e consagração a Deus e o seu mútuo amor uns para com os outros, como membros do mesmo corpo místico.
Mt 26:26,27; I Co 10:16-21;11:23-27.

169. Como ordenou Cristo que o pão e o vinho fossem dados e recebidos no sacramento da Ceia do Senhor?
Cristo ordenou que os ministros da Palavra, na administração deste sacramento da Ceia do Senhor, separassem o pão e o vinho do uso comum pela palavra da instituição, ações de graça e oração; que  tomassem e partissem o pão e dessem, tanto este como o vinho, aos comungantes, os quais, pela mesma instituição, devem tomar e comer o pão e beber o vinho, em grata recordação de que o corpo de Cristo foi partido e dado, e o seu sangue derramado em favor deles.
Mc 14:22-24.
170. Como se alimentam do corpo e do sangue de Cristo os que dignamente participam da Ceia do Senhor?
Desde que o corpo e o sangue de Cristo não estão, nem corporal, nem carnalmente, presentes no, com ou sob o pão e o vinho na Ceia do Senhor, mas, sim, espiritualmente à fé do comungante, não menos verdadeira e realmente do que estão os mesmos elementos aos seus sentidos exteriores, assim os que dignamente participam do sacramento da Ceia do Senhor se alimentam do corpo e do sangue de Cristo, não de uma maneira corporal e carnal, mas espiritual, contudo verdadeira e realmente, visto que pela fé recebem e aplicam a si mesmos o Cristo crucificado e todos os benefícios de sua morte.

As especificações enumeradas nas respostas às questões 170 a 175 são deduzidas na natureza da Ceia do Senhor como estabelecida no N.T. Os textos são dados para mostrar que estas especificações estão de acordo com o tema geral das Escrituras.
Jo 6:51,53; At 3:21; I Co 10.16; Gl 3:1; Hb 11:1.

171. Os que recebem o sacramento da Ceia do Senhor, como devem preparar-se para o receber?
Os que recebem o sacramento da Ceia do Senhor devem preparar-se para o receber, examinando-se a si mesmos, se estão em Cristo, a respeito de seus pecados e necessidades, da verdade e medida de seu conhecimento, fé, arrependimento e amor para com Deus e para com os irmãos; da caridade para com todos os homens, perdoando aos que lhes têm feito mal; de seus desejos de ter Cristo e de sua nova obediência, renovando o exercício destas graças pela meditação séria e pela oração fervorosa.
Êx 12:15; II Cr 30:18,19;Is 55:1; Sl 26:6; Mt 5:23,24;26:26; Lc 1:53; Jo 7:37; I Co 5:7,8;10:17;11:18-20,24,28,29,31; II Co 13:5 ; Hb 10:21,22,24.
172. Uma pessoa que duvida de que esteja em Cristo, ou de que esteja convenientemente preparada, pode chegar-se à Ceia do Senhor?
Uma pessoa que duvida de que esteja em Cristo, ou de que esteja convenientemente preparada para participar do sacramento da Ceia do Senhor, pode ter um verdadeiro interesse em Cristo, embora não tenha ainda a certeza disto; mas aos olhos de Deus o tem, se está devidamente tocada pelo receio da falta desse interesse, e sem fingimento deseja ser achada em Cristo e apartar-se da iniqüidade. Neste caso, desde que as promessas são feitas, e este sacramento é ordenado para o alívio dos cristãos fracos e que estão em dúvida, deve lamentar a sua incredulidade e esforçar-se para ter as suas dúvidas dissipadas; e, assim fazendo, pode e deve chegar-se à Ceia do Senhor para ficar mais fortalecida.
Is 40:11,29,31;50:10;54:7,8,10; Sl 31:22;42:11; Mt 5:3,4;11:28;26:28; Mc 9:24; At 9:6;16:30;Rm 7:24,25; I Co 11:28 ;II Tm 2:19.
173. Alguém que professa a fé, e deseja participar da Ceia do Senhor, pode ser excluído dela?
Os que forem achados ignorantes ou escandalosos, não obstante a sua profissão de fé e o desejo de participar da Ceia do Senhor, podem e devem ser excluídos desse sacramento, pelo poder que Cristo legou à sua Igreja, até que recebam instrução e manifestem mudança.
I Co 5:3-5,11;11:29 ;II Co 2:5-8.
174. Que se exige dos que recebem o sacramento da Ceia do Senhor, na ocasião de sua celebração?
Exige-se dos que recebem o sacramento da Ceia do Senhor que, durante a sua celebração, esperem em Deus, nessa ordenança, com toda a santa reverência e atenção; que diligentemente observem os elementos e os atos sacramentais; que atentamente discriminem o corpo do Senhor, e, cheios de amor, meditem na sua morte e sofrimentos, e assim se despertem para um vigoroso exercício das suas graças, julgando-se a si mesmos e entristecendo-se pelo pecado; tendo fome e sede ardentes de Cristo, alimentando-se nele pela fé, recebendo da sua plenitude, confiando nos seus méritos, regozijando-se no seu amor, sendo gratos pela sua graça e renovando o pacto que fizeram com Deus e o amor a todos os santos.
II Cr 30:21; Zc 12:10; Sl 22:26;63:1; Jr 50:5;  Lc 22:19; Jo 1:16;6:35; At 2:42; I Co 10:17;11:29,31; Gl 2:20;3:1; Fp 3:9; Cl 1:19; I Pe 1:8.

175. Qual é o dever dos crentes depois de receberem o sacramento da Ceia do Senhor?
O dever dos crentes, depois de receberem o sacramento da Ceia do Senhor, é o de seriamente considerar como se portaram nele, e com que proveito; se foram vivificados e confortados; devem bendizer a Deus por isto, pedir a continuação do mesmo, vigiar contra a reincidência, cumprir seus votos e  animar-se a atender sempre a esta ordenança; se não acharem, porém, nenhum benefício, deverão refletir novamente, e com mais cuidado, na sua preparação para este sacramento e no comportamento que tiverem na ocasião, podendo, em uma e outra coisa, aprovar-se diante de Deus e de suas próprias consciências, esperando com o tempo o fruto de sua participação; se perceberem, porém, que nessas coisas foram remissos, deverão humilhar-se, e para o futuro participar desta ordenança com mais cuidado e diligência.
I Cr 15:12-14; Is 8:17; Sl 27:4;50:14;77:6;123:1,2;139:23,24; Os 14:2; At 2:42,46,47; I Co 10:12;11:17,25,26,30,31; II Co 2:14;7:11; Rm 11:20.
176. Em que concordam os sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor?
Os sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor concordam em ser Deus o autor de ambos; em ser Cristo e os seus benefícios a parte espiritual de ambos; em ambos serem selos do mesmo pacto, em não deverem ser administrados senão pelos ministros do Evangelho, e em deverem ser continuados na igreja de Cristo até a sua segunda vinda.
Mt 26:27,28;28:19,20; Mc 28:19; Rm 4:11;6:3,4; I Co 10:16;11:23,26; Cl 2:11.

177. Em que diferem os sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor?
Os sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor diferem em dever o Batismo ser administrado uma vez só, com água, para ser sinal e selo da nossa união com Cristo, e administrado também às crianças; enquanto que a Ceia do Senhor deve ser celebrada freqüentemente, com os elementos de pão e vinho, para representar e mostrar Cristo como o alimento espiritual para a alma, e para confirmar a nossa permanência e crescimento nele, e isso apenas para aqueles que têm idade e condições de se examinarem a si mesmos.
Mt 3:11; Jo 6:51-53; At 2:38,39;  I Co 7:14;10:16;11:26,28; Gl 3:27; Cl 2:19.
178. Que é oração?
Oração é um oferecimento de nossos desejos a Deus, em nome de Cristo e com o auxílio de seu Espírito, e com a confissão de nossos pecados e um grato reconhecimento de suas misericórdias.
Sl 32:5,6;62:8; Dn 9:4; Jo 16:23,24; Rm 8:26; Fp 4:6.
179. Devemos orar somente a Deus?
Sendo Deus o único que pode esquadrinhar o coração, ouvir os pedidos, perdoar os pecados e cumprir os desejos de todos, o único em que se deve crer e a quem se deve prestar culto religioso, a oração, que é uma parte especial do culto, deve ser oferecida por todos a ele só, e a nenhum outro.
II Sm 22:32; I Rs 8:39; Is 42:8; Jr 3:23; Sl 65:2;145:16,19; Mq 7:18; Mt 4:10; Lc 4:8; Jo 14:1;  At 1:24; Rm 8:27; I Co 1:2.
180. O que é orar em nome de Cristo?
Orar em nome de Cristo é, em obediência ao seu mandamento e em confiança nas suas promessas, pedir a misericórdia por amor dele, não por mera menção de seu nome; porém derivando o nosso ânimo para orar, a nossa coragem, força e esperança de sermos aceitos em oração, de Cristo e sua mediação.
Dn 9:17; Mt 7:21; Lc 6:46; Jo 14:13,14; I Jo 5:13-15; Hb 4:14-16.
181. Por que devemos orar em nome de Cristo?
O homem, em razão de seu pecado, ficou tão afastado de Deus que a ele não se pode chegar sem ter um mediador; e não havendo ninguém, no céu ou na terra, constituído e preparado para esta gloriosa obra, senão Cristo unicamente, o nome dele é o único por meio do qual devemos orar.
Jo 6:27; I Jo 14:6; Ef 3:12; I Tm 2:5; Cl 3:17;Hb 7:25-27;13:15.

182. Como o Espírito nos ajuda a orar?
Não sabendo nós o que havemos de pedir, como convém, o Espírito nos assiste em nossa fraqueza, habilitando-nos a saber por quem, pelo quê, e como devemos orar; operando e despertando em nossos corações (embora não em todas as pessoas, nem em todos os tempos, na mesma medida) aquelas apreensões, afetos e graças que são necessários para o bom cumprimento desse dever.
Sl 10:17;80:18;Zc 12:10; Rm 8:26.
183. Por quem devemos orar?
Devemos orar por toda a Igreja de Cristo na terra, pelos magistrados e outras autoridades, por nós mesmos, pelos nossos irmãos e até mesmo pelos nossos inimigos, e pelos homens de todas as classes, pelos vivos e pelos que ainda hão de nascer; porém, não devemos orar pelos mortos, nem por aqueles que se sabe terem cometido o pecado para a morte.
Gn 32:11; II Sm 7:29; Sl 28:9; Mt 5:44; Jo 17:20; Ef 6:18;Sl 28:9; I Tm 2:1,2; II Ts 1:11;3:1; Cl 4:3; Tg 5:16; I Jo 5:16.
184. Pelo quê devemos orar?
Devemos orar por tudo quanto realça a glória de Deus e o bem-estar da Igreja, o nosso próprio bem ou o de outrem; nada, porém, que seja ilícito.
Sl 51:18;122:6;125:4; Mt 6:9;7:11;  I Ts 5:23; II Ts 3:16; I Jo 5:14; Tg 4:3.
185. Como devemos orar?
Devemos orar com solene apreensão da majestade de Deus e profunda convicção de nossa própria indignidade, necessidades e pecados; com corações penitentes, gratos e francos; com entendimento, fé, sinceridade, fervor, amor e perseverança, esperando nele com humilde submissão à sua vontade.
Gn 18:27; Sl 17:1;33:8;5l:17;81:10;86:1;95:6;130:3;144:3;145:18;Mq 7:7; Lc 15:17-19;18:13; Mt 5:23,24;26:39; Jo 4:24; Ef 3:20,216:18; I Co 14:15;Tg 1:6;5:16; I Tm 1:2,8; Hb 10:22.
186. Que regra Deus nos deu para nos dirigir na prática da oração?
Toda a Palavra de Deus é útil para nos dirigir na prática da oração; mas a regra especial é aquela forma de oração que nosso Salvador Jesus Cristo ensinou aos seus discípulos, geralmente chamada “Oração do Senhor”.
II Tm 3:16,17; I Jo 5:14; Mt 6:9-13; Lc 11:2-4.
187. Como a Oração do Senhor deve ser usada?
A Oração do Senhor não é somente para direcionamento, como modelo segundo o qual devemos orar; mas também pode ser usada como uma oração, contanto que seja feita com entendimento, fé, reverência e outras graças necessárias para o correto cumprimento do dever da oração.
Mt 6:9; Lc 11:2.
188. De quantas partes consiste a Oração do Senhor?
A Oração do Senhor consiste de três partes: prefácio, petições e conclusão.
189. O que nos ensina o prefácio da Oração do Senhor?
O prefácio da Oração do Senhor, que é: “Pai nosso que estás nos céus”, nos ensina, quando orarmos, a nos aproximarmos de Deus com confiança na sua bondade paternal e no nosso interesse nele; com reverência e todas as outras disposições de filhos, afetos celestes e a devia apreensão do seu soberano poder, majestade e graciosa condescendência; bem assim o orar com outros e por eles.
Sl 95:6,7;104:1;113:4-6;123:1; Lm 3:41; Is 63:15; Zc 8:21;6:9; Lc 11:13; At 12:5 ; Rm 8:15.
190. O que pedimos na primeira petição?
Na primeira petição, que é: “Santificado seja o teu nome” – reconhecendo a inteira incapacidade e indisposição que há em nós e em todos os homens, de honrar a Deus como é devido -, pedimos que ele, pela sua graça, nos habilite e nos incline, a nós e aos demais, a conhecê-lo, confessá-lo e altamente estimar, a ele e a seus títulos, atributos, ordenanças, palavras, obras e tudo aquilo por meio do qual ele se dá a conhecer; a glorificá-lo em pensamentos, palavras e obras; que ele impeça e remova o ateísmo, a ignorância, a idolatria, a profanação e tudo quanto o desonre; que pela sua soberana providência dirija e disponha tudo para a sua própria glória.
II Rs 19:16; Is 64:1,2; Jr 14:21.  Leiam-se os Salmos 8 e 14 inteiros. Sl 19:14;51:15;67:1-4;72:19;74:18,22;83:18;86:10,15;97:7;107:32;145:6-8; Mt 6:9; II Co 2:14;3:5.; IITs 3:1; Ef 1:17,18;3:20,21; Fp 1:11;

191. O que pedimos na segunda petição?
Na segunda petição, que é: “Venha o teu reino”- reconhecendo que nós e todos os homens estamos, por natureza, sob o domínio do pecado e de Satanás -, pedimos que o domínio do mal seja destruído, o Evangelho seja propagado por todo o mundo, os judeus chamados, e a plenitude dos gentios seja consumada; que a igreja seja provida de todos os oficiais e ordenanças do Evangelho, purificada da corrupção, aprovada e mantida pelo magistrado civil; que as ordenanças de Cristo sejam administradas com pureza, feitas eficazes para a conversão daqueles que estão ainda nos seus pecados, e para a confirmação, conforto e edificação dos que estão já convertidos; que Cristo reine nos nossos corações, aqui, e apresse o tempo da sua segunda vinda e de reinarmos nós com ele para sempre; que lhe apraza exercer o reino de seu poder em todo o mundo, do modo que melhor contribua para estes fins.
Is 64:1,2; Sl 67(todo);68:1; Ml 1:11;  Mt 6:10;9:38; Rm 10:1;11:25; II Co 4:2; Ef 2:2,3;3:14,17;5:26,27; At 26:18; II Ts 2:16,17;3:1; Ap 12:9;22:20.
192. O que pedimos na terceira petição?
Na terceira petição, que é: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”- reconhecendo que, por natureza, nós e todos os homens somos, não só inteiramente incapazes e indispostos a conhecer e fazer a vontade de Deus, mas propensos a rebelar-nos contra sua palavra, a desanimar-nos e a murmurar contra sua providência, e inteiramente inclinados a fazer a vontade da carne e do diabo -, pedimos que Deus, pelo seu Espírito, tire de nós e dos demais toda a cegueira, fraqueza, indisposição e perversidade do coração, e pela sua graça nos faça capazes e prontos para conhecer, fazer e submeter-nos à sua vontade em tudo, com humildade, alegria, fidelidade, diligência, zelo, sinceridade e constância, como os anjos fazem no céu.
Dn 7:10; I Sm 3:18; Ez 11:19; Is 38:3;  Jr 31.18; Sl 73:3;103:20-22;119:4,35,112;123:2; Mq 6:8; Mt6:10;20:11;26:20-1;At21:14;ICo2:24;Rm2:7;7:24,25;8:7;12:11;Tt3:3;Ef 1:17,18;2:2,3;3:16;6:6; II Co 1:12.

193. O que pedimos na quarta petição?
Na quarta petição, que é: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”- reconhecendo que, em Adão e pelo nosso próprio pecado, perdemos o nosso direito a todas as bênçãos exteriores desta vida, e que merecemos ser, por Deus, totalmente privados delas, tendo elas se transformado em maldição para nós, no seu uso; que nem elas podem de si mesmas nos sustentar, nem nós podemos merecê-las nem pela nossa diligência consegui-las, mas que somos propensos a desejar, obter e usar delas ilicitamente -, pedimos, por nós mesmos e por outros, que tanto eles como nós, dependendo da providência de Deus, de dia em dia, no uso de meios lícitos possamos, do seu livre dom e conforme parecer bem à sua sabedoria paternal, gozar de uma porção suficiente desses favores e tê-los continuados e abençoados para nós em nosso santo e confortável uso e contentamento; e que sejamos guardados de tudo quanto é contrário ao nosso sustento e conforto temporais.
Gn 3:17;32:10; Dt 8:3,18;28:15-68. Lm 3:22; Sl 90:17;144:12-15;  Pv 10:22;30:8,9; Jr 6:13; Os 12:7; Mt 6:11;  Tg 4:3,13-15; I Tm 4:4-5;6:6-8.

194. O que pedimos na quinta petição?

Na quinta petição, que é: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores”- reconhecendo que nós e todos os demais somos culpados do pecado original e atual, e por isso nos tornamos devedores à justiça de Deus; que nem nós nem outra criatura qualquer pode fazer a mínima satisfação por essa dívida -, pedimos, por nós mesmos e por outros, que Deus, da sua livre graça e pela obediência e satisfação de Cristo adquiridas e aplicadas pela fé, nos absolva da culpa e da punição do pecado, que nos aceite no seu Amado, continuem o seu favor e graça em nós, perdoe as nossas faltas diárias e nos encha de paz e gozo, dando-nos diariamente mais e mais certeza de perdão; que tenhamos mais coragem de pedir e sejamos mais animados a esperar, uma vez que já temos este testemunho em nós, que de coração já perdoamos aos outros as suas ofensas.
Sl 51:7-12;130:3;143:2; Mq 6:6,7; Os 14:1; Mt 6:12,14,15;18:24,35; Lc 11:4; Rm 3:9,19,24,25;5:1,2,19;15:13; At 13:39; Ef 1:6; II Pe 1:2.

195. O que pedimos na sexta petição?
Na sexta petição, que é: “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” - reconhecendo que o mui sábio, justo e gracioso Deus, por diversos fins, santos e justos, pode dispor as coisas de maneira que sejamos assaltados, frustrados e feitos por algum tempo cativos pelas tentações; que Satanás, o mundo e a carne estão prontos e são poderosos para nos desviar e enlaçar, que nós, depois do perdão de nossos pecados, devido à nossa corrupção, fraqueza e falta de vigilância, estamos, não somente sujeitos a ser tentados e dispostos a nos expor às tentações, mas também, de nós mesmos, incapazes e indispostos para lhes resistir, sair ou tirar proveito delas: e que somos dignos de ser deixados sob o seu poder -, pedimos que Deus de tal forma reja o mundo e tudo o que nele há, subjugue a carne, restrinja a Satanás, disponha tudo, conceda e abençoe todos os meios de graça e nos desperte à vigilância no seu uso; que nós e todo o seu povo sejamos guardados, pela sua providência, de sermos tentados ao pecado; ou que, quando tentados, sejamos poderosamente sustentados pelo Espírito, e habilitados a ficar  firmes na hora da tentação; ou, quando, fracassados, sejamos levantados novamente, recuperados da queda, e que façamos dela uso e proveito santos; que a nossa santificação e salvação sejam aperfeiçoadas, Satanás calcado aos nossos pés e nós inteiramente libertados o pecado, da tentação e de todo o mal, para sempre.
II Cr 32:31; Jó 2:2,6; Pv 7:22; Sl 19:13;51:10,12;81:11,12;119:133; Mt 6:13;26:41; Mc 4:19; Lc 21:34; I Pe 1:6,7;5:8,10; Tg 1:14; Gl 5:17; Rm 7:18,19;8:28;16:20; I Tm 6:9; Jo 17:15; Hb 2:18;13:20,21; I Co 10:13; II Co 12:8; Ef 3:14-16;4:11,12; I Ts 3:13;5:23.
196. O que nos ensina a conclusão da Oração do Senhor?
A conclusão da Oração do Senhor, que é: “Porque teu é o reino e o poder e a glória para sempre. Amém”, nos ensina a reforçar as nossas petições com argumentos que devem ser derivados, não de qualquer mérito que haja em nós ou em qualquer outra criatura, mas de Deus; e ajuntar louvores às nossas orações, atribuindo a Deus, unicamente, a soberania eterna, onipotência e gloriosa excelência; em virtude do quê, como ele pode e quer socorrer-nos, assim nós, pela fé, estamos animados a instar com ele a que atenda aos nossos pedidos, e a confiar tranqüilamente que assim o fará. E para testemunhar os nossos desejos e certeza de sermos ouvidos, dizemos: Amem.
I Cr 29:10-13; Jó 23:3,4; Jr 14:20,21; Dn 9:4,7-9; Mt 6:13; Fp 4:6; Ef 3:12,20,21; Lc 11:13; Hb 10:19-22; I Jo 5:14; Rm 8:32; I Co 14:16; Ap 22:20,21.