sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Tim Conway - O inferno é necessário?

Tim Conway - O inferno é necessário? from Portal Testemunho on Vimeo.


O RELATIVISMO TEM ADENTRADO A IGREJA E FEITO UM ESTRAGO ENORME NO MODO DE VIVER DOS CRENTES MODERNOS. ASSUNTOS BÍBLICOS DESAFIADORES TEM SIDO DEIXADOS DE LADO PARA NÃO INCOMODAR OS OUVINTES. COM ISSO A BÍBLIA SE TORNA NUM PACOTE DE RETALHOS QUE BUSCA A GLÓRIA HUMANA E NÃO A DE DEUS. TER UMA COMPREENSÃO CORRETA DO CÉU É GLORIOSO ASSIM COMO A VISÃO CORRETA DO INFERNO. O INFERNO É REAL E NÃO PODEMOS FALAR O QUE A BÍBLIA NÃO FALA E NEM SE OMITIR DE SUAS VERDADES. REFLITAM NESTA PREGAÇÃO COM TEMOR E TREMOR.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O Lugar do Espírito Santo na Trindade por John Piper

Durante uma série de mensagens com base no livro de Hebreus, alguém perguntou a respeito de meu ponto de vista sobre o Espírito Santo. A razão para isso é que o Espírito Santo não recebe tanta atenção quanto o Pai e o Filho. Este é um assunto difícil, mas tentei esclarecê-lo. Eis o que escrevi em resposta.
Tenho enfatizado (a partir de textos como Hebreus 1.3; Colossenses 1.15; 2.9; Filipenses 2.6; 2 Coríntios 4.4 e João 1.1) que o Filho de Deus é o reflexo do próprio Deus Pai, em sua auto-consciência. Deus tem uma idéia perfeitamente clara e total de suas perfeições. Esta imagem de Deus é tão perfeita e completa, que é, na realidade, a manifestação de Deus, o Filho, uma pessoa com seus próprios direitos.
Portanto, Deus Filho não é criado, nem formado. Ele é co-eterno com o Pai, porque o Pai sempre teve essa perfeita imagem de Si mesmo. O Filho é dependente do Pai, como uma imagem depende do original, mas não é inferior em qualquer atributo divino, porque é uma cópia viva e plena das perfeições do Pai. De fato, isto é um grande mistério — como uma idéia, um reflexo ou imagem do Pai pode realmente ser uma pessoa, com seus próprios direitos? — e não imagino que sou capaz de tornar o infinito completamente controlável.
Ora, o que dizer sobre o Espírito Santo? Acho proveitoso observar que a mente de Deus, refletida em nossa própria mente, tem duas faculdades: entendimento e vontade (tendo as emoções como os atos mais vívidos da vontade). Em outras palavras, antes da Criação, Deus podia relacionar-se consigo mesmo de duas maneiras: podia conhecer e amar a Si mesmo. Em conhecer a Si mesmo, Deus gerou o Filho, a perfeita, completa e total imagem pessoal dEle mesmo. Em amar a Si mesmo, o Espírito Santo procedeu do Pai e do Filho.
Portanto, o Filho é a eterna imagem que o Pai tem de suas próprias perfeições, e o Espírito Santo é o eterno amor que flui entre o Pai e o Filho, visto que se deleitam Um no Outro.

Como pode este amor ser uma pessoa em seus próprios méritos? As palavras falham, mas não podemos dizer que o amor entre o Pai e o Filho é tão perfeito, tão constante e envolve tão completamente o que o Pai e o Filho são em Si mesmos, que este amor se manifesta como uma Pessoa em seus próprios méritos?
C. S. Lewis tentou apresentar isso usando uma analogia — mas é somente uma analogia:

Você sabe que entre os seres humanos, quando se reúnem em família, ou num clube, ou numa sociedade comercial, as pessoas falam sobre o “espírito” daquela família, daquele clube ou daquela sociedade comercial. Elas falam sobre “espírito” porque os membros individuais, quando se reúnem, desenvolvem maneiras particulares de conversarem e se comportarem, maneiras que não teriam, se estivessem sozinhos. É como se uma personalidade coletiva viesse à existência. Na verdade, não é uma pessoa real: é apenas semelhante a uma pessoa. Mas essa é somente uma das diferenças entre Deus e nós. O que resulta da vida conjunta de Deus Pai e Deus Filho é uma Pessoa real; é, de fato, a Terceira das três Pessoas que são Deus.

Estes são mistérios profundos. Todavia, para amar e conhecer a Deus, considero proveitoso ter em mente, pelo menos, alguma concepção quando afirmo que existe somente um Deus e de que Ele existe em três Pessoas. É nosso dever e deleite adorar o nosso grande Deus, mas Ele não é honrado mediante adoração ignorante, pois isto seria uma charada. A adoração tem de se fundamentar em algum conhecimento. Do contrário, não é o verdadeiro Deus a quem adoramos.



Extraído do livro: Uma Vida Voltada para Deus, de John Piper.

Copyright: © Editora FIEL

O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

NO FINAL DE TUDO

REFLETINDO SOBRE O EPISÓDIO DA TRANSFIGURAÇÃO, SOBRE OS ÚLTIMOS DIAS DO APÓSTOLO PAULO, SOBRE O APÓSTOLO JOÃO... VEJO QUE NO FINAL DE TUDO FICA SOMENTE VOCÊ E JESUS. SE VÃO OS AMIGOS E COMPANHEIROS DE MINISTÉRIO, OS BRAÇOS FORTES DA CAMINHADA, OS CONSELHEIROS, OS AJUDADORES, OS OS ...
PAULO DISSE: TODOS ME ABANDONARAM... A HISTÓRIA BÍBLICA ESTA AÍ PARA NOS ADVERTIR DE BUSCAR E CONFIAR E DEPENDER SOLUS CHRISTOS. QUANTOS PASTORES, PROFESSORES DE SEMINÁRIOS, DE ESCOLA DOMINICAL, ESTÃO HOJE ESQUECIDOS POR SEUS ALUNOS E OVELHAS ANTIGAS, ESTÃO FORA DAS PROGRAMAÇÕES, ESTÃO DE ESCANTEIO. AINDA BEM QUE DEUS NOS TEM GRAVADO NAS PALMAS DE SUAS MÃOS. QUE CRISTO ESTA CONOSCO TODOS OS DIAS ATÉ... QUE O ESPÍRITO HABITA EM NÓS...
SOLI DEO GLORIA

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Homofobia x Terrorismo x Democracia

O AI-5 GAY JÁ COMEÇA A SATANIZAR PESSOAS; SE APROVADO, VAI PROVOCAR O CONTRÁRIO DO QUE PRETENDE: ACABARÁ ISOLANDO OS GAYS
O reverendo Augustus Nicodemus Lopes, chanceler a Universidade Mackenzie — homem inteligente, capaz, disciplinado na sua fé e respeitador das leis do país; sim, eu o conheço — está sendo alvo de uma violenta campanha de difamação na Internet. Na próxima quarta, grupos gays anunciam um protesto nas imediações da universidade que ele dirige com zelo exemplar. Por quê? Ele teve a “ousadia”, vejam só, de publicar, num cantinho que lhe cabe no site da instituição trecho de uma resolução da Igreja Presbiteriana do Brasil contra a descriminação do aborto e contra aprovação do PL 122/2006 — a tal lei que criminaliza a homofobia (aqui). O texto nem era seu, mas do reverendo Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil. A íntegra do documento estáaqui. Pode-se ler lá o que segue:
“Quanto à chamada Lei da Homofobia, que parte do princípio que toda manifestação contrária à homossexualidade é homofóbica (…), a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre a homossexualidade como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos”.
Respondam: o que há de errado ou discriminatório nesse texto? A PL 122 nem foi aprovada ainda, e as perseguições já começaram. Vamos tornar ainda mais séria essa conversa. Há gente que gosta das soluções simples e erradas para problemas difíceis. Eu estou aqui para mostrar que há coisas que, simples na aparência, são muito complicadas na essência. Afirmei certa feita que o verdadeiro negro do mundo era o branco, pobre, heterossexual e católico. Era um exagero, claro!, uma expressão de mordacidade. A minha ironia começa a se transformar numa referência da realidade. A PL 122 é flagrantemente inconstitucional; provocará, se aprovada, efeitos contrários àqueles pretendidos e agride a liberdade religiosa. É simples assim. Mas vamos por partes, complicando sempre, como anunciei.
Homofóbico?
Repudio o pensamento politicamente correto, porque burro, e o pensamento nem-nem — aquele da turma do “nem isso nem aquilo”. Não raro, é coisa de covardes, de quem quer ficar em cima do muro. Procuro ser claro sobre qualquer assunto. Leitores habituais deste blog já me deram algumas bordoadas porque não vejo nada de mal, por exemplo, na união civil de homossexuais — que não é “casamento”. Alguns diriam que penso coisa ainda “pior”: se tiverem condições materiais e psicológicas para tanto, e não havendo heterossexuais que o façam, acho aceitável que gays adotem crianças. Minhas opiniões nascem da convicção, que considero cientificamente embasada, de que “homossexualidade não pega”, isto é, nem é transmissível nem é “curável”. Não sendo uma “opção” (se fosse, todos escolheriam ser héteros), tampouco é uma doença. Mais: não me parece que a promiscuidade seja apanágio dos gays, em que pese a face visível de certas correntes contribuir para a má fama do conjunto.
“Que diabo de católico é você?”, podem indagar alguns. Um católico disciplinado. É o que eu penso, mas respeito e compreendo a posição da minha igreja. Tampouco acho que ela deva ficar mudando de idéia ao sabor da pressão deste ou daqueles grupos católicos. Disciplina e hierarquia são libertadoras e garantem o que tem de ser preservado. Não tentem ensinar a Igreja Católica a sobreviver. Ela sabe como fazer. Outra hora volto a esse particular. Não destaco as minhas opiniões “polêmicas” para evitar que me rotulem disso ou daquilo. Eu estou me lixando para o que pensam a meu respeito. Escrevo o que acho que tem de ser escrito.
Aberração e militânciaTer tais opiniões não me impede de considerar que o tal PL 122 é uma aberração, que busca criar uma categoria especial de pessoas. E aqui cabe uma pequena história. Tudo começou com o Projeto de Lei nº 5003/2001, na Câmara, de autoria da deputada Iara Bernardes, do PT. Ele alterava a Lei nº 7716, de 1989, que pune preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional (íntegra aqui) acrescentando ao texto a chamada discriminação de gênero. Para amenizar o caráter de “pogrom gay”, o senador Marcelo Crivella acrescentou também a discriminação contra idoso e contra deficientes como passível de punição. Só acrescentou absurdos novos.
Antes que me atenha a eles, algumas outras considerações. À esteira do ataque contra três rapazes perpetrados por cinco delinqüentes na Avenida Paulista, que deveriam estar recolhidos (já escrevi a respeito), grupos gays se manifestaram. E voltou a circular a tal informação de que o Brasil é o país que mais mata homossexuais no mundo. É mesmo? Este também é um dos países que mais matam heterossexuais no mundo!!! São 50 mil assassinatos por ano. Se os gays catalogados não chegam a 200 — e digamos que eles sejam 5% da população; há quem fale em 9%; não importa —, há certamente subnotificação, certo? “Ah, mas estamos falando dos crimes da homofobia…” Sei. Michês que matam seus clientes são ou não considerados “gays”? Há crimes que não estão associados à “orientação sexual” ou à “identidade de gênero”, mas a um modo de vida. Cumpre não mistificar. Mas vamos ao tal PL.
DisparatesA Lei nº 7716 é uma lei contra o racismo. Sexualidade, agora, é raça? Ora, nem a raça é “raça”, não é mesmo? Salvo melhor juízo, somos todos da “raça humana”. O racismo é um crime imprescritível e inafiançável, e entrariam nessa categoria os cometidos contra “gênero, orientação sexual e identidade de gênero.” Que diabo vem a ser “identidade de gênero”. Suponho que é o homem que se identifica como mulher e também o contrário. Ok. A lei não proíbe ninguém de se transvestir. Mas vamos seguir então.
Leiam um trecho do PL 122:
Art. 4º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida do seguinte Art. 4º-A:
“Art. 4º-A Praticar o empregador ou seu preposto atos de dispensa direta ou indireta: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)anos.”
Art. 5º Os arts. 5º, 6º e 7º da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 5º Impedir, recusar ou proibir o ingresso ou a permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado, aberto ao público: Pena: reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.”
Para demitir um homossexual, um empregador terá de pensar duas vezes. E cinco para contratar — caso essa homossexualidade seja aparente. Por quê? Ora, fica decretado que todos os gays são competentes. Aliás, na forma como está a lei, só mesmo os brancos, machos, heterossexuais e eventualmente cristãos não terão a que recorrer em caso de dispensa. Jamais poderão dizer: “Pô, fui demitido só porque sou hétero e branco! Quanta injustiça!”. O corolário óbvio dessa lei será, então, a imposição posterior de uma cota de “gênero”, “orientação” e “identidade” nas empresas. Avancemos.
“Art. 6º Recusar, negar, impedir, preterir, prejudicar, retardar ou excluir, em qualquer sistema de seleção educacional, recrutamento ou promoção funcional ou profissional: Pena - reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) anos. ”Cristãos, muçulmanos, judeus etc têm as suas escolas infantis, por exemplo. Sejamos óbvios, claros, práticos: terão de ignorar o que pensam a respeito da homossexualidade, da “orientação sexual” ou da “identidade de gênero” — e a Constituição lhes assegura a liberdade religiosa — e contratar, por exemplo, alguém que, sendo João, se identifique como Joana? Ou isso ou cana?
Art. 7º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar acrescida dos seguintes art. 8º-A e 8º-B:
“Art. 8º-B Proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgênero, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos ou cidadãs: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.”
Pastores, padres, rabinos etc. estariam impedidos de coibir a manifestação de “afetividade”, ainda que os fundamentos de sua religião a condenem. O PL 122 não apenas iguala a orientação sexual a raça como também declara nulos alguns fundamentos religiosos. É o fim da picada! Aliás, dada a redação, estaríamos diante de uma situação interessante: o homossexual reprimido por um pastor, por exemplo, acusaria o religioso de homofobia, e o religioso acusaria o homossexual de discriminação religiosa, já que estaria impedido de dizer o que pensa. Um confronto de idéias e posturas que poderia ser exercido em liberdade acaba na cadeia. Mas o Ai-5 mesmo vem agora:
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero:
§ 5º O disposto neste artigo envolve a prática de qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica.”
Não há meio-termo: uma simples pregação contra a prática homossexual pode mandar um religioso para a cadeia: crime inafiançável e imprescritível. Se for servidor público, perderá o cargo. Não poderá fazer contratos com órgãos oficiais ou fundações, pagará multa… Enfim, sua vida estará desgraçada para sempre. Afinal, alguém sempre poderá alegar que um simples sermão o expôs a uma situação “psicologicamente vexatória”. A lei é explícita: um “processo administrativo e penal terá início”, entre outras situações, se houver um simples“comunicado de organizações não governamentais de defesa da cidadania e direitos humanos.” Não precisa nem ser o “ofendido” a reclamar: basta que uma ONG tome as suas dores.
A PL 122 institui o estado policial gay! E o chanceler no Mackenzie, Augustus Nicodemus Lopes, já é alvo dessa patrulha antes mesmo de essa lei ser aprovada.
O que querem os proponentes dessa aberração? Proteger os gays? Não há o risco de que aconteça o contrário? A simples altercação com um homossexual, por motivo absolutamente alheio à sua sexualidade, poderia expor um indivíduo qualquer a um risco considerável. Se o sujeito — no caso, o gay — for honesto, bem: não vai apelar à sua condição de “minoria especialmente protegida”; se desonesto — e os há, não? —, pode decidir infernizar a vida do outro. Assim, haverá certamente quem considere que o melhor é se resguardar. É possível que os empregadores se protejam de futuros dissabores, preferindo não arriscar. Esse PL empurra os gays de volta para o gueto.
Linchamento moral
O PL 122 é uma aberração jurídica, viola a liberdade religiosa e cria uma categoria de indivíduos especiais. À diferença de suas “boas intenções”, pode é contribuir para a discriminação, à medida que transforma os gays numa espécie de “perigo legal”. Os homossexuais nunca tiveram tanta visibilidade. Um gay assumido venceu, por exemplo, uma das jornadas do BBB. Cito o caso porque houve ampla votação popular. A “causa” está nas novelas. Programas de TV exibem abertamente o “beijo gay”. Existe preconceito? Certamente! Mas não será vencido com uma lei que acirra as contradições e as diferenças em vez de apontar para um pacto civilizado de convivência. Segundo as regras da democracia, há, sim, quem não goste dessa exposição e se mobiliza contra ela. É do jogo.
Ninguém precisa de uma “lei” especial para punir aqueles delinqüentes da Paulista. Eles não estão fora da cadeia (ou da Fundação Casa) porque são heterossexuais, e sua vítima, homossexual. A questão, nesse caso, infelizmente, é muito mais profunda e diz muito mais sobre o Brasil profundo: estão soltos por causa de um preconceito social. Os homossexuais que foram protestar na Paulista movidos pela causa da “orientação sexual” reduziram a gravidade do problema.
Um bom caminho para a liberdade é não linchar nem física nem moralmente aqueles de quem não gostamos ou com quem não concordamos. Seria conveniente que os grupos gays parassem de quebrar lâmpadas na cabeça de Augustus Nicodemus Lopes, o chanceler do Mackenzie. E que não colocassem com tanta vontade uma corda no próprio pescoço sob o pretexto de se proteger. Mas como iluminar minimamente a mentalidade de quem troca o pensamento pela militância?
Quando trato de temas como esse, petralhas costumam invadir o blog com grosserias homofóbicas na esperança de que sejam publicadas para que possam, depois, sair satanizando o blog por aí. Aviso: a tática é inútil.  Não serão! Este blog é contra o PL 122 porque preza os valores universais da democracia, que protegem até os que não são gays…
Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Revivendo e renovando o primeiro amor

Ouvindo as músicas de meus primeros passos na fé pude relembrar a sublimidade daqueles momentos na presença do Rei. Tudo era puro, tudo era motivo de ações de graças, tudo era céu, tudo era oração, tudo era oportunidade de evangelismo, tudo era comunhão, tudo era louvor, tudo era entrega, tudo era consagração, tudo era por Ele e para Ele…

Relembrando estas coisas vejo que preciso voltar urgentemente ao primeiro amor, não como motivo de medo ou horror do fim, mas como motivo de gratidão e alegria por Aquele que tanto nos ama.

Que fase produtiva. A palavra estava presente em tudo o que se fazia ou pensava – obra do Espírito – coisa maravilhosa. O senso da presença divina era patente. Glorias ao Deus Triúno!

Mas, como permanecer neste  estado de glória? Certa criança perguntou ao seu pai: –Pai, por que os adultos param de crescer? O paradoxo do crescimento é que o conhecimento parece que traz consigo a aridez da vida. Perdemos o foco e a visão do alto. Claro que este é o lado negativo do crescimento mal ajustado, pois é vontade do Pai que cresçamos em tudo naquele que é o Cabeça, Cristo. Não perdermos a dependência do Alto é primordial para continuarmos em sintonia com a Fé; Termos a Palavra norteando os nossos atos e decisões é primordial para nosso testemunho; Estar debaixo da vontade de Deus é consequência das disciplinas espirituais. NÃO PAREMOS DE CRESCER!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Precisamos de Pais Espirituais

Muitos cristãos atualmente procuram mais ter do que ser. Suas ações buscam mais consumir os produtos que a igreja oferece, o que nem sempre é legítimo e bíblico, em detrimento de uma vida ligada à fonte e mais comprometida com sua nova natureza espiritual. Parece-me, então, que estamos diante de duas realidades pelas quais se movimentam os cristãos de nossa geração. Diante disso me pergunto: A Igreja do Senhor Jesus na terra é CONSUMO OU É CORPO? Nem tudo o que é corpo é igreja, e nem tudo o que é igreja é corpo. Mas, há que se escolher.

A Igreja Consumo: É uma igreja que tem pouca identidade de corpo. Não tem relação íntima, é inconsequente. Não conhece os mandamentos da mutualidade. É solta, sem compromisso, individualista, por isso, só consome. É uma comunidade que oferece produtos ao mercado, se preocupa com a promoção do dia e vantagens da semana. Vive de programas e eventos, para manter os consumistas cativos dos seus objetivos. É uma instituição ou clube que apenas agrada para dar satisfação momentânea. É mais aceita porque não exige mudança de vida, entretanto, cobra tudo porque está dentro da visão da “oferta e da procura”.

A Igreja Corpo: É uma igreja que vive o Corpo de Cristo. Tem experiência de novo nascimento, é regenrada e experimentou uma nova natureza. Tem compromisso de uma vida com Cristo e procura viver esta vida no poder do Senhor Jesus. Tem compromisso com a família de salvos e se relaciona para a edificação do Corpo. Luta para afirmar sua imagem no caráter de Cristo. É menos aceita porque pressupõe cabeça. Desta forma pressupõe autoridade e direção.

O crescimento da igreja no Brasil tem produzido um vazio de relacionamentos. Na medida que a igreja local cresce, aumenta a necessidade de um discipulado gerador de pais, mães e filhos espirituais.

Há, no mundo hoje, um mover de Deus para restaurar o sentido de Corpo na igreja, o sentido de família. Paralelamente há também um mover de Deus para restaurar a família, pois é notória a crise vivida pela família, o que, por sua vez, afeta a igreja. Deus quer restaurar a autoridade na família, dar-lhe direção e, por decorrência, restaurar a autoridade espiritual na igreja.

Observa-se, hoje, uma clara disfunção na família onde o homem parece ter perdido sua identidade masculina e, assim, ter perdido o sentido de cabeça. A mulher cada vez mais assume essa função, não porque ela quer, mas por causa da omissão do marido. Outro problema é que os pais foram substituídos por babás, e os filhos se perguntam: quem é meu pai? quem é minha mãe?

De igual modo percebemos uma visual disfunção na igreja atual, onde os líderes se tornaram apenas administradores e gerentes. Assim consideramos pessoas como números. Saliento que a igreja precisa de bons administradores. Os professores de bíblia que apenas informam, transmitem conhecimento intelectual. Porém não formam o caráter de Cristo nas pessoas. Não porque não queiram, mas porque este é o modelo que temos.

Da mesma maneira que precisamos de pais e mães na família, também necessitamos de pais e mães espirituais na igreja. É uma imperiosa necessidade hoje, para estabelecer vínculos duradouros e relacionamentos saudáveis.

Um dia me procurou um membro da igreja e disse: ”Pastor, eu preciso de um pai espiritual. Eu quero que o senhor seja meu pai espiritual”. Perguntei-me: ”Mas ele está sendo pastoreado! será que ele quer um tratamento vip? Como vou fazer isso com tanta gente?”

Ali estava um precioso irmão com certa liderança, sendo orientado para o ministério, cursando seminário, ganhando e discipulando almas, mas precisava de algo mais.

ESTABELECENDO A PATERNIDADE ESPIRITUAL

Creio que a paternidade espiritual nasce na grande comissão em Mateus 28.18-20. Após a ressurreição Jesus está dizendo no versículo 18 que: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra”, aí no verso 19 Ele dá uma ordem: “Ide, fazei discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Estou fazendo uma nova leitura desse texto. Por muitos anos fiquei fixo nessas três palavras que hoje me parecem mais técnicas e independentes, embora necessárias: Ide, Fazer e BatizarPensando no que Jesus falou no verso 19, delegando sua autoridade aos discípulos e dizendo no verso 20 “…eis que estou convosco todos os dias…” , Ele estava agindo como Pai Espiritual, na autoridade de Pai delegada por Deus Pai. Mesmo porque, em João 20.2122, quando, após a ressurreição Ele aparece aos discípulos e diz: “Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Espírito Santo…”.

A Igreja do Senhor Jesus Cristo é uma comunidade de relacionamentos e isso é próprio da Igreja Corpo. O desafio para nós hoje, é nos transformarmos em pais espirituais. Precisamos restaurar o conceito de paternidade, um pouco perdida no tempo. Pais que não apenas façam filhos, mas gerem vida e cuidem delas sempre, pais de tempo integral.

Na Igreja Corpo que prima por relacionamentos saudáveis, acontece o discipulado por convívio. Atos 2 registra isto. Mas não há como ser pai e mãe espiritual de todos os membros da igreja ao mesmo tempo. É preciso gerá-los, cuidá-los e treiná-los para que a igreja toda seja cuidada. O discipulado por convívio não se ensina na sala de aula somente, é convivência. Pais dão tempo aos seus filhos e não só informação. Como Jesus aos 12 discípúlos, aos 70, aos 120, e aos três mais íntimos. Precisamos de relacionamentos de fé e confiança.(texto do pastor Cláudio Espíndola, 2005).

Tenhamos humildade para solicitar ajuda quando necessitarmos! E estajamos prontos para sermos cireneus no caminho do Gólgota.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A MORTE NO LIVRO DE ECLESIASTES


O aniquilacionismo tem sido uma das heresias de maior destaque nos movimentos sectários. Esse nome vem do latim ‘nihil’, ‘nada’. Segundo essa teoria, o homem ímpio será finalmente reduzido a nada. Esse mesmo conceito é refletido em alguns contextos da filosofia oriental. Algumas religiões pagãs supõem que a alma humana é absorvida e, consequentemente, deixa de existir sua individualidade.
                O estado dos mortos e o destino dos ímpios tem sido outro alvo de questionamentos. Alguns afirmam que os mortos estão inconscientes até o arrebatamento ou o juízo final. Somente após o juízo serão lançados no lago de fogo e enxofre e durarão nesse tormento o tempo equivalente aos seus pecados. Depois deixarão de existir, ou seja serão aniquilados.
                Para justificar tais afirmações, usam alguns versículos no livro de Eclesiastes: 3:19,20; 9:5,10. Afirmam, usando esses versículos, que o homem é semelhante ao animal em sua morte e em sua condição após a morte. Seria exatamente isso o que está sendo declarado nesses versos? O contexto de Eclesiastes concorda com essa exposição? Inicialmente, podemos observar que existem outros versículos, os quais fazem comparações e não são comentados pelas seitas. Vejamos alguns: 2:14-16; 6:6; 8:10; 9:2; por que não são comentados pelas seitas? Que verdades encontramos nesses versículos para lançar luz na interpretação dos primeiros versículos citados?   
                Concordam os sectários com as implicações desses versículos? Ao considerarem suas únicas citações (3:19,20; 9:5,10), por que não usam o mesmo princípio de interpretação nos demais textos? Que interpretação temos dos demais versículos e como isso esclarece esses versículos aparentemente difíceis?
                O mesmo sucede a todos (9:2). E como morre o sábio morre o tolo (3:16). Não vão todos para o mesmo lugar? (6:6). Se lermos esses versículos numa perspectiva eterna, percebemos um conflito com as demais Escrituras. Concordaria alguma seita que tais comparações foram feitas indicando que sucederá eternamente a mesma coisa a todos? Haveria alguma outra informação para esclarecer qual perspectiva tinha em mente?
                Consideremos os versículos chaves que identificam a perspectiva de Salomão: 1:3,9,14; 2:11,17-20,22; 3:16, 4:1,3,7,15; 5:13,18; 6:1,12; 8;9,15,17; 9:3,6,9,11,13; 10:5. Em todos eles há a expressão ‘debaixo do sol ‘. e nos seguintes versículos aparecem a expressão ‘debaixo do céu’: 1:13; 2:3; 3:1. Salomão usa 27 vezes a expressão debaixo do sol e 3 vezes debaixo do céu. Teria Salomão citado repetidamente essas expressões sem nenhum propósito? Ou, enfatizando que sua perspectiva sob o céu ou sol seria uma perspectiva secularizada. Salomão estaria visando refletir conceitos céticos e conduzi-los a uma conclusão piedosa?
                Sua pregação é feita sob uma perspectiva debaixo do sol ou debaixo do céu. O pregador demonstra que o dia a dia retrata uma condição miserável, na qual a humanidade se encontra, pois a injustiça parece predominar.
                Salomão está relatando sua observação nas eventualidades sob o sol, excluindo, portanto, a realidade além do céu ou sol.
                Quando um ateu ou cético, ao observar a violência e injustiça, verifica que pessoas justas podem ser injustiçadas e pessoas injustas prevalecem; passa, então, a criticar a existência de Deus e a veracidade de suas Leis e promessas. Contudo, Salomão chama atenção para a realidade além das aparências. O homem, apesar de ser uma criatura mortal – sob a perspectiva debaixo do sol ou debaixo do céu – deve atentar para o fim comum. Haverá restituição após a morte! Deus há de trazer a juízo toda a obra (12:13,14). Toda a Escritura é unânime quanto a isso. Lemos em hebreus 9:27: “e como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo”.

ALGUNS DETALHES DOS TEXTOS QUE MERECEM ATENÇÃO

Em Eclesiastes 3:21, Salomão pergunta se o fôlego do homem sobe ou desce. Mas ele mesmo responde no capítulo 12:7 – “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”.
Tanto os Adventistas do Sétimo Dia quanto os Testemunhas de Jeová usam esses versículos (Ec. 9:5,10) para advogarem o sono da alma e aniquilação. Vamos ler na bíblia.
Em relação a quê os mortos não sabem coisa alguma? O versículo 6 responde: em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. Salomão não está se referindo à condição pós túmulo. Ele está dizendo, por exemplo, que o ambicioso ou egoísta não terá ciência do destino e uso de seus bens após a morte. O que o homem sabe, administra e como administra está condicionado apenas à realidade humana. Contudo, receberá de Deus, após a morte, ou a vida eterna ou a morte eterna. (Romanos 2:5-10). Haverá concordemente, recompensa no por vir.
Vemos claramente no contexto do Livro de Eclesiastes a mesma doutrina que encontramos nas demais Escrituras:
1.       Neste mundo o homem sofre adversidades. Isso inclui até mesmo o justo padecer e o ímpio florescer;
2.       Haverá uma prestação de contas – após a morte (Ec. 12:7,13,14; Rm. 2:5-10)
3.       A morte física entre homens e animais é semelhante, segundo uma observação natural. Mas a constituição do homem é diferente,pois tem espírito (Ec. 12:7) e responderá diante de Deus (Ec. 12:13,14).
Portanto, podemos afirmar que o livro de Eclesiastes é o relato sobre as reflexões de um grande sábio sobre os acontecimentos debaixo do sol ou debaixo do céu, e não contradiz a doutrina bíblica da vida após a morte, consciência da alma e de uma vida melhor.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A caminhada humana


Viver é desenhar sem borracha.(Fernando Pessoa)
Nos esforçamos para fazer o certo, quase sempre, mas a nossa pequenez faz com que os erros aconteçam. Triste realidade. Porém,não devemos esmorecer. Ainda que o desenho esteja borrado, a consciência de que se fez o certo é um analgésico revigorador. A questão é: o que é o certo? Qual o canon estamos utilizando?Seguimos um vetor ou uma linha reta?
Mudamos a cada instante. O meio, a midia, as circunstancias, o inferno... tentam nos seduzir a seguir seus ideais. Se não tomarmos uma postura severa de desintoxicação dos valores invertidos seremos afogados pela lama da sombra da morte. Mudanças são sadias quando nos conduzem ao referencial correto.
Por natureza somos inimigos da luz. A imago dei foi manchada. Fazer o certo é ir de encontro a nós mesmos. Renunciar, verbo pouco conjugado. Sendo assim, ser um revolucionário é um ideal a ser buscado. É preciso morrer a cada dia.
Somos parte da historia, a de Deus,ou a do diabo, ou a do egoismo humano;historia que se escreve paulatinamente nos encontros e desencontros sociais. No palco da vida muitas vezes queremos ser ator e diretor ao mesmo tempo. É preciso se situar no imenso plano da raça humana idealizado pelo criador.Viver a vida Dele. "Zoe", grego.Jesus, a imago dei.
Estar longe de Deus é morte, assombroso, aterrorizador, traumatizante. O pior do inferno não é o fogo e enxofre, é a ausência total de Deus. Quando não o colocamos em nossos planos desfrutamos um pouco do Geena. Longes da presença do onipresente.
Há quem acredite no anjo borrachudo, que escreve e apaga o nome daqueles que aceitam e se afastam dos caminhos do Senhor. Ainda bem que as Escrituras não nos dão respaldo para este embuste. Sendo assim, o viver não seria algo surpreendente, que nos gratifica com o novo a cada momento, mas algo que, rasurado pela pressão do ato no ator, marionetizaria a vida e mecanizaria as ações do ser chamado humano.
soli deo gloria!
terra

Dai honra a quem merece

A glória da graça de Deus: ensaios em honra a J. Richard Denham Jr.

Depois de uma maratona extenuante de trabalho, o livro em homenagem ao longo e profícuo ministério de pastor Ricardo Denham foi enviado para impressão à gráfica, em São Paulo. Ele será lançado no formato 16×23 cm, com um total de 728 páginas. Incluso, oito páginas em papel especial com dezenas de fotos a cores e em preto & branco ilustrando a longa carreira de pastor Ricardo.
A glória da graça de Deus: ensaios em honra a J. Richard Denham Jr.
Portanto, queremos convidá-los para o lançamento desta obra, que ocorrerá no dia 20 de outubro, às 19h45, na conferência da Fiel, poucos minutos antes da pregação de Steven Lawson, quando teremos um momento gratulatório em homenagem ao pastor Ricardo. Então, aqueles que puderem estar conosco nesta data, e não estão inscritos para a conferência, serão mais do que bem vindos – mas será preciso informar sua vinda à Editora Fiel, escrevendo paraconferencias@editorafiel.com.br para acertar os detalhes.
Peço as orações dos leitores para que tudo ande bem na gráfica e o livro esteja pronto para o lançamento na conferência.
Abaixo, oferecemos o prefácio e o sumário da obra para os leitores do blog.
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No ambiente acadêmico, um Festschrift é um livro homenageando um acadêmico respeitado, publicado por ocasião de uma honrosa aposentadoria ou por ocasião de seu sexagésimo ou setuagésimo aniversário. O termo original alemão pode ser traduzido como “edição comemorativa” ou “publicação honorífica”. Esta publicação contém textos de antigos alunos em homenagem ao mestre, variando em tamanho e quantidade de ensaios. Assim sendo, os ensaios publicados em tal livro se relacionam de alguma forma com as contribuições do homenageado em sua área acadêmica. Não raro, importantes personalidades fora do meio acadêmico também são homenageadas com umFestschrift. Entre cristãos, um dos exemplos mais famosos é o tributo editado por C. S. Lewis, Essays Presented to Charles Williams.1
A razão desta edição comemorativa é celebrar os cinqüenta e oito anos de serviço abnegado, perseverante e frutífero à igreja evangélica brasileira por parte de James Richard Denham Jr. Ele chegou ao Brasil com sua esposa, Pearl Armen Denham, em 1952 e tem servido como missionário, plantador de igrejas, pregador, evangelista, conselheiro, editor e estadista do Reino. O Pastor Ricardo, como carinhosamente é conhecido, tem servido à igreja evangélica não somente com a publicação de cerca de duzentos títulos, através da Editora Fiel, mas também com a organização de conferências para pastores e líderes, que completa nesse ano de 2010 a sua vigésima sexta edição no Brasil. Isso sem mencionar as conferências para jovens, desde 2003, e seu ministério de distribuição de livros e conferências que ocorrem há mais de uma década em outros países lusófonos, como Portugal, Moçambique e Angola. Por meio deste amplo ministério, este servo de Deus tem sido usado para o desenvolvimento espiritual e intelectual de um incontável número de cristãos. Acima de tudo, a literatura reformada era quase inexistente no Brasil até o surgimento da Editora Fiel. Portanto, o pastor Ricardo é um dos instrumentos da inserção e do solidificar-se da tradição reformada neste país. Logo, ao prestar-lhe esta homenagem, damos glória a Deus que concede dons aos seus servos, “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.12-13).
Esta obra, que inclui um capítulo biográfico acompanhado de um caderno de fotos, é dividida em quatro blocos. Estes contêm ensaios nas áreas da história da igreja, teologia, eclesiologia e sociedade, o que dá a dimensão exata dos interesses doutrinários e da influência do pastor Ricardo sobre uma ampla gama de acadêmicos, pastores, educadores e líderes em áreas tão diversas e importantes para a comunidade evangélica. Este volume se encerra com uma doxologia, o que é apropriado a um livro que afirma a força e a relevância da fé reformada no Brasil, cujo alvo principal é a glória e o deleite no Deus trino, Pai, Filho e Espírito Santo.
Os autores, todos eles brasileiros, são amigos, filhos na fé, colegas de ministério e acadêmicos que foram diretamente abençoados pela convivência e profícuo ministério de pastor Ricardo. Como o leitor notará, estes autores espelham a diversidade da tradição reformada no Brasil, que tem alcançado muitas denominações e igrejas independentes nestas terras. Aqui são encontrados escritores já conhecidos, assim como novos e promissores autores, que temos a honra de apresentar à igreja evangélica brasileira. E no amplo mosaico de estudos aqui presentes, o leitor descobrirá uma agenda para recuperarmos a mensagem do evangelho, que trata de Deus, da criação, da queda, da redenção e da restauração, o que produzirá a necessária vitalidade eclesiástica nestes tempos tão conturbados. Como John Leith escreveu, “a tradição reformada não pretende ser a única tradição cristã. Ela afirma, sim, uma forma pela qual a Igreja una, santa, católica e apostólica, tem vivido, anunciando sua fé e vida a cada nova geração. Reivindica ser uma forma autêntica da comunidade cristã, com sua força e também com suas fraquezas e problemas. Deseja ser o povo de Deus em sua plenitude. Na base de tudo isso, a tradição reformada requer aceitação e avaliação crítica”.2 Deste modo, o leitor é convidado a tratar os diversos temas oferecidos nesta obra como um ponto de partida, interagindo com os mesmos, corrigindo-os à luz das Escrituras, se for o caso, desenvolvendo-os e aplicando-os, para que a igreja evangélica brasileira seja reformada e santificada, para transformar a rica e variada cultura brasileira, trazendo-a para debaixo do senhorio cósmico de Cristo Jesus.
Portanto, um dos alvos desta obra é afirmar a fé reformada como uma força cultural contemporânea no Brasil.3 Para enriquecer ainda mais esse trabalho, ao final foi adicionado o documento “uma proposta de Declaração de Fé submetida pela Comissão de Teologia da Fraternidade Mundial de Igrejas Reformadas”, texto inédito divulgado em abril de 2010 por uma comissão doWorld Reformed Fellowship, por ocasião de sua terceira assembléia geral. Reverendo Augustus Nicodemus Lopes, membro do comitê executivo da WRF, escreveu: “A Declaração de Fé da Fraternidade Mundial Reformada nasceu do desejo da Fraternidade de oferecer à nossa geração uma visão bíblica e reformada sobre assuntos cruciais da fé cristã, especialmente aqueles que não foram tratados nas grandes confissões reformadas, mas que têm se constituído um desafio para as igrejas nos dias de hoje. Não pretende ser uma confissão e nem substituir as confissões reformadas. É tão somente uma declaração escrita por teólogos de diferentes países e culturas, todos de linha reformada, sobre estas questões contemporâneas. A versão que publicamos nesta edição ainda tem caráter provisório, pois a Declaração ainda está no processo de revisão e adaptação, devendo ser definitivamente aprovada pela Fraternidade em sua Assembléia Geral, em 2014”. Assim, oferecemos aos leitores um documento confessional atual, tratando alguns dos principais dilemas e tensões que a comunidade cristã tem enfrentado nestes tempos.
Num período de tantas mudanças, onde parece que contemplamos os estertores de uma civilização, devemos afirmar nossa confiança quanto ao triunfo da causa de Cristo. Rogamos a Deus para que os esforços e o constante exemplo de vida do pastor Ricardo continuem frutificando nos países de fala portuguesa. Mais ainda, ousadamente suplicamos ao Senhor da glória que a fé bíblica, como sintetizada na tradição reformada e exposta neste volume, restaure as igrejas do nosso país e além. Assim sendo, é oportuno encerrar citando um trecho de uma correspondência do reformador francês João Calvino: “A reforma da igreja é obra de Deus e tão independente de esperanças e opiniões humanas quanto a ressurreição dos mortos ou qualquer milagre dessa espécie. Portanto, no que tange à possibilidade de fazer algo em favor dela, não se pode ficar esperando pela boa vontade das pessoas ou pela alteração das circunstâncias da época, mas é preciso irromper por entre o desespero. Deus quer que seu evangelho seja pregado. Vamos obedecer a este mandamento, vamos para onde Ele nos chama! O sucesso não é da nossa conta”.4
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Apresentação – J. Richard Denham III & Valter Graciano Martins
Prefácio – Franklin Ferreira
Introdução – Maurício Andrade
Colaboradores
O casal Denham no Brasil e o ministério da Editora Fiel – Gilson Santos
História
1. Quem é realmente reformado? Relembrando conceitos básicos da fé reformada – Valdeci Santos
2. O caráter confessional da fé reformada – João Alves dos Santos
3. A presença dos reformados franceses no Brasil colonial – Franklin Ferreira
4. A evangelização no Brasil e a redescoberta da fé reformada – Josafá Vasconcelos
5. Por um pacto evangélico: exortação sobre a unidade da igreja – Tiago José dos Santos Filho
Teologia
6. Fides et scientia: indo além da discussão de “fatos” – Davi Charles Gomes
7. A relevância das Escrituras para a igreja brasileira – Renato Vargens
8. Lutero ainda fala: um ensaio em história da interpretação bíblica – Augustus Nicodemus Lopes
9. A necessidade e a importância da teologia sistemática – Hermisten Maia Pereira da Costa
10. Uma introdução à teologia do pacto – Mauro Meister
11. A soberania de Deus e o problema do mal em Habacuque – Luiz Sayão
12. A compreensão puritana da intercessão de Cristo – João Serafini
13. Os benefícios devocionais dos cinco pontos do calvinismo – Clodoaldo Machado
14. O lugar da fé e da obediência na justificação – Heber Campos Júnior
Igreja
15. O princípio regulador no culto – Paulo Anglada
16. Uma perspectiva teológica do ministério pastoral – Paulo Valle
17. A centralidade da pregação expositiva – Daniel Deeds
18. O batismo na Didaquê – Wilson Porte Jr.
19. O ministério pastoral e a catequese nas igrejas confessionais – Juan Siqueira
20. Aconselhamento bíblico: um ministério essencial na igreja – Flavio Ezaledo
21. Crescimento da igreja: com reforma ou com reavivamento? – Heber Campos
22. A revitalização da igreja – Leonardo Sahium
23. A piedade e espiritualidade nos comentários e sermões de João Calvino sobre os Salmos – Jorge Noda
Sociedade
24. A filosofia reformada: suas origens e seu lugar na história do pensamento protestante – Guilherme Carvalho
25. A centralidade da ética na vida cristã – Jorge Max
26. Estado e política em João Calvino, na Confissão de Fé de Westminster e em Abraham Kuyper – Solano Portela Neto
27. O ensino da graça comum na tradição reformada – Fernando de Almeida
28. A criação no contexto da fé reformada – Adauto Lourenço
29. Os fundamentos teológicos da família cristã – Sillas Campos
30. Uma educação integral e transformadora – Paulo César Oliveira
Doxologia
Paixão pela glória de Deus – Franklin Ferreira
Uma Proposta de Declaração de Fé submetida pela Comissão de Teologia da Fraternidade Mundial de Igrejas Reformadas