Muitos cristãos atualmente procuram mais ter do que ser. Suas ações buscam mais consumir os produtos que a igreja oferece, o que nem sempre é legítimo e bíblico, em detrimento de uma vida ligada à fonte e mais comprometida com sua nova natureza espiritual. Parece-me, então, que estamos diante de duas realidades pelas quais se movimentam os cristãos de nossa geração. Diante disso me pergunto: A Igreja do Senhor Jesus na terra é CONSUMO OU É CORPO? Nem tudo o que é corpo é igreja, e nem tudo o que é igreja é corpo. Mas, há que se escolher.
A Igreja Consumo: É uma igreja que tem pouca identidade de corpo. Não tem relação íntima, é inconsequente. Não conhece os mandamentos da mutualidade. É solta, sem compromisso, individualista, por isso, só consome. É uma comunidade que oferece produtos ao mercado, se preocupa com a promoção do dia e vantagens da semana. Vive de programas e eventos, para manter os consumistas cativos dos seus objetivos. É uma instituição ou clube que apenas agrada para dar satisfação momentânea. É mais aceita porque não exige mudança de vida, entretanto, cobra tudo porque está dentro da visão da “oferta e da procura”.
A Igreja Corpo: É uma igreja que vive o Corpo de Cristo. Tem experiência de novo nascimento, é regenrada e experimentou uma nova natureza. Tem compromisso de uma vida com Cristo e procura viver esta vida no poder do Senhor Jesus. Tem compromisso com a família de salvos e se relaciona para a edificação do Corpo. Luta para afirmar sua imagem no caráter de Cristo. É menos aceita porque pressupõe cabeça. Desta forma pressupõe autoridade e direção.
O crescimento da igreja no Brasil tem produzido um vazio de relacionamentos. Na medida que a igreja local cresce, aumenta a necessidade de um discipulado gerador de pais, mães e filhos espirituais.
Há, no mundo hoje, um mover de Deus para restaurar o sentido de Corpo na igreja, o sentido de família. Paralelamente há também um mover de Deus para restaurar a família, pois é notória a crise vivida pela família, o que, por sua vez, afeta a igreja. Deus quer restaurar a autoridade na família, dar-lhe direção e, por decorrência, restaurar a autoridade espiritual na igreja.
Observa-se, hoje, uma clara disfunção na família onde o homem parece ter perdido sua identidade masculina e, assim, ter perdido o sentido de cabeça. A mulher cada vez mais assume essa função, não porque ela quer, mas por causa da omissão do marido. Outro problema é que os pais foram substituídos por babás, e os filhos se perguntam: quem é meu pai? quem é minha mãe?
De igual modo percebemos uma visual disfunção na igreja atual, onde os líderes se tornaram apenas administradores e gerentes. Assim consideramos pessoas como números. Saliento que a igreja precisa de bons administradores. Os professores de bíblia que apenas informam, transmitem conhecimento intelectual. Porém não formam o caráter de Cristo nas pessoas. Não porque não queiram, mas porque este é o modelo que temos.
Da mesma maneira que precisamos de pais e mães na família, também necessitamos de pais e mães espirituais na igreja. É uma imperiosa necessidade hoje, para estabelecer vínculos duradouros e relacionamentos saudáveis.
Um dia me procurou um membro da igreja e disse: ”Pastor, eu preciso de um pai espiritual. Eu quero que o senhor seja meu pai espiritual”. Perguntei-me: ”Mas ele está sendo pastoreado! será que ele quer um tratamento vip? Como vou fazer isso com tanta gente?”
Ali estava um precioso irmão com certa liderança, sendo orientado para o ministério, cursando seminário, ganhando e discipulando almas, mas precisava de algo mais.
ESTABELECENDO A PATERNIDADE ESPIRITUAL
Creio que a paternidade espiritual nasce na grande comissão em Mateus 28.18-20. Após a ressurreição Jesus está dizendo no versículo 18 que: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra”, aí no verso 19 Ele dá uma ordem: “Ide, fazei discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Estou fazendo uma nova leitura desse texto. Por muitos anos fiquei fixo nessas três palavras que hoje me parecem mais técnicas e independentes, embora necessárias: Ide, Fazer e BatizarPensando no que Jesus falou no verso 19, delegando sua autoridade aos discípulos e dizendo no verso 20 “…eis que estou convosco todos os dias…” , Ele estava agindo como Pai Espiritual, na autoridade de Pai delegada por Deus Pai. Mesmo porque, em João 20.2122, quando, após a ressurreição Ele aparece aos discípulos e diz: “Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Espírito Santo…”.
A Igreja do Senhor Jesus Cristo é uma comunidade de relacionamentos e isso é próprio da Igreja Corpo. O desafio para nós hoje, é nos transformarmos em pais espirituais. Precisamos restaurar o conceito de paternidade, um pouco perdida no tempo. Pais que não apenas façam filhos, mas gerem vida e cuidem delas sempre, pais de tempo integral.
Na Igreja Corpo que prima por relacionamentos saudáveis, acontece o discipulado por convívio. Atos 2 registra isto. Mas não há como ser pai e mãe espiritual de todos os membros da igreja ao mesmo tempo. É preciso gerá-los, cuidá-los e treiná-los para que a igreja toda seja cuidada. O discipulado por convívio não se ensina na sala de aula somente, é convivência. Pais dão tempo aos seus filhos e não só informação. Como Jesus aos 12 discípúlos, aos 70, aos 120, e aos três mais íntimos. Precisamos de relacionamentos de fé e confiança.(texto do pastor Cláudio Espíndola, 2005).
Tenhamos humildade para solicitar ajuda quando necessitarmos! E estajamos prontos para sermos cireneus no caminho do Gólgota.
Terra, como você mesmo diz, precisamos de pais espirituais. É difícil ser "pai" de todos sem ter sido "filho" de ninguém, mas parece que os que desejam essa realidade para a igreja vivem nessa situação. Só é lembrar da imagem dos profetas, que viviam sós e distantes da maioria que criticava e condenava os verdadeiros homens de Deus. Mas obrigado por ser um dos meus pais espirituais e colaboradores para o meu crescimento. Sou bastante grato a voc~e e sinto que lhe devo muito.
ResponderExcluirAtenciosamente,
Douglas.
Rapaz, ser pai de um sumidade é um privilégio... mas não me considero assim... sou apenas um colaborador, um cirineu
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