terça-feira, 9 de agosto de 2011

ESTRATÉGIAS PARA PESSOAS COM DÚVIDAS (Verner Becker)

(Adaptado por Hilton)

Você já teve ter percebido que o caminho para obter as respostas para as suas dúvidas não é descoberto com facilidade – e possivelmente nunca será. Mas com certeza você encontrará algumas respostas – embora elas possam pegá-lo de surpresa. E você aprenderá e crescerá, à medida que for perseguindo suas dúvidas.

Tentei selecionar alguns dos melhores conselhos que recebi das pessoas com quem compartilhei minhas dúvidas nestas linhas que se seguem. Considere as seguintes dicas não do tipo faça-isso-e-suas-dúvidas-desaparecerão, mas antes como uma lista de sugestões que você poderá seguir ou sobre as quais deverá refletir quando você se depara com suas dúvidas. Creio que está lista o ajudará, da mesma forma como me ajudou.

1. Seja honesto consigo mesmo. Será que suas dúvidas são mesmo reais, ou você está tentando evitar encarar algo que já sabe ser verdade.

2. Dê-se a liberdade de duvidar. Desfaça-se de todas as noções de que duvidar é pecado ou impróprio. A dúvida não é igual à descrença. Se você é um verdadeiro questionador, lembre-se de que é uma pessoas especial, alguém que não se satisfaz com uma forma simplista de ver a vida. Permitir-se buscar respostas para as suas dúvidas irá conduzi-lo pelo caminho do crescimento espiritual, em lugar da estagnação.

Lembre-se que você está em boa companhia. Em toda a bíblia, podemos encontrar personagens que duvidaram. Leia os Salmos ou examine personalidades bíblicas como Jó, Davi, Salomão (particularmente em Eclesiastes), João Batista, Tomé e outros, para ver como suas dúvidas foram expressas e respondidas.

Virtualmente todos experimentam dúvidas em um certo momento de suas vidas, embora alguns possam duvidar mais que outros. Jay Kesler usou uma fórmula prática chamada regra 90/100: examine seus sentimentos e admita que 90% do mundo sente-se da mesma maneira. Se você tem dúvidas, provavelmente a maioria das pessoas a seu redor também as tem. Até mesmo os materialistas e agnósticos duvidam da sua “fé”.

3. Considere os fatos com franqueza o que exatamente o está fazendo duvidar? Você consegue apontar a causa exata? Será, por acaso, um acontecimento inexplicável, como uma morte, um divórcio, uma doença ou alguma outra tragédia? Será uma nova informação, como algo que um professor disse a respeito da evolução, ou uma declaração complicada que você tenha lido num livro? Ou será ainda uma pessoa – alguém de seu grupo de juventude que professe fé em Deus, mas que está litigando toda hora? Um amigo cristão em que você confiou e o desapontou? Quanto melhor a ajuda que você tenha sobre a causa de suas dúvidas, melhores chances você terá de encontrar as respostas.

4. Separe a verdade do comportamento. Muitos não-crentes dizem que a maior dificuldade que têm com o cristianismo são os próprios cristãos. Eles têm amigos cristãos na escola que são esnobes, vêem um cristão enganar sua esposa, ou assistem a pregadores na TV manipulando as pessoas em busca de dinheiro, e dizem: ‘se isso é que é ser cristão, eu não quero tomar parte disso’. Eles têm razão: cristãos que fazem coisas estúpidas em nome de Deus não o representam muito bem perante o resto do mundo. Mas isto significa que o evangelho não é verdadeiro?

Se você estiver trabalhando num problema de Geometria e aplicar o Teorema de Pitágoras incorretamente, isto significará que o teorema e falso? Ou significa que você usou algo verdadeiro de maneira incorreta? O mesmo acontece com o cristianismo: o fato de ele ser verdadeiro ou não independe do comportamento de seus seguidores.

5. Tire sua temperatura biológico-emocional. Será que suas dúvidas são concomitantes a seu estado de humor criado pela solidão, pela fadiga, por ciclos menstruais ou uma agenda agitada? Ouça o seu humor e o seu corpo: vá se deitar, coma menos açúcar, tome parte de um grupo de oração ou de estudo bíblico. Reduza seus compromissos, se necessário. Ou talvez você só tenha que simplesmente esperar suas dúvidas passarem.

6. Analise como suas dúvidas a respeito de Deus se relacionam com sua visão pessoal do mundo. Por exemplo, se quando criança você teve um mau relacionamento com seu pai, talvez você ache difícil, ou mesmo aborrecido, pensar em Deus como seu Pai celestial. Tente identificar fatos sobre relacionamento em sua família que tenham afetado sua visão da vida e suas maneiras de pensar e sentir. Uma boa conversa com seus avós, por exemplo, poderá fazê-lo conhecer melhor a visão de mundo dos seus pais – e, portanto, a sua própria.

 
 

“Sei que devo ter paciência. Sei que Deus está me ajudando a crescer em todos os aspectos da minha vida. Sei que sempre terei dúvidas, mas Deus as está usando para ensinar-me mais”.

7. Encare diretamente as suas dúvidas. Não deixe que elas o paralisem. Em vez disto, enfrente-as e busque as respostas. Leia a bíblia e outros livros. Converse com o seu pastor ou com o dirigente do grupo jovem da sua igreja; compartilhe suas dúvidas com sua família ou com os amigos.

8. Expresse suas dúvidas a Deus. Não tenha medo de conversar diretamente com Deus sobre suas dúvidas e seus problemas. Ele é maior que todas as nossas dúvidas – Ele pode cuidar delas. Ele não o punirá por estar sendo honesto com Ele. Deus não é uma força, mas uma Pessoa; não hesite em aproximar-se dEle como uma pessoa. Reconheça que Ele se preocupa com você pessoalmente.

9. Empregue tempo para conhecer melhor a Deus. Passe alguns momentos a sós com Deus, lendo a bíblia, orando, louvando, mas também conversando com Ele. Encontre-o em diferentes lugares – no jardim, na praça, no trabalho, em seu quarto. Talvez mudar de cenário amplie sua visão e o ajude a resolver algumas de suas dúvidas.

10. Ouça a voz de Deus em diferentes lugares. Nossa tendência é a de subestimar a habilidade de Deus de falar conosco. Normalmente presumimos que Deus faz pouco mais do que ocasionalmente curar um amigo doente ou nos ajudar a encontrar um lugar para estacionar. Mas, imagine se o problema não for com Ele, e sim conosco? Na realidade, Deus está falando conosco a cada momento, e de muitas formas diferentes; nós é que simplesmente não o estamos ouvindo. Por quê? Porque não nos treinamos para sintonizarmos a sua voz (por voz, eu me refiro aqui não ao som audível, mas à sensibilidade à presença de Deus numa determinada situação).

Quais são as maneiras de Deus falar conosco? A bíblia, é claro, é a revelação mais clara e mais contundente de Deus a humanidade. Mas Ele pode falar-nos de outras maneiras. Pela oração, através das circunstâncias, pelos sentimentos, através de milagres, pela cura, pela música, através de outras pessoas, no louvor e na natureza. Alguns desses canais poderão dar-lhe uma recepção mais difusa, mas se você procurar ouvi-la cuidadosamente, a voz de Deus chegará até você.

As mensagens que Deus lhe envia, no entanto, podem não ser o que você espera e deseja. Deus não costuma dizer coisas como ‘aceite esse emprego’ ou ‘case-se com Tom’, e sim, mais frequentemente, algo como ‘eu estou contigo’, ‘eu o amo’, ‘confie em mim’ ou ‘eu cuidarei de você’. Deus está menos preocupado com as decisões que tomamos do que com a nossa tomada de consciência de que Ele está se envolvendo em nossas vidas.

(Uma observação: Deus nunca se contradiz. Podemos testar a validade de uma mensagem que acreditamos ser de Deus, comparando-a com a mensagem das Escrituras. Se a mensagem se opõe aos ensinamentos bíblicos, podemos rejeitá-la.)

Muitos duvidam de Deus, porque nunca o encontraram pessoalmente – isto é, porque nunca se sintonizaram com a sua voz. Deus esteve batendo no porta deles, talvez, durante anos, mas eles não atenderam. Estará Deus falando de alguma forma que você não esteja percebendo? Você está ouvindo? Apenas saber que Ele está lá pode causar toda a diferença em sua maneira de encarar suas dúvidas.

11. Focalize-se em Jesus Cristo. O cristianismo, no fundo, não teria sentido algum sem Cristo. Sua vida, seus ensinamentos e sua vitória sobre o pecado e a morte são a fundação sobre a qual a nossa fé é construída. Leia os quatro Evangelhos cuidadosamente, permitindo-se experimentar os sentimentos que aqueles que estão ali ao redor de Cristo devem ter sentido, e aplique seus ensinamentos aos acontecimentos diários e relacionamentos em sua vida. Jesus Cristo tem uma maneira própria de chegar até as pessoas, penetrando resistentes carcaças de ceticismo ou de resistência e defrontando-as face a face com Ele.

12. Relaxe com o que você já conhece. Lembre-se de quantas perguntas Deus responde no nossa vida. A bíblia contém tudo o que você precisa para encontrar-se pessoalmente com Deus, para ter o tipo de vida que fará diferença no mundo, e de viajar, pela morte, em direção a uma glória eterna com Ele. As Escrituras também dedicam espaço(Jó, Salmos, Eclesiastes, Romanos 9-11 e outros textos) para a luta com algumas dúvidas aparentemente sem respostas que você possa estar formulando. mas esse material representa uma porção extremamente pequena da bíblia. Será possível que essa pequena proporção indique quão importante Deus acha que obter as respostas representa para nós? Se Ele quisesse que nós tivéssemos essas respostas, enquanto passou pela terra, não as teria dado?

13. Lembre-se que toda a verdade é a verdade de Deus. Uma coisa é dizer que a bíblia contém tudo o que precisamos, outra, muito diferente, é dizer que ela contém tudo o que há para sabermos. Algumas vezes, caímos na armadilha de presumirmos que há dois tipos distintos de verdade – a espiritual e a secular. Erroneamente pensamos que apenas a verdade espiritual, basicamente, a bíblia, é a única verdade que interessa. A verdade secular – que inclui tudo, desde sobre como desobstruir um dreno, na ciência médica, até a psicoterapia – seria de certa forma “menos verdadeira” ou importante, por não referir-se diretamente a Deus ou por ser promovida pelos não-cristãos.

Esta visão esquizofrênica da verdade ignora o fato de que Deus criou tudo no mundo, e que, em última análise, toda a verdade tem sua origem em Deus. Desde que não contradigamos os ensinamentos das Escrituras, estamos livres para explorar e para descobrira verdade – a verdade de Deus -, onde quer que ela possa ser encontrada.

14. Espere aprender e crescer através do seu próprio processo de busca. Da mesma maneira que Jacó lutou com Deus e emergiu como uma pessoa renovada (Gn. 32-22-32), você também pode esperar modificar-se e crescer, enquanto luta com suas dúvidas. À medida que você e encontra algumas respostas, pode descobrir que as respostas não significam tanto para você quanto o processo de busca por elas. Você pode até terminar falando como várias pessoas que disseram: ‘Não me interessa mais saber a resposta, mas sei que Deus está lá por mim e isto é tudo o que interessa’.

15. Reconheça que a vida não é simples. Os tipos de perguntas duras que você está formulando raramente têm uma resposta preto-no-branco, ou sim ou não. Embora Deus não se contradiga, o mundo parece estar repleto de contradições. Grupos terroristas explodem pessoas, milhares de seres humanos morrem de fome na Etiópia, enquanto os americanos ficam a cada dia mais gordos. Líderes religiosos devotados executam atos de barbárie em nome de seu Deus.

Como podem essas coisas ser reconciliadas com o amor do Deus Todo-Poderoso que está no controle do mundo? A simples resposta é que não há uma resposta simples. Não podemos explicar (em outros termos mais específicos) por que as coisas acontecem da forma como acontecem. Somos seres humanos finitos, que não podem fingir entender os mistérios de um Deus infinito.

Às vezes chegamos a um ponto em que temos que dizer ‘eu não sei’. Muitos cristãos temem dizer estas três palavras. Em vez disto, eles vêm com respostas e frases simplistas, sentimentos que de algum modo servem para encobrir suas inadequações diante de Deus. Certamente dói dizer ‘eu não sei’. Mas há momentos em que isto pode ser a coisa mais honesta que podemos dizer para as outras pessoas – ou a nós mesmos.

16. Deixe Deus ser Deus. Todas as perguntas que formulamos têm respostas deste lado dos céus. Mas, então, não é assim que deveria ser? Se Deus é o criador e nós a sua criação, não faz sentido que Ele saiba mais que nós? Podemos questionar e gritar por Ele, mas nunca poderemos compreendê-lo completamente. Às vezes precisamos receber e aceitar a ‘divindade’ de Deus. “Oh, que Deus maravilhoso nós temos!”, escreve o apóstolo Paulo em Romanos 11:33-36 :

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis são os seus caminhos! Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? Ou quem se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amen”.

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